VITAMINAS E MINERAIS DE A a Z

Vitaminas de A a Z: Iodo

O iodo é difícil de ser encontrado na natureza e poderia ser um grande problema na alimentação. Mas todos nós estamos suplementando com iodo sem nem saber disso

Vitaminas de A a Z: Iodo Consulte um nutricionista para garantir que o iodo esteja sendo consumido na medida ideal
Crédito: REVISTA SUPLEMENTAÇÃO

O iodo é um mineral essencial para o corpo humano porque é fundamental para a formação de dois hormônios muito importantes, que são necessários para o bom funcionamento de diversos órgãos vitais, como o cérebro e o coração. Quem explica isso é a endocrinologista Dra. Laura Ward, Presidente do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). “O iodo é um elemento natural existente na água do mar e no sal extraído dela, em peixes, mariscos e algas, em alguns solos e rios específicos e em alguns vegetais”, conta a médica. No entanto, para entender a importância do iodo precisamos entender como funciona uma famosa glândula do nosso corpo: a tireoide.

Ela fica próxima à traqueia, na região do pescoço, e é responsável por produzir diversos hormônios, dos quais a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) são os mais importantes, cuja falta ou excesso geram os quadros de hipotireoidismo e hipertireoidismo, respectivamente. Estes hormônios atuam de maneira a acelerar as reações celulares em todo o organismo e são essenciais no bom funcionamento do sistema gastrointestinal, cardiovascular e nervoso, da temperatura do corpo, do sistema reprodutivo, além de ter impacto direto no sistema musculoesquelético e no ganho e perda de peso. Entre os exemplos de atuação dessa dupla estão: a síntese da proteína que você ingere diariamente em sua alimentação ou suplementação, a absorção intestinal do carboidrato presente na dieta e a conversão do betacaroteno em vitamina A.

No entanto, para entender a importância do iodo precisamos entender como funciona uma famosa glândula do nosso corpo: a tireoide. Ela fica próxima à traqueia, na região do pescoço, e é responsável por produzir diversos hormônios, dos quais a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) são os mais importantes, cuja falta ou excesso geram os quadros de hipotireoidismo e hipertireoidismo, respectivamente. Estes hormônios atuam de maneira a acelerar as reações celulares em todo o organismo e são essenciais no bom funcionamento do sistema gastrointestinal, cardiovascular e nervoso, da temperatura do corpo, do sistema reprodutivo, além de ter impacto direto no sistema musculoesquelético e no ganho e perda de peso. Entre os exemplos de atuação dessa dupla estão: a síntese da proteína que você ingere diariamente em sua alimentação ou suplementação, a absorção intestinal do carboidrato presente na dieta e a conversão do betacaroteno em vitamina A. Não dá em árvore... Não é fácil depender do iodo encontrado na natureza, já que ele se encontra em pequena quantidade no solo de algumas regiões, fazendo com que os alimentos sejam pobres neste mineral.

A nutricionista Alessandra Coelho destaca que o mineral pode ser também encontrado em algumas carnes de acordo com a alimentação que foi dada ao animal. “A quantidade de iodo presente nas carnes irá depender da qualidade do solo de onde eles se alimentaram”, explica, já que o solo pode ser rico em iodo ou não, dependendo da região ou, em alguns casos, das técnicas de agricultura utilizadas. E o baixo consumo desse mineral já foi considerado como problema de saúde pública, conforme conta a nutricionista. A endocrinologista Laura Ward lembra como a questão foi solucionada. “O mundo viveu uma epidemia de bócio e de hipotireoidismo por séculos em todas as regiões afastadas do mar onde o consumo do iodo era pequeno”, conta a médica. “No Brasil, extensas áreas afastadas do litoral tinham populações com bócio e com hipotireoidismo, especialmente em Goiás, Minas Gerais e Bahia” lembra. A endocrinologista explica que o bócio é o crescimento das glândulas da tireoide.

“O hipotireoidismo desencadeia uma reação que tenta compensar a falta de matéria prima, o iodo, estimulando a glândula tireoide a crescer e formando o bócio”. Além da doença, a médica indica diversos efeitos da falta de iodo no corpo. “Quando o quadro clínico de hipotireoidismo se instala, ocorre a diminuição de energia e, consequentemente, cansaço e falta de disposição, menor rendimento nas atividades diárias intelectuais e físicas; diminuição dos reflexos; lentidão no trânsito intestinal e nos batimentos cardíacos; além de atraso menstrual nas mulheres”, elenca a especialista. Ela também destaca a ocorrência de pele seca com tendência a hematomas, além de unhas fracas, queda de cabelo e sensação de frio e sono intensos. Já a nutricionista Alessandra Coelho lembra que durante a gravidez a deficiência de iodo pode aumentar o risco de aborto ou de parto prematuro. Drª Laura completa a informação. “Durante a gestação, os hormônios tireoidianos são fundamentais para o desenvolvimento neurológico e de órgãos do sistema nervoso central do feto. Filhos de gestantes que tiveram carência de iodo durante a gestação podem nascer com o chamado cretinismo, um quadro neurológico grave, que pode incluir debilidade mental, além de anormalidades ósseas”, explica. É por isso que na grávida deve-se tomar particular cuidado com a ingestão de iodo. Enquanto é indicado o consumo de cerca de 150mcg/dia para os indivíduos a partir dos 12 anos, na mulher grávida essa recomendação sobe para 250 a 300mcg/dia”. ...Mas está no sal!

Faz muito tempo que você não vê alguém com problemas causados pela falta de Iodo? É que todas as pessoas, de certa forma, suplementam a alimentação com iodo e nem se dão conta. Afinal, o iodo pode ser encontrado no sal de cozinha, conforme explica Alessandra. “Por estar no sal de cozinha, dificilmente um indivíduo com uma alimentação equilibrada e balanceada terá um déficit em seu consumo nos dias de hoje”, garante. Há uma lei que obriga os produtores de sal a adicionarem iodo em sua composição. “Desde 1990 há uma iniciativa internacional dentro da Organização Mundial da Saúde que estabeleceu a obrigatoriedade de adicionar iodo no sal de cozinha em todos os países do mundo”, lembra a endocrinologista Laura Ward, apesar de o sal ser iodado no Brasil desde a década de 1950. “

Na América do Sul, incluindo o Brasil, não existe mais registro de déficit de iodo graças a esta política, mas ainda existem áreas onde este déficit ainda é um problema, como regiões da África ou da Ásia”. Fique de olho nos rótulos, o sal de cozinha que possui o mineral vem indicado como sal iodado, o sal grosso utilizado no preparo de algumas carnes e até mesmo como condimento em regiões mais pobres não possui a adição prevista na lei. A ANVISA exige que os níveis de iodo estejam entre 20mg e 60mg para cada 1kg de sal. No entanto, é importante lembrar que não é preciso aumentar o consumo de sal diário para evitar a deficiência. Isso não é necessário e, aliás, acarretaria em outros problemas de saúde. Hoje a maioria dos alimentos processados que consumimos tem sal em sua composição, os derivados do leite, o pão, os embutidos, os legumes enlatados como a azeitona. Dessa forma, não é difícil atingir o consumo diário recomendado. Alessandra lembra que não existe alimentos em geral que interferem na absorção do iodo ingerido, mas há alguns que podem atrapalhar a produção dos hormônios tireoidianos. “Alguns estudos mostram que o hormônio tireoidiano levotiroxina pode ser prejudicado com o consumo excessivo de alimentos derivados da soja”. Dra. Laura também destaca que a substância que pode causar isso é a isoflavona. “

Ela pode interferir no metabolismo dos hormônios tireoidianos e predispor ao hipotireoidismo ou acelerar seu desenvolvimento, quando consumida em grandes quantidades”. A médica também alerta que os exageros em certos vegetais podem ser bociogênicos, ou seja, interferir na produção destes hormônios. “A couve também é um bociogênico quando consumida em grande quantidade, pois contém tioglicosídeos, assim como a couve-de-bruxelas, nabo, repolho, e outros vegetais crucíferos”, revela a médica, referindo-se aos vegetais da mesma família. Mas não é necessário se preocupar com o consumo destes vegetais, conforme explica a endocrinologista. “

É importante ressaltar que o efeito bociogênico só aparece em pessoas que se alimentam quase exclusivamente destes alimentos, como ocorreu com algumas populações andinas isoladas”, garante a especialista. E existe algum problema em exagerar no consumo de iodo? A nutricionista lembra que o excesso do mineral pode causar alguns males, mas esse exagero por origem alimentar é raríssimo, pois o mineral é facilmente eliminado pelo organismo através da urina. “Além de ser raro, o excesso de iodo não é tão preocupante como a sua falta”, garante. É importante destacar que o hipertireoidismo é a alta produção de hormônios pela tireoide, mas ele está mais relacionado a uma disfunção na glândula que ao alto consumo de iodo.

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