É considerado praticamente impossível remover todo o estresse de nossas vidas, afinal ele faz parte do cotidiano e, portanto, não pode realmente ser evitado. No entanto, é necessário ser capaz de gerir esse estresse para não resultar em problemas de saúde tais como: doenças cardiovasculares, ansiedade, insônia, depressão, síndrome do pânico, perda de memória, distúrbios digestivos, doenças auto-imunes e síndrome da fadiga crônica. Em atletas e praticantes de atividade física o acúmulo de estresse pode resultar em perda de massa muscular, queda de performance, lesões musculoesqueléticas e até a síndrome do sobre treinamento, o tão conhecido overtraining. Daí a importância da capacidade de lidar e modular o estresse.
Adaptógenos compreendem um grupo farmacoterapêutico de preparações à base de plantas utilizadas para aumentar a resistência à fadiga e prevenir, minimizar ou reduzir os danos induzidos pelo estresse e transtornos relacionados ao sistema imunológico e condições emocionais.
Existem várias plantas que podem ser usadas como adaptógenos, tais como: Withania somnifera, Panax ginseng, Eleutherococcus senticosus, Schisandra chinensis, Glycyrrhiza glabra, Bacopa monniera, Centella asiática e Rhodiola rosea.
PRAZER, EU SOU A RHODIOLA ROSEA
Também conhecida como raiz dourada ou raiz do ártico, a planta foi categorizada oficialmente como um adaptógeno por investigadores russos em 1947, mas a sua utilização é bem mais antiga, remonta desde 77 DC quando o médico grego Dioscorides realizou o primeiro registro do uso medicinal da planta, intitulado como “De Matéria Médica”. A partir daí ela passou a ser citada em diversas publicações científicas da Suécia, Noruega, França, Alemanha, União soviética e Islândia. A planta cresce em altitudes de até 4500m acima do nível do mar em fendas de rochas na montanha e em penhascos no mar de regiões árticas (principalmente na Sibéria) e América do Norte, incluindo a Grã-Bretanha. É uma planta popular em sistemas médicos tradicionais nos países nórdicos, na Europa Oriental e na Ásia, possui uma reputação de estimular o sistema nervoso, diminuindo a depressão, melhorar o desempenho físico e mental, eliminando a fadiga e prevenindo doenças relacionadas a grandes altitudes. Cento e quarenta compostos já foram isolados de raízes e rizomas da Rhodiola rosea, estando presentes diversas substâncias ativas como: Fenóis, Salidrosídeo, Glicosideos cinâmicos, Rosavina, Rosarina, Rosina; Flavonóides glicosilados, Taninos, Ácido Gálico; Óleos essenciais: Decanol, Geraniol, 1,2- pmentadienol.
As substâncias mais significativas para a área terapêutica são os flavonóides, fenilpropanóides, ácidos fenólicos (clorogênico, hidroxicinâmico e ácido gálico), monoterpenos, triterpenos e os derivados do feniletanol. O uso medicinal tradicional da planta, além da utilização clínica moderna, como referenciado em publicações científicas e farmacopéias oficiais, contribuem para fundamentar o uso clínico bem estabelecido. A Rhodiola rósea é geralmente comercializada como extrato seco padronizado e deve sempre apresentar o mínimo de 1% de Rosavina e 3% de Salidrosídeos.
ALIADA DO BOM DESEMPENHO
Com base em um dos mecanismos de ação propostos e dados experimentais disponíveis, a Rhodiola rósea leva a um aumento na concentração de Beta-Endorfina no plasma sanguíneo, que inibe as alterações hormonais indicativas de estresse. Ela parece oferecer uma vantagem sobre os outros adaptógenos em situação de estresse agudo (curto período de tempo). Uma dose única de Rhodiola rosea antes do estresse agudo produz resultados favoráveis e evita perturbações induzidas pelo estresse em função e desempenho. Uma vez que muitas situações de estresse são agudas na natureza, e por vezes, imprevisíveis, um adaptógeno que pode ser usado de forma aguda, nestas circunstâncias, em vez de exigir a suplementação crônica, poderia ser potencialmente muito útil.
A Rhodiola rósea também oferece alguns benefícios cardioprotetores não associados a outros adaptógenos. Embora o número de estudos científicos bem controlados realizados em seres humanos seja limitado ou inexistente, dificultando a avaliação e comprovação sobre o efeito ergogênico dos adaptógenos, no esporte de alto rendimento essa planta costuma ser usada como parte da suplementação pré-treino ou pré-competição, principalmente, nas atividades ou competições de endurance (Ex: corridas de aventura, ultramaratonas, maratonas aquáticas, ironman, ciclismo de longa distância). Os efeitos adversos podem ocorrer em indivíduos ansiosos ou com estados de excitação, sintomas de agitação e irritabilidade. Devido a este fato, indica-se tomar a suplementação durante o dia a fim de não interferir no sono, principalmente no início do tratamento. Pacientes com pressão arterial elevada devem evitar esse tipo de medicação. Evidências de segurança e utilização de Rhodiola rosea durante a gravidez e lactação não foram divulgados. Aparentemente a Rhodiola rosea não apresenta interações com outras medicações, mas pode haver efeitos aditivos com outros estimulantes, não sendo recomendável também seu uso antes de cirurgias e em pacientes sob tratamento anticoagulante. A Rhodiola rosea é liberada pela ANVISA e vendida em farmácias com um nome comercial.
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