Sabe aquela sensação de coração apertado por algo que certamente sentiremos saudades daqui algum tempo? Pois bem, a seção Vitaminas e Minerais chega a sua última participação, com sentimento de dever cumprido, afinal uma vasta lista de nutrientes fundamentais ao bom funcionamento do corpo humano foi apresentada, e a devida orientação de consumo foi aplicada aos leitores, sempre embasada em um conteúdo desenvolvido por profissionais de peso no mercado de saúde. O abecedário chega ao final com a letra Z e ela nos apresenta um poderoso aliado para a manutenção da qualidade de vida: o zinco.
Trata-se de um micronutriente essencial em qualquer fase da vida, pois, independente da idade, ele está relacionado com os impulsos nervosos e a regulação da síntese proteica. “A importância do zinco para humanos é relativamente recente para a Medicina e se iniciou a partir dos anos 1960. O zinco participa de inúmeras reações bioquímicas no nosso organismo. Possui função catalítica, reguladora e estrutural. Ele é fundamental para o desenvolvimento e crescimento das células, alocação de genes, formação de proteínas, produção de enzimas, secreção de insulina e sinalização entre as células, dentre muitas outras funções”, explica Ricardo Rosenfeld, Diretor Médico da Divisão Nutricional da Abbott.
O zinco é importante para a pele, para o crescimento de tecidos, para a imunidade, para o bom funcionamento do cérebro, para o controle da glicose, produção de glóbulos vermelhos e recuperação de mucosas. “O zinco pode ser consumido isoladamente para potencializar suas funções no organismo ou associado a outros micronutrientes, por exemplo, o magnésio”, explica a nutricionista da Nutrilatina, Daniela Tolari. Segundo ela, o magnésio e o zinco são minerais presentes em inúmeras reações enzimáticas e processos metabólicos, portanto são importantíssimos para o equilíbrio das atividades orgânicas e para o funcionamento corporal e são indispensáveis para a contração muscular, impulsos nervosos e regulação da síntese proteica. Tanto para adultos como para crianças, existe a preocupação em manter uma quantidade de zinco ideal na alimentação diária. Nos idosos a falta de zinco é frequentemente reconhecida pela anemia, alteração no olfato e paladar, queda de cabelo, e lesões semelhantes a uma erupção na pele, como uma dermatite. “No caso das crianças a importância está relacionada ao crescimento e desenvolvimento, seja ele estrutural (altura) ou orgânico (cérebro, imunidade ou produção de proteínas).
No entanto as crianças estão em risco de deficiência rápida de zinco por má alimentação e nos casos da diarreia. Nessa situação, se a criança, além da diarreia, tiver uma alimentação deficiente, o risco de vida é alto, pois as reservas de zinco estão muito baixas”, explica Dr. Ricardo. O zinco é abundante na natureza, presente em quase todos os alimentos. Carnes, crustáceos e peixes possuem o dobro de zinco dos vegetais. O organismo tem uma eliminação alta de zinco, o que faz com que a ingestão do micronutriente deva ser diária e em quantidade suficiente. Os vegetais, por serem ricos em fitatos, não liberam zinco com facilidade para absorção intestinal. “Esse é um cuidado para os indivíduos que fazem dietas com base vegetariana ou macrobiótica. Nesses indivíduos o cuidado com uma ingestão suficiente de vegetais é fundamental. Se a alimentação é suficiente em carnes, a deficiência de zinco é rara. Portanto, uma alimentação rica e variada é a melhor forma de consumir zinco”, orienta Dr. Ricardo.
TRATANDO A DESIDRATAÇÃO
Uma das principais causas de desidratação no Brasil é a diarreia, que se caracteriza por ser uma das principais causas de mortalidade nos países em desenvolvimento, especialmente quando se trata de crianças menores de seis meses. As mortes por diarreia acontecem pela soma de dois fatores: desidratação e morbidade por desnutrição. Por ser uma doença autolimitada e de tratamento simples, o diagnóstico preciso, a reposição hídrica e a manutenção da dieta, são medidas que evitam a morte e a desnutrição. Mas qual relação ela teria com o zinco? É simples, nesse tipo de desidratação o corpo necessita de zinco, pois ele é importante para o crescimento e o desenvolvimento das células do intestino, tendo uma relevante função na manutenção do sistema imunológico saudável, consequentemente reduzindo a diarreia. “
A reposição do zinco deve acontecer tão logo que a diarreia tenha iniciado, pois o nutriente ajuda na redução da duração e severidade do episódio, reduzindo o risco de desidratação”, afirma Ricardo Rosenfeld, Diretor Médico da Divisão Nutricional da Abbott. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) recomendam a reposição do zinco no tratamento de quadros de diarreia, frequentes durante o verão. A OMS recomenda o uso de zinco para todas as crianças com diarreia, na dose de 10mg para menores de seis meses e 20mg para os maiores, iniciando o mais precoce possível e mantendo por 10 a 14 dias.
A suplementação de zinco deve ser iniciada assim que a criança puder ser realimentada e tiver completado quatro horas de hidratação. Sua suplementação diminui a gravidade e a duração do problema, atuando ainda na prevenção de novos episódios pelo menos nos próximos 2 ou 3 meses, pela sua ação no sistema imunológico. Segundo o Ministério da Saúde, só em 2012 o país registrou aproximadamente 400 mil internações por causa da diarreia.
A PRESENÇA DO ZINCO
Esse micronutriente está presente em muitas opções em alimentos saudáveis, entre eles:
Mingau tradicional: 15,2mg
Fermento biológico: 11mg
Farinha de arroz: 8,5mg
Cereal matinal de milho: 8,5mg
Acém moído e cozido: 8,1mg
Patinho grelhado: 8,1mg
Lagarto cozido: 7,0mg
Soja em pó: 5,8mg
Semente de gergelim: 5,2mg
Coentro e folhas desidratadas: 4,7mg
Feijão rosinha: 4,0mg
*Dados retirados da TABELA TACO –
Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da UNICAMP Fontes consultadas: Abbot: Empresa global de saúde Ricardo Rosenfeld: Diretor Médico da Divisão Nutricional da Abbott Daniela : Nutricionista da Nutrilatina
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