A expectativa média de vida de um brasileiro está na casa dos 74 anos, segundo dado mais recente divulgado pelo IBGE. Apesar de chegarmos a uma idade cada dia maior, um estudo desenvolvido pela Faculdade de Saúde Pública da USP aponta que os idosos estão vivendo com menor qualidade de vida, já que convivem mais tempo com doenças crônicas típicas da faixa de idade. A saída para chegar a um patamar almejado é a manutenção da qualidade de vida, conquistada, é claro, com atividade física regular e alimentação extremamente saudável. Não é clichê sugerir uma saída como essa, afinal a medicina comprova e oferece a todo momento opções ricas em nutrientes e vitaminas para o consumo e uma infinidade de exercícios físicos, capazes de suar a camisa e garantir 100% de saúde física e mental. O suplemento apresentado nesta edição é um mineral capaz de conferir uma estrutura forte, afinal pode ser encontrado nos ossos. O boro é localizado na maioria dos tecidos, porém sua maior concentração está, além dos ossos, no baço e na tireoide. Ele participa da conversão de substâncias ativas que estão envolvidas na formação de vários hormônios como o DHEA, a progesterona, a testosterona, os estrogênios e o cortisol. “Além disso, o boro pode exercer inúmeras funções metabólicas, entre elas a interação com nutrientes envolvidos no metabolismo ósseo, a modulação imuno-inflamatória, o controle do estresse oxidativo e a prevenção de doenças osteoarticulares, em especial na menopausa”, afirma a nutricionista Miriam Loiola, coordenadora técnica da NeoNutri. O boro é capaz de ativar uma enzima renal que se faz necessária para transformar a vitamina D na sua forma ativa, e a vitamina D é responsável pela deposição de cálcio no osso e pela absorção intestinal do cálcio. “Também reduz a excreção urinária de cálcio, mantendo sua quantidade normal no organismo, o qual favorece seu depósito no osso. Portanto o boro influencia no metabolismo de cálcio, fósforo, magnésio e vitamina D”, explica a nutricionista Talita da Mata, da empresa Ergovita Suplementos e Produtos Naturais.
Descoberto no século passado o boro pode ser encontrado em diversos alimentos da culinária brasileira, tais como as frutas, especialmente as não cítricas, como maçã e pêra, nos vegetais folhosos, nas castanhas e nos legumes. Sua utilização inadequada pode acarretar efeitos colaterais consideráveis, entretanto se utilizado de forma correta o mesmo pode prevenir problemas relacionados a osteoporose em mulheres que já passaram da fase da menopausa, evitando a eliminação de cálcio e magnésio, fator tão comum nessa fase da vida.
SUPLEMENTANDO JÁ
Segundo publicação oficial da Federação das Sociedades Americanas para Biologia Experimental dos anos 80, durante um ensaio clínico os pesquisadores observaram que o consumo de 3mg/dia de boro por sete semanas aumentou de forma significativa ambos o 17-beta-estradiol (conhecido popularmente por estrogênio, um hormônio sexual feminino) e a testosterona em mulheres pós-menopausa. “Além disso, este mineral parece exercer efeitos positivos na massa muscular e produção de força”, afirma o educador físico Tiago Carvalho, coordenador científico do Centro de Estudos e Pesquisas em Exercício Físico e Nutrição da NeoNutri Suplementos Nutricionais. Dez anos mais tarde, um estudo norte-americano feito com bodybuilders por um período de sete semanas objetivou analisar os efeitos da suplementação de boro nos níveis de testosterona, massa magra e produção de força muscular. Os resultados demonstraram aumentos significativos nos níveis de testosterona, massa magra e força máxima. Há dois anos, um outro estudo norte-americano de efeitos comparativos da suplementação de boro diário e semanal sobre hormônio esteróide plasma e citocinas pró-inflamatórias, verificou os efeitos da suplementação de boro nos níveis de testosterona e biomarcadores inflamatórios. Oito voluntários saudáveis foram selecionados para participarem do estudo e ingeriram 10mg de boro por um período de sete dias. “Os resultados mostraram que após o período investigado observou-se alterações significativas nos níveis de testosterona e diminuição de citosinas pró-inflamatórias”, complementou Tiago Carvalho.
A suplementação de boro é realizada ainda quando há deficiência deste mineral no organismo, geralmente em mulheres após a menopausa e dependendo do caso quando há osteoporose ou para a sua prevenção. A reposição de boro também auxilia a prevenir tromboses e auxilia a melhorar a artrite reumatoide. “De fato, a suplementação de boro em humanos e suas reais funções fisiológicas, seja ela na saúde ou em condições patológicas têm ganhado cunho científico nos últimos anos, e sabe-se, que os minerais de forma geral possuem importantes funções regulatórias no metabolismo”, afirma o nutricionista Tiago Carvalho, coordenador do CEPEN - Centro de Estudos e Pesquisas em Exercício Físico e Nutrição. “Como consequência do papel do boro no metabolismo hormonal, suplementos dietéticos que contém este mineral são frequentemente indicados para melhorar a produção de testosterona, aumentar a massa e a força muscular, melhorar a absorção de cálcio e manter a densidade óssea”, afirma a nutricionista Miriam Loiola. Os estudos com o boro são poucos e ainda com resultados discutíveis na comunidade médica em relação à menopausa. O que se sabe de concreto é que ele melhora a perda urinária de cálcio e magnésio, que são importantes para os ossos, portanto melhora teoricamente o estado de osteoporose. “Sabe-se que também melhora os níveis de estrogênio e testosteronas, que estão bastante diminuídos na menopausa; porém os estudos não citam nada em relação ao aumento da incidência de câncer de mama e de endométrio, por conta do aumento de estrogênio”, afirma a ginecologista Dra. Maria Beatriz Piraí e complementa: “A dose para osteoporose varia entre 1 a 3mg /dia, fracionado e o excesso de boro pode levar a diarreias, vômitos, náuseas, tonturas, reações alérgicas na pele”.
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