TRX, o treino suspenso

Economizar espaço é fundamental em uma Era onde o mundo está cada vez mais povoado. É só olhar ao redor e perceber o número cada dia maior de construções verticais. Prédios e obras de dois andares ou mais são opções interessantes para abrigar mais e mais pessoas em um mesmo complexo habitacional ou empresarial. Pensando em compactar um estilo de exercício capaz de ser transportado para qualquer lugar, em um mínimo espaço, com pouco peso e fácil de ser aplicado onde quer que haja uma barra de sustentação, foi criado um novo aliado para a prática saudável de exercícios físicos: o TRX. Sua sigla remete ao treino em suspensão ou simplesmente treino suspenso e aconteceu para servir de treinamento a soldados da marinha norte-americana. Pela dificuldade em transportar grandes, pesados e muitas vezes desajeitados aparelhos para a prática de exercícios, - como a musculação -, fitas de paraquedas ou de borrachas começaram a ser utilizadas para alongar e executar movimentos mais complexos. Assim surgiu o TRX, da marinha para as academias.

Atualmente as tiras encontradas pelas academias são feitas em nylon, ligadas a ganchos e manoplas. É preciso que haja uma estrutura fixa para que essas fitas sejam presas e assim uma série infinita de possibilidades pode ser iniciada. “O treino pode ser feito em qualquer lugar, o único requisito básico é ter um ponto de fixação chamado de ancoragem. Temos alguns métodos para mensurar a intensidade. Um deles é o ângulo do corpo perante a ancoragem, onde quanto mais o corpo estiver inclinado ficando suspenso, mais o exercício se torna desafiante e intenso. Outro fator de controle é o desequilíbrio criado pela fita, pois por ela ter um ponto de ancoragem faz com que o corpo se posicione de forma a necessitar se estabilizar para gerar o movimento, aumentando a intensidade do exercício”, explica o master trainer em Certificação de Treinamento Suspenso no Brasil, o educador físico, César Lobão. A aplicação do TRX deve ser conduzida por um personal trainer habilitado. “É ele quem tem a possibilidade de experimentar plataformas de treinamento que normalmente ficam limitadas nas classes coletivas ou na sala de musculação - equipamentos portáteis exclusivos, lugares diferentes ou disponibilidade de horário. A imensa biblioteca de exercícios e alternativas de elaboração de programas faz do TRX uma ferramenta poderosa na atuação do personal. Muito mais importante que isso, a certificação mundial oficial TRX permite explorar o universo do treinamento suspenso como ninguém, além de manter-se conectado com os desenvolvedores deste sistema de treinamento e promover o melhor atendimento possível aos seus clientes”, conta o master trainer em Certificação de Treinamento Suspenso no Brasil, o educador físico, Paulo Magoo.

TRX: PARA QUÊ E PARA QUEM?

Um corpo condicionado está pronto para aguentar da melhor maneira as dificuldades enfrentadas todos os dias. Por exemplo, uma simples caminhada pode ser um exercício pra lá de complexo para quem tem uma vida sedentária e não dispensa o carro para qualquer locomoção. Logo é preciso se movimentar para criar o condicionamento físico necessário para seguir em frente. “Quem pratica o TRX encontra uma lista de benefícios, como a melhora da resistência muscular, da flexibilidade, do sistema cardio-vascular, da estabilidade do corpo, da ativação do centro do corpo chamado de ‘CORE’ e principalmente uma melhora funcional corporal desenvolvendo um excelente equilíbrio motor”, explica Lobão. “O TRX pode ser praticado independente de sexo, idade, aptidão física, nível de condicionamento físico e até para prevenir ou reabilitar. Inclusive é utilizado no tratamento de portadores de deficiência física (PNE). O profissional direciona tanto para fitness, como para treinamento e reabilitação”, explica a técnica educacional da TRX Brasil, a educadora física, Cristiane Saddi. O TRX usa o peso corporal como referência de sobrecarga - esta é a referência mais antiga da humanidade - logo qualquer pessoa sem restrição médica específica pode praticar o TRX. “Quando há restrição específica, ajustamos exercícios e programas para reabilitação com profissionais habilitados para isso. De forma geral, recomendamos avaliação física pré-treinamento para iniciar qualquer atividade física e avaliação médica para indivíduos acima de 35 anos”, explica Paulo Magoo. O resultado pode chegar mais rápido do que se imagina. “Como o TRX tem a característica de execução integrada de movimentos, os resultados se notam em pouco tempo (30 dias para quem prática entre 3-4 vezes/semana), inicialmente na eficiência corporal e depois na morfologia e na forma corporal”, orienta Magoo. Não existe limite para a criação de novos exercícios. “Atualmente são mais de 700 exercícios catalogados pela TRX mundial, sem contar com nossos instrutores que desenvolvem continuamente o programa com novas abordagens de exercícios. Estes exercícios são divididos em bibliotecas que integram diversas cadeias musculares em segmentos corporais e planos de movimento, gerando planilhas modernas de treinamento visando a aptidão total ou com foco em qualquer objetivo físico específico. Para cada exercício existem opções de intensidade para qualquer nível de aptidão física, permitindo a elaboração de programas multitarefas que visam aptidão total ou específica”, conta Magoo.

QUANDO TUDO COMEÇOU

Em meio às obrigações originadas pelas expedições marítimas, como praticar musculação em navios, sem espaço adequado para abrigar os aparelhos apropriados para execução dos exercícios em séries? No final da década de 90, Randy Hetrick, hoje um ex-comandante do grupo de elite da marinha norte-americana, Navy SEALs, -considerado o principal esquadrão de elite mundial, iniciou as primeiras experiências com aquele que seria o TRX, mas como? Uma faixa de judô levada acidentalmente em uma missão serviria como instrumento ideal para o início da prática do TRX. Ao amarrar a faixa em uma porta, Hetrick começou a criar movimentos similares aos realizados em academias. Com o passar dos dias, a técnica começou a ser aprimorada através de cordas de paraquedas, e assim, o TRX foi criado.

QUERO EMAGRECER, QUERO GANHAR MASSA!

Oba, o TRX é bom para ambos os desejos! Mas como e por quê? Quem explica é o personal trainer Paulo Magoo: Para emagrecer, porque é um programa de treinamento auto-regulável. Desta forma, o praticante pode aumentar ou reduzir a intensidade do exercício mesmo durante as séries, de acordo com o seu conforto ou objetivo. Isso regula o consumo calórico e com isso se torna aliado mensurável no equilíbrio entre a energia que ingerimos e a energia que consumimos. Para ganho de massa, pois os estímulos da prática são aliados nessa conquista. Os ganhos de massa muscular estão relacionados com genética, alimentação, repouso qualificado, intensidade, duração e frequência dos estímulos - nosso corpo não lê que tipo de equipamento estamos usando. Se adequarmos o programa de treinamento aos princípios do treinamento de força com parâmetros isolados e integrados, os ganhos de massa muscular podem ser substanciais.

A LIBERDADE EM SUAS MÃOS!

As últimas pesquisas relacionadas ao comportamento das pessoas sugerem que os resultados mais significativos ocorrem com as modalidades de treinamento e locais que as pessoas mais gostam de praticar. Logo, é possível aplicar programas exclusivos com TRX ou agregados a outros equipamentos ou programas. A vantagem do TRX é que você pode levar para qualquer lugar, ao contrário das máquinas tradicionais de musculação. O corpo lê estímulos, não equipamentos.

Fontes consultadas:

César Lobão: Educador físico, Master Trainer em Certificação de Treinamento Suspenso no Brasil Cristiane Saddi: Educadora física, técnica educacional da TRX Brasil

Paulo Magoo: Educador físico, Master Trainer em Certificação de Treinamento Suspenso no Brasil TRX Brasil