Nossa sopa de letrinhas está à mesa e já pode ser servida. A colherada desta vez é uma letra 10 em nome e ação. Protetora do coração e parceira da melhor performance, a coenzima Q10, também conhecida como CoQ10, vitamina Q10 ou ubiquinona, é uma molécula lipossolúvel, ou seja, pode ser diluída em gorduras. Possui ação antioxidante, portanto é uma potente captadora de radicais livres, além de ser estimulante do sistema imunológico. A coenzima Q10 se faz presente em praticamente todas as células do organismo que participam dos processos de produção de ATP, então, órgãos com maior demanda energética apresentam maiores concentrações dessa substância, sendo produzida, por exemplo, no cérebro, nos rins, no fígado e no coração. A produção dessa vitamina pelo corpo depende da ação de um aminoácido que ocorre naturalmente no corpo, a tirosina. “A CoQ10 é uma coenzima de ocorrência natural encontrada em grandes quantidades nas células cardíacas onde ela consegue aumentar a oferta de oxigênio ao coração, melhorando a performance nos exercícios, aumentando produção de energia e poupando o coração de esforços extras”, explica a nutricionista especialista em Nutrição Esportiva e certificada em musculação pela FPA, Giovana Guido. A coenzima Q10 possui função fisiológica. “Não existem estudos de recomendação exata desta substância. Ela participa de um processo da cadeia respiratória celular e tem papel antioxidante. Possui ainda função diminuidora do estresse oxidativo, sem falar na produção de energia.
Existem aspectos importantes em relação a ela, como o aumento da captação de oxigênio pela célula e essa função se apresenta como alternativa interessante para quem pratica exercícios. Similarmente, temos essas condições em diferentes doenças como o câncer, o mal de Parkinson, entre outros males”, explica a nutricionista do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e especialista em Fisiologia do Exercício, Alessandra Imaizumi Grisante.A coenzima Q10 é muito útil para pessoas com problemas cardiovasculares que se exercitam, pois além de melhorar a performance no esporte, protege o coração. Ideal também para portadores de diabetes, hipertensão e os males de Alzheimer e Parkinson. A deficiência tem sido associada à falência cardíaca congestiva, doença isquêmica do coração, cardiomiopatia, hipertensão, hipertiroidismo e câncer de mama. “Na insuficiência cardíaca, por exemplo, é mais importante mantermos uma alimentação saudável, com baixo teor de sal e quantidade limitada de líquidos (conforme orientação do médico), do que propriamente suplementação de qualquer micronutriente. A avaliação da sua necessidade deve ser individualizada”, explica, a cardiologista especializada em Esporte e Reabilitação Cardíaca do Incor (Instituto do Coração - HCFMUSP), Dra. Amanda Gonzales Rodrigues. “Pessoas em uso de estatinas (remédio para controle do colesterol sanguíneo) normalmente apresentam sintomas de dores e fraqueza muscular, além disso, diversos pesquisas indicam que as estatinas diminuem os níveis de CoQ10 no organismo. Um estudo realizado com pacientes em uso de estatina com suplementação de CoQ10 demonstrou melhora dos sintomas destas manifestações”, conta a nutricionista Giovana Guido.
VITAMINA NO PRATO E NA CÁPSULA
Alimentar-se com opções ricas em nutrientes é uma opção pra lá de recomendada e válida para todas as pessoas. Para quem possui um desgaste energético mais intenso como os praticantes de atividades físicas e os atletas, esse consumo é mais indicado ainda. Produzida naturalmente pelo corpo, a vitamina Q10 é uma aliada para quem busca um rendimento maior para a prática de qualquer movimento corporal, afinal é protetora do coração e auxilia na oxigenação das células. Essa vitamina 10 é encontrada em diferentes alimentos como o leite, o iogurte desnatado e a carne. Além desses a vitamina está presente nas aves, nos peixes como a truta e a arenque, nos vegetais como o brócolis e a couve-flor, nas frutas como o morango, o abacate, a laranja e nas oleaginosas como o amendoim, as castanhas e o gergelim. Obter a coenzima Q10 nos alimentos é uma alternativa viável graças a grande variedade de produtos disponíveis, mas a suplementação também pode auxiliar nessa obtenção. Envelhecimento, maus hábitos alimentares, estresse e infecções afetam a capacidade humana de fornecer quantidades adequadas de CoQ10. “Portanto a suplementação é indispensável. Após 30 a 35 anos de idade, o organismo começa a perder a sua capacidade de sintetizar CoQ10 de alimentos e pode desenvolver a sua deficiência. A suplementação se faz importante já que a falta desta coenzima pode causar danos no cérebro e no coração. Além disso, no uso tópico atenua rugas e linhas de expressão e diminuiu o estresse oxidativo da pele, limpando os radicais livres do corpo humano”, explica Giovana Guido. Indivíduos com baixa concentração plasmática da Q10 tendem a se beneficiar mais com a suplementação desse composto. “Estudos indicam que dosagens entre 200 e 300mg/dia de CoQ10 seja o suficiente para elevar sua concentração plasmática, porém existe uma carência de estudos científicos que investiguem dosagens menores”, afirma o mestre em Ciências do Movimento Humano da Integral Médica, Gustavo Barquilha.
EXERCITANDO-SE “
Não existem estudos contundentes em humanos que conseguiram demonstrar que a suplementação de CoQ-10 melhora a performance no exercício avaliado pelo consumo de oxigênio (VO2). Sabe-se que a produção dessa enzima diminui naturalmente com a idade e encontra-se diminuída em indivíduos com insuficiência cardíaca, mas também não existem estudos que mostrem melhora da função cardíaca com a suplementação. O estudo apresentado no Congresso Europeu de Insuficiência Cardíaca sugere que a suplementação de CoQ-10 nesses indivíduos doentes diminui a mortalidade e as internações por insuficiência cardíaca porém o estudo ainda não foi publicado e devemos esperar a discussão dos resultados para mudarmos as condutas na prática clínica”, afirma a cardiologista especializada em Esporte e Reabilitação Cardíaca do Incor (Instituto do Coração - HCFMUSP), Dra. Amanda Gonzales Rodrigues. O exercício físico intenso ou de longa duração aumenta o consumo de oxigênio e a ativação de vias metabólicas específicas, provocando estresse oxidativo, podendo resultar em dano tecidual e/ou produção de compostos tóxicos aos tecidos. “Neste sentido, alguns estudos têm apontado marcadores de estresse oxidativo determinados no sangue ou na urina como promissores indicadores da síndrome do excesso de treinamento, também conhecido como overtraining. O overtraining pode causar queda na performance, distúrbios alimentares e de humor, com uma interrupção parcial ou total do treinamento. O CoQ10 tem um importante papel antioxidante, participando na remoção de elétrons e prótons da cadeia respiratória e na regeneração de outros antioxidantes”, orienta o mestre Gustavo Barquilha.
ENTENDA TUDO SOBRE...
Insuficiência Cardíaca é uma doença que acomete o músculo do coração fazendo com que ele não consiga bombear a quantidade de sangue suficiente para atender as necessidades do organismo. “Para simplificar: o coração é uma bomba propulsora, que manda sangue rico em oxigênio para todos os nossos órgãos. Algumas doenças enfraquecem essa bomba (músculo do coração) trazendo diversas consequências para todos os órgãos e sintomas para o indivíduo”, explica a cardiologista, Dra. Amanda Gonzales Rodrigues.
DICA DO ESPECIALISTA
Dose usual: de 50-100mg ao dia. “É interessante associar ao selênio e vitamina E para potencializar os efeitos antioxidantes e de proteção cardiovascular”
O CoQ10 GARANTE AO PRATICANTE DE ATIVIDADE FÍSICA: •Produção de energia; •Aumento no tempo de exaustão no exercício aeróbio; •Diminuição da fadiga; •Possui ação antioxidante; Invista em: Exercícios de força e principalmente exercícios aeróbios!
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