Exercícios físicos e treinamentos, sejam estes feitos com o objetivo de hipertrofia ou não, geram ao corpo e aos tecidos musculares o que podemos definir como “microlesões”, todo o processo de reparação destas microlesões é feito pelo nutriente queridinho dos marombeiros de plantão: a proteína. Proteínas são macromoléculas presentes em todas as células dos organismos vivos, formadas pela combinação de 20 aminoácidos, essenciais ou não essenciais, em diversas proporções cumprem funções estruturais, reguladoras, de defesa e de transporte. Uma vez no organismo, obtidas pela dieta ou suplementação, as proteínas terão três destinos: anabolismo, catabolismo ou degradação para produção de energia. A qualidade nutricional de uma proteína é dada pelo seu perfil de aminoácidos, a presença de aminoácidos essenciais em sua composição favorece a hipertrofia e reduz o catabolismo proteico trazendo resultados ainda melhores no processo de construção muscular. Atualmente a grande disponibilidade de fontes proteicas dificulta e algumas vezes confunde o consumidor no momento da escolha. O crescente mercado da suplementação oferece opções que vão desde a albumina, passando pelas tradicionais proteínas do leite, chegando até a proteína da carne, uma das mais recentes opções lançadas para venda. A albumina, proteína obtida através da desidratação da clara do ovo, contem aminoácidos essenciais em quantidades e proporções que a tornam uma proteína de alta digestibilidade e alto valor biológico. Em sua composição temos a predominância dos aminoácidos ácido glutâmico, ácido aspártico e leucina, além de quantidades de vitaminas do complexo B, potássio, fósforo e ferro. Dentre as suas desvantagens temos o sabor, a solubilidade e o alto teor de sódio, porém suas vantagens de baixo custo e absorção lenta fazem desta proteína uma excelente opção para refeições como o café da manhã e a ceia.
A partir da proteína do leite extraímos dois componentes: a caseína, correspondendo 80%, e o soro, correspondendo os 20% restantes. Na caseína temos uma proteína de alta qualidade nutricional, de estrutura grande e complexa que apresenta um tempo de absorção grande quando comparada ao tempo de absorção das proteínas do soro do leite, esta absorção faz com que seu uso seja sugerido em períodos onde existem grandes intervalos sem a ingestão de nutrientes. A proteína do soro do leite, também conhecida como whey protein, apresenta um excelente perfil de aminoácidos, sendo caracterizada como uma proteína de altíssimo valor biológico visto sua composição rica em aminoácidos essenciais, especialmente os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). Quando comparada a outras fontes proteicas temos na whey protein o melhor tempo de absorção e digestão o que favorece diretamente o crescimento muscular, e ao ser consumido no período pós-treino esta fonte proteica garante ao organismo o perfil ideal de aminoácidos para total reparação e reconstrução das fibras musculares. Processos industriais garantem ainda três categorias básicas de proteínas provenientes do soro do leite: a proteína concentrada do soro do leite, a proteína isolada do soro do leite e a proteína hidrolisada do soro do leite. Através de processos de filtração teremos as proteínas concentrada e isolada do soro do leite onde a quantidade de proteína se torna maior e consequentemente com menor teor de carboidratos, gordura e água. Na proteína concentrada não temos a proteína na sua forma mais pura, já na proteína isolada temos uma proteína de maior valor biológico apresentando uma quantidade mínima de carboidratos e gorduras.
Na proteína hidrolisada temos uma proteína pré-digerida, o processo de hidrolise no qual a proteína é submetida faz com que suas longas cadeias de proteínas se transformem em pequenos fragmentos o que facilita diretamente sua absorção visto o menor trabalho do sistema digestivo. Dentre estas categorias de proteínas do soro do leite a hidrolisada seria a melhor opção, entretanto seu alto custo faz da proteína isolada a segunda e melhor opção para indivíduos submetidos a dietas de perda de peso ou dietas restritas em quantidades de carboidratos e gorduras. A mais nova fonte proteica disponível nos suplementos é a proteína da carne. Proveniente da carne bovina esta fonte proteica é extremamente superior nas quantidades de aminoácidos quando comparada a um “simples pedaço de bife”. Apresentando altos níveis de creatina, os processos de obtenção desta proteína garantem uma fonte proteica de alto valor biológico, com baixas quantidades de gordura, principalmente colesterol, muito comum nas fontes de proteína animal, garantindo assim maiores ganhos musculares com maior definição e volumização. Esta proteína ainda tem sido sugerida como uma excelente opção de fonte proteica para indivíduos que apresentam tolerância a lactose e não podem realizar o consumo de proteínas do leite. Fontes proteicas de outras origens podem e devem ser consumidas, e também estão disponíveis nos suplementos alimentares. A proteína da soja, por exemplo, é uma excelente proteína de origem vegetal, apresentando boa digestibilidade e excelente perfil de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), glutamina e arginina.
A proteína do trigo, outra fonte proteica de origem vegetal, é uma excelente fonte de glutamina, um aminoácido presente nos plasma e no músculo esquelético benéfico no fortalecimento do sistema imunológico e no processo de construção dos músculos. Proteínas sejam estas de origem animal ou vegetal, concentradas, isoladas ou hidrolisadas, são extremamente importantes e necessárias para a manutenção, desenvolvimento e crescimento muscular, e a combinação destas fontes tem se mostrado muito eficiente para melhores e maiores resultados quando pensamos em hipertrofia muscular. Com tantas opções e benéficos já comprovados acredite: shake proteico já não é mais coisa só pra marombeiro!
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