Como já é sabido em uma série de seções, as vitaminas e os minerais são essenciais para o bom funcionamento do organismo. Muitos componentes desta lista não são conquistados através do simples funcionamento corporal, portanto é preciso ingeri-los através de uma rica alimentação. Quando a necessidade é extrema, a suplementação alimentar entra em cena para satisfazer todas as exigências e assim garantir a manutenção perfeita da saúde. Ainda bem que ela existe! Denominadas inicialmente por longos (e complexos) nomes científicos, as vitaminas aos poucos foram batizadas com letras para serem facilmente compreendidas e assim, serem introduzidas sem medo e sem erro ao cardápio do ser humano.
Nesta edição, apresentamos a S-metilmetionina, ou simplesmente vitamina U. Apesar de ter a letra U, ela não é a última da lista. Na próxima edição, encerram-se as opções. Mas a pergunta é: porque letra U? O efeito antiúlcera proporcionado pelo consumo dessa vitamina foi determinante para o seu batismo. “Existem poucos trabalhos que demonstram um efeito benéfico sobre os mecanismos de defesa gástricos, principalmente a produção de mucina. Não há, no entanto, qualquer medicamento que seja produzido à base desta substância. Teoricamente, portanto, o uso de alimentos ricos de S-metilmetionina, poderia ser útil para proteger a mucosa gástrica, reduzindo, assim, a chance de surgirem úlceras pépticas”, explica o gastroenterologista, Dr. Láercio Tenório Ribeiro, membro titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
Saiba mais no quadro Entenda tudo sobre. Segundo a Associação Brasileira de Medicina Complementar, um estudo russo aponta para o efeito antidepressivo do uso da vitamina U. Os autores deste estudo sugerem novas pesquisas para a comprovação do mesmo. “Essa vitamina é conhecida por apresentar uma importante função na reparação tecidual, melhorando a cicatrização da pele por mecanismos ainda desconhecidos”, explica a dermatologista Fernanda Aguirre, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A vitamina U está disponível para suplementação oral somente através da alfafa em pó. Na alimentação a vitamina é encontrada em repolhos, espinafre, couve-flor, brócolis, salsa, nabo e couve.
LEMBRE-SE, COMA CRU!
A vitamina U pode ser consumida agora mesmo e de maneira muito fácil. Se o seu paladar adora o gostinho da couve e do repolho, prepare-se para garantir a quantidade exata de vitamina U ideal para o bom funcionamento do corpo, além, é claro, do alívio para quem sofre com a úlcera. “O repolho e a couve são alimentos que contêm uma boa concentração de vitamina U e vem sendo utilizado em tratamentos antiúlceras, em especial a couve verde ou branca que têm uma maior capacidade para neutralizar a acidez e promover a cura”, explica a nutricionista Maria Clara Cunha.
A preparação do repolho e da couve é simples: crua! “Tanto o repolho como a couve devem ser preparados crus, pois quando cozidos perdem parte dos nutrientes que favorecem a ação antiúlcera. Uma boa dica é preparar as folhas do repolho em saladas cruas, já a couve o ideal é ingerir o sumo/suco para que se tenha um melhor aproveitamento dos nutrientes, favorecendo assim no tratamento da úlcera”, complementa Maria Clara.
Entenda tudo sobre... A endoscopia digestiva descreve, basicamente, dois tipos de lesões em que há solução de continuidade na mucosa: as erosões e as úlceras. As úlceras são as lesões que ultrapassam a muscular da mucosa, camada do órgão que fica logo abaixo da mucosa, enquanto que as erosões se limitam às camadas: mucosa e muscular da mucosa. “Qualquer pessoa pode apresentar uma úlcera péptica. Obviamente, há fatores que predispõem alguns grupos a uma maior probabilidade de apresentar a doença: genéticos, ambientais (medicamentos, estresse físico, infecção pelo Helicobacter pylori, etc.). Entre os medicamentos, os que estão mais associados à úlcera péptica são os anti-inflamatórios não esteróides e o AAS.
Outros medicamentos podem desencadear a doença, dependendo da tolerância individual”, explica o gastroenterologista, Dr. Laércio Tenório Ribeiro.
A ALFAFA É...
...uma leguminosa que contém pouquíssimas calorias. Em 100g existem apenas 29kcal, sendo pouco consumida na refeição dos brasileiros. “Uma sugestão é adicionar à dieta uma suplementação de alfafa em pó para corrigir e prevenir deficiências futuras de vitaminas, minerais, proteínas, ou aplicação em tratamento de úlcera”, orienta a nutricionista Maria Clara Cunha. Além da vitamina U, na alfafa são encontradas as vitaminas A, D, E, B6, cálcio, ferro, manganês, fósforo, potássio, cloreto e silício.
A alfafa apresenta em sua composição nutricional, uma quantidade significativa de vitamina U, apresentando ação antiúlcera, aumentando a ação enzimática no intestino, reduzindo a secreção de ácidos do estômago. “A alfafa é rica em clorofila que é rica em vitamina U potente no tratamento de úlceras. Ela ajuda a alcalinizar o ácido do estômago e facilita a digestão”, explica a nutricionista Talitta Maciel.
PALAVRA DO ESPECIALISTA
Segundo o gastroenterologista, Dr. Laércio Tenório Ribeiro, “diferente do que se pensa, o portador de úlcera gástrica não está obrigado a utilizar sucos apenas centrifugados ou alimentos liquidificados.
É suficiente mastigar bem os alimentos e evitar aqueles que lhe causam sintomas. O paciente deve observar se algum alimento lhe causa sintoma, quando ingerido, e evitá-lo, uma vez que isto demonstra uma intolerância pessoal”.
VALORES NUTRICIONAIS
A couve e o repolho são hortaliças que se destacam pelo teor de vitaminas (Vitamina A, C, complexo B, K), cálcio, ferro, magnésio e manganês presentes em sua composição nutricional. A nutricionista Maria Clara Cunha fornece os dados nutricionais de ambas, com valores referentes a 100g:
Valor energético
Carboidratos Proteínas Vitamina C Potássio
Couve 25kcal 5,8g 1,3g 36,6mg 170mg
Repolho 30,9kcal 7,2g 1,9g 43,2mg 328,1mg
Fontes consultadas:
Maria Clara Cunha: Nutricionista Talitta Maciel: Nutricionista, membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional
Dra. Fernanda Aguirre: Médica dermatologista, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Dr. Laércio Tenório Ribeiro: Médico gastroenterologista, membro titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
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