A letra M simboliza realmente o significado de maior. Em nosso caminho das letras saudáveis, ela aparece novamente e merece dois destaques em micronutrientes fundamentais para a saúde do corpo humano. Apresentamos a vocês o Manganês e o Molibdênio, dois minerais importantes para o equilíbrio das reações no organismo. Ambos estão presentes naturalmente na alimentação, mas pessoas que apresentam deficiência podem consumir por suplementação, orienta a nutricionista Michelle Bueno Serra, representante da empresa Nutrilatina. O manganês possui diversas funções: atua no metabolismo de carboidratos e proteínas e é um co-fator de enzimas antioxidantes como a superóxido dismutase (SOD), que tem função vital na proteção antioxidante do organismo. O manganês atua também na ativação da formação do tecido conjuntivo e re-estabelecimento de colágeno e elastina. Dentre as várias funções do manganês, destaca-se seu papel de ativador enzimático em diversas enzimas, a formação de tecido conectivo e esquelético e a participação no metabolismo dos carboidratos e lipídios. Esse mineral ainda participa na formação do colágeno, na síntese do colesterol, da glutamina e dos hormônios sexuais e na capacidade reprodutiva. Além disso, por ser constituinte da enzima superóxido dismutase, atua reduzindo o estresse oxidativo causado pelos radicais livres, explica o nutricionista Felipe Amende Leal. O molibdênio é co-fator de enzimas envolvidas no metabolismo de enxofre e também de aminoácidos sulfurados, assim como é fundamental para o metabolismo de sulfitos. É também co-fator de enzimas essenciais à produção de energia e à formação das células sanguíneas. É rara a deficiência deste mineral no corpo, já que é facilmente encontrado nos alimentos”, diz Michelle Bueno Serra.
Deficiência no organismo
O manganês e o molibdênio são dois micronutrientes que devem estar em quantidades adequadas no organismo a fim de manter o equilíbrio das reações orgânicas e do funcionamento corporal, assim, todas as pessoas se beneficiam destes minerais. Os nutricionistas entrevistados afirmam que como são dois micronutrientes fundamentais ao organismo, a deficiência de ambos pode acarretar alguns sintomas:
Manganês: Sua deficiência pode levar à infertilidade, dermatite, náuseas, vômitos e queda de cabelo, afirma Michelle Bueno Serra. Pode haver ainda queda na tolerância à glicose e alterações no metabolismo de carboidratos e lipídios. Além disso, interferência no desenvolvimento normal do esqueleto, diz Angela Martins. A essencialidade do manganês vem sendo observada há mais de 50 anos, visto que a deficiência desse mineral, na alimentação, tecidos e sangue, tem sido associada a patologias como osteoporose, diabetes, epilepsia, aterosclerose, catarata e cicatrização prejudicada, explica Felipe Amende Leal. As principais fontes de manganês na alimentação são: gérmen de trigo, soja, semente de abóbora, amêndoa, avelã, farinha de aveia, amendoim, batata doce, abacaxi, ostra cozida e suco de tomate.
Quantidade de manganês em alimentos saudáveis (100g de parte comestível) Palmito (do tipo juçara, em conserva): 10.8mg, Coentro (folhas desidratadas): 10.5mg, Açai (polpa congelada) 6.2mg, Farinha de centeio Integral: 3.9mg, Grão de bico (crú): 3.2mg, Linhaça (semente): 2.8mg.
Molibdênio: Sua deficiência se manifesta principalmente através de inabilidade de detoxificar/eliminar sulfitos - que são substâncias que evitam o desenvolvimento de microrganismos e ajudam a manter a cor original dos alimentos industrializados, diz Michelle Bueno Serra. A deficiência em molibdênio não tem sido observada em indivíduos saudáveis. Em apenas um estudo foram relatados alguns sintomas clínicos de sua deficiência, entre eles taquicardia, cegueira noturna, taquipnéia e eventualmente irritabilidade, afirma a nutricionista Angela Martins. Em busca de alimentos As fontes mais ricas de molibdênio são: leguminosos como o feijão, lentilhas e ervilhas, vegetais de folha verde-escura, vísceras, amêndoa, amendoim, castanha do Brasil, castanha de caju, pistache, noz, entre outros.
*Fonte:
Dados obtidos através da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO) do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (Nepa) da Unicamp
Recomendações nutricionais diárias de molibdênio
Lactentes: 0a6 meses - de idade consumir 2 ug/dia
Lactentes: 7a12 meses - de idade consumir 3 ug/dia
Crianças: 1a3 anos - de idade consumir 17 ug/dia
Crianças: 4a8 anos - de idade consumir 22 ug/dia
Homens: 9a13 anos - de idade consumir 34 ug/dia
Homens: 14a18 anos - de idade consumir 43 ug/dia
Homens: 19a70 anos - de idade consumir 45 ug/dia
Homens: Superior a 70 anos - de idade consumir 45 ug/dia
Mulheres: 9a13 anos - de idade consumir 34 ug/dia
Mulheres: 14a18 anos - de idade consumir 43 ug/dia
Mulheres: 19a70 anos - de idade consumir 45 ug/dia
Mulheres: Gravidez inferior a 18 anos - de idade consumir 50 ug/dia
Mulheres: Gravidez 19 a 50 anos - de idade consumir ug/dia 50
Mulheres: Lactação inferior a 18 anos - de idade consumir 50 ug/dia
Mulheres: Lactação 19a50 anos - de idade consumir 50 ug/dia
Produtores de energia
Para os praticantes de exercícios físicos o molibdênio e o manganês são dois minerais importantes, pois o manganês atua no metabolismo de proteínas, o que auxilia na reconstrução muscular e também é importante para o sistema de defesa antioxidante do corpo, e assim como o molibdênio também está envolvido no metabolismo de carboidratos, ou seja, auxilia na produção de energia. Praticantes de atividades físicas regulares e atletas devem se atentar ao consumo destes oligoelementos, pois os mesmos estão relacionados com o relaxamento muscular, o combate aos radicais livres (substâncias formadas em maior quantidade nestes indivíduos) e em inúmeras outras etapas do metabolismo que se não estiverem funcionando adequadamente, podem interferir diretamente no desempenho desses indivíduos, orienta a nutricionista da NeoNutri, Angela Martins.
Suplementação e exercícios físicos
Tanto o manganês como o molibdênio podem ser encontrados em complexos de vitaminas e minerais. Ainda existem poucos estudos que demonstram o papel ergogênico desses minerais. Contudo, quando associamos alguns sintomas da deficiência dos mesmos à prática de atividades físicas, percebemos a importância do consumo do magnésio, seja na redução da ação dos radicais livres (que estão aumentados em quem pratica atividade física), seja na redução dos sintomas que são capazes de comprometer o bom desenvolvimento dessas atividades, afirma o nutricionista Felipe Amende Leal.
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