FAÇA DIFERENTE

Faça Diferente com Kay Greene

Bicampeão do Arnold Classic e um dos três primeiros colocados nas últimas edições do Mr. Olympia, o fisiculturista Kai Greene esteve no Brasil

Faça Diferente com Kay Greene Quando você sente que não tem mais forças para completar o movimento que falta, é a hora de parar.
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Lembra daquela brincadeira infantil que tinha como regra imitar os gestos de alguém que foi escolhido como referência para o grupo? Ela pode ser utilizada também para aprimorar a qualidade e ampliar o rendimento dos seus treinos. O fisiculturista Kai Greene esteve no Brasil recentemente para uma série de eventos e, por algumas horas, foi o orientador do biólogo Adan Abbas em um puxado treino de musculação. Abbas ganhou um concurso da fabricante de suplementos MuscleMeds para treinar com o bicampeão do Arnold Classic e durante duas horas recebeu atenção total do monstro do esporte. “Autocontrole e disciplina são o segredos de um fisiculturista”, frisou Greene ao resumir as qualidades que um atleta precisa para ser bem sucedido. Quem também teve a oportunidade de acompanhar de perto o treinamento ministrado por Kai foi o leitor da SuplementAção Felipe Mendonça, que ganhou um concurso promovido pela revista na página oficial do Facebook. Para acompanhar o ídolo de perto, Felipe colocou em prática seu poder de divulgador.

Liderou o ranking dos contatos que mais compartilhou as informações da revista com seus contatos na rede social. “Valeu muito a pena! Saio daqui com uma lição não só sobre como treinar, mas sobre humildade e sobre como o pensamento é importante na hora de se exercitar”, entusiasma-se. As dicas do norte-americano, que mesmo depois de conquistar a fama continua levando uma vida discreta e reservada, valem não apenas para quem realiza os treinos com pesos. “Foi um ensinamento de como treinar de verdade, da maneira correta, sem desperdiçar energia”, resumiu o aplicado aluno. Quer tentar? Então siga o mestre... O mestre mandou: concentrar-se A princípio, ao ver o super campeão entrando na academia com seu moleton de capuz, cobrindo quase todo o rosto e suas tranças, uma das características marcantes de suas apresentações, a primeira impressão pode nos fazer taxá-lo de esnobe. Mas há um motivo, conforme ele explica. “Eu coloco meu capuz”, diz ele fazendo o gesto para que o pupilo compreender. “

Fecho meu mundo. Esqueço das outras pessoas e foco no meu treino”. A princípio, ao ver o super campeão entrando na academia com seu moleton de capuz, cobrindo quase todo o rosto e suas tranças, uma das características marcantes de suas apresentações, a primeira impressão pode nos fazer taxá-lo de esnobe. Mas há um motivo, conforme ele explica. “Eu coloco meu capuz”, diz ele fazendo o gesto para que o pupilo compreender. “Fecho meu mundo. Esqueço das outras pessoas e foco no meu treino”. Foco é um dos pontos que Greene mais enfatiza para quem deseja fazer diferente nos treinos e ter resultados de campeão. Sabe aquela ideia de ir à academia ver os amigos, conversar e relaxar? Deixe ela reservada para hora de ir embora. “Durante o treino você tem que deixar sua mente concentrada exatamente no músculo em que você está trabalhando”, ensina. “A primeira habilidade de um fisiculturista para fazer o músculo se desenvolver é aprender a colocar a mente no músculo que quer trabalhar”. Greene afirma que essa é uma qualidade que os grandes fisiculturistas tem e que podem ser desenvolvidas por todos que praticam atividade física.

“Sua mente diz para o seu corpo o que ela quer que ele faça. Fazendo isso sem parar, seu músculo desenvolve, aumenta, fica mais forte. É assim que funciona”, garante. Ainda não entendeu exatamente o que o campeão quer dizer com focar no músculo a ser trabalhado? Ele traz um bom exemplo para reproduzir nos seus próximos treinos. “Por exemplo, durante os movimentos de deltóides você foca no músculo e pensa durante as repetições: esticar, contrair, esticar, contrair”, detalha. “Se eu estou treinando deltoides eu não posso ficar pensando na minha namorada, se eu estou treinando deltoides, eu não tenho que ficar pensando nas minhas contas, escola, trabalho. Eu tenho que estar 100% focado em treinar meus deltoides.” Depois de uma série bem pesada você relaxa, se levanta do aparelho, dá uma volta na academia, vai até o bebedouro e só então segue para o aparelho para iniciar o próximo exercício? Está na hora de rever esse hábito. “Quando você esta treinando, e no intervalo de uma série você começa a relaxar, balançar os braços para soltar a musculatura, balançar as pernas, isso está errado”, aponta. “Você sabe por quê? Isto consome sua energia. Você deveria estar focado no seu treino, que é quando você mais precisa de energia!” A conjugação do verbo focar é uma das mais repetidas pelo campeão durante todo o tempo de ensinamento. “O que você tem que fazer é ficar 100% focado no que você está fazendo. Sua obrigação é ficar 100% focado em você mesmo o tempo todo do treino”, alfineta. Está achando difícil não se dispersar? Ele frisa que você pode só precisa se esforçar! “Tudo se resume em uma só coisa: o poder da mente”. Greene dá um exemplo do mundo do fisiculturismo, mas se parar pra pensar na expressão utilizada, você não acha que se aplicaria a qualquer outra modalidade? “O fisiculturismo é uma questão mental, e não só uma questão física”, diz. “Quando você vai à academia e alguém quer falar de basquete, você tem que esquecer disso, você tem que pensar agora eu estou treinando deltoides, então vou focar no meu treino e não vou falar de basquete”.

O mestre mandou: menos carga e mais repetições Quem observa o homem de 1.73m e 123kg de puro músculo imagina automaticamente que ele é um monstro levantador de peso, mas Greene já declarou que ele nunca será um levantador de peso, preocupado apenas em zerar aparelhos utilizando as cargas máximas. Para ele, o fundamental é a execução do movimento com a maior contração possível. “É um ponto importante a ser esclarecido. Para o músculo crescer ele tem que ser trabalhado. Se a carga é muito alta e você não consegue fazer 15 a 20 movimentos, particularmente no ponto de um iniciante, isso não é interessante”, enfatiza. “Não se preocupe com exercícios de carga máxima com um ou dois movimentos, porque isso não funciona. Como as pessoas que colocam 50kg na barra e fazem uma série de dois movimentos e saem dizendo ‘Uau, eu sou mesmo forte!’”, exemplifica o fisiculturista. “Você não ganha músculos desta forma!”, cutuca. Para ele, o paradigma coloca inclusive a saúde do atleta em risco. “Fazendo desta forma você está colocando seus músculos em risco de lesão. Se você treinar errado logo você lesionara seus ombros, seus cotovelos, muito mais cedo do que o esperado”, lembra.

“Se você faz um treino como este que estamos fazendo, se preocupando na execução correta do movimento, você estimula os músculos a crescerem de forma correta e com maturidade, mas se você tem um bom músculo, com uma boa base, ele está preparado para crescer da forma correta”. Greene lembra também que é preciso oferecer ao corpo as condições ideais para que os músculos se desenvolvam. “Você dá a ele os nutrientes que ele precisa, e você dá a ele o estímulo que ele precisa, e se você fizer isto corretamente, terá excelentes resultados por um longo tempo”, diz do alto dos seus 37 anos. Para ilustrar a importância da relação entre as cargas e a evolução dos atletas, ele utiliza como exemplo Ronnie Colleman, que tem em casa nada menos do que oito prêmios do primeiro lugar do Mister Olympia. “Quando você viu Ronnie Colleman, você viu um homem no ápice de sua performance, um atleta altamente condicionado, muito bem treinado, o cara é um assombro”, elogia. “Na realidade o que as pessoas não entendem é que ele não se preocupava com cargas quando ele começou, o que o permitiu chegar onde chegou e desenvolver seus músculos ao ponto que chegou foram anos, mais anos e mais anos de treino”. Greene lembra do começo da carreira do companheiro de modalidade. “Você não o viu treinando com pesos de quatro libras [1,8kg] no começo de sua carreira, o viu muito depois, 20, 30 anos após o início da carreira, já fazendo coisas incríveis”. Greene quer mostrar o que pode acontecer após passar o tempo e necessário desenvolvendo os ensinamentos as ferramentas básicas do fisiculturismo.

“Quando você vê o Ronnie levantando 800 libras [362,8kg] no deadlift ou 600 libras [272,1kg] no squat, você tem que imaginar o que isso pode acontecer com você também após aprender os fundamentos básicos”, desafia. “No caso dos deltoides, devo focar 100% da minha mente exatamente em que parte dos deltoides quero trabalhar e o movimento contrair, estender, contrair, estender. Hoje você está usando pesos de 4 libras, se você continuar treinando, continuar focado, fazer o negócio de acordo com o seu objetivo, como aumentar sua massa muscular, em seis ou sete anos você pode imaginar o que será capaz de fazer?”. Para ele, essa é a diferença entre os campeões. “Isso é o que aconteceu com o Colleman. Quando você o vê fazendo o que ele faz, não deve pensar em carga agora, tem que pensar na base, habilidades, ficar focado”. O mestre mandou: parar Durante os seus ensinamentos, Kai Greene derruba ainda outro mito: o de ir além das próprias forças. “

Quando você sente que não tem mais forças para completar o movimento que falta, é a hora de parar. Não faça nem mais meio movimento!”, ensina. “Você sabe por quê? Porque é nesta hora que você pode se lesionar. Algo desnecessário. Quando receber informação do seu corpo que deve parar, respeite-o!”.

Perfil Kai Greene

Atleta de Fisiculturismo

Data de nascimento: 12/07/1975

Local: Nova York – EUA

Altura: 1,73m

Braços: 56cm

Tórax: 148cm

Peso em off season: entre 135 – 141kg

Peso em pré contest: 116 – 121kg

Patrocinador: MuscleMeds

Principais Títulos:

Vice-camepão Mr. Olympia – 2012

Campeão Arnold Classic, 2010

Campeão Arnold Classic 2009

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