Você já ouviu falar em matroginástica? Trata-se da ginástica praticada com envolvimento direto entre pais e filhos. Seu desenvolvimento tem, entre outros objetivos, despertar a interação na família e orientar os pais sobre a importância da prática da atividade física para o desenvolvimento das crianças. Os pontos positivos citados são de total importância, visto que atualmente a família está entregue ao segundo ou terceiro plano. Por isso, a matroginástica serve como aliada no crescimento do vínculo familiar. Atrelado a isso, o fator fundamental é a inibição de um problema futuro que vem crescendo nos últimos anos: o sedentarismo.
Um terço da população mundial adulta é fisicamente inativa. Pesquisas também enfatizam que filhos de pais sedentários costumam seguir o mesmo método de vida. É aí que a matroginástica aparece. Ela pode ser o ponto de partida para que a família comece a desenvolver atividades físicas em conjunto, explorando o lado curioso da criança na questão de saber qual exercício lhe agrada mais, por meio da prática de gincanas musicais, gincanas de habilidades e de circuitos, sem a existência da competição. Materiais simples podem ajudar na prática das atividades da matroginástica, como bexigas, jornais, bastões, cordas e instrumentos de percussão. E ocasiões especiais servem também de incentivo para sua aplicação. Exemplos: dia das mães, atividades de início ou término do ano letivo e outras datas comemorativas. Sendo assim, a tendência é que com o tempo os filhos, auxiliados pelo exemplo da matroginástica, busquem desempenhar a qualidade de vida em algum esporte ou meramente como uma atividade física. Já para os pais os benefícios estão ligados à relação família, como a melhoria do convívio dentro do próprio lar. Além da constante relação de troca de experiências com os demais participantes, o que acarretará o incentivo familiar no desenvolvimento de demais atividades físicas em conjunto. Papel fundamental Não dá para falar de matroginástica sem ressaltar a importância da escola no desempenho da ação positiva. Ela é o palco para a difusão dos métodos positivos que rodeiam as atividades entre pais e filhos. Portanto, deve-se atentar e, claro, começar o quanto antes a colocar em prática este tipo de melhoria, principalmente como forma de combate da obesidade infantil, assunto que tem virado alvo de eliminação de muitas instituições de ensino.
A prova de que há esta preocupação é ressaltada com o lançamento em maio último da recente campanha de combate ao malefícios nas escolas pelo Ministério da Saúde. O ministro da saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o quadro brasileiro começa a ficar preocupante, já que uma em cada três crianças e dois em cada dez adolescentes estão acima do peso. A campanha, que faz parte da Semana de Mobilização Saúde na Escola 2013, vai levar 13 mil equipes do Saúde da Família a mais de 30 mil escolas públicas em 2.300 municípios. A previsão do ministério é que R$ 10 milhões sejam investidos no projeto. Grande aliado Entretanto, ressalto que, além dos investimentos, as escolas possuem aliado forte: o professor de educação física. Ele tem função primordial, independente da ação de saúde que será desempenhada. Como é o caso da matroginástica, por exemplo. É ele que pode coordenar e criar grande de atividades em busca de qualidade de vida (combate à obesidade) dos alunos e dos pais. O profissional também é fundamental no combate à obesidade infantil, ainda mais nas escolas de primeira infância.
O assunto “obesidade infantil” desperta o sinal de alerta na cabeça de pais e educadores. A preocupação se dá pela ligação imediata que se faz do tema com a falta de qualidade de vida da criança, principalmente por desencadear uma série de problemas de saúde causados não somente pela má alimentação, mas, também, pela falta de interesse dos menores – logo cedo - pela prática de atividades físicas. A questão é que a atividade física figura como força no combate do problema. As escolas, por exemplo, possuem papel fundamental na evolução da conscientização da criança na relação exercícios e saúde nas aulas de educação física para primeira infância. E a peça importante para que esse plano de ação eficaz funcione é o profissional de Educação Física, que deve se atentar na condução de seus alunos ao máximo de atividades recreativas, como forma de exploração do conhecimento dos mais variados tipos e estilos de práticas, a fim de incentivar a criança ao não desenvolvimento, inicialmente, da competitividade, sem cunho de regras. A criança é logo inserida na atividade física ao ambiente de competição, de resultados e não execução de brincadeiras voltadas ao divertimento. O profissional de Educação Física, utilizando-se das atividades recreativas, pode conscientizar seu aluno dos benefícios de fazer atividades e, com isso, começar também a eliminar pontos que desencadeiam problemas, como a obesidade. A criança precisa do máximo de contato com diferentes atividades. O básico como pular, saltar e correr faz a ligação direta aos pequenos no sentido de entender o que faz bem a eles. Entretanto, já colocá-los a fim de fazer exercícios como modo de competição pode apagar o interesse e o entendimento de que a aula de educação física serve de convívio direto com o bem-estar. Vale salientar que a escola pode fazer um levantamento da obesidade de seus alunos e, a partir disso, juntamente com o professor de educação física e até uma nutricionista, desempenhar trabalho ativo no combate ao malefício. Pais e mães unidos em busca de qualidade de vida para eles e pra seus filhos, irmãos treinando juntos. Todos em busca de saúde e bem-estar.
Márcio Aldecoa Professor de Educação Física desde 1988 pela Faculdade de Educação do ABC. Pós-graduado em Ginástica Especial Corretiva na UniFMU e em Ergonomia, na Universidade difusão de informações de bem-estar com grupos na região do ABC Paulista, em São Paulo.
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