VITAMINAS E MINERAIS DE A a Z

Vitaminas de A a Z: Selênio

O S de nossa sopa de letras mágicas para o bom funcionamento do organismo traduz o sucesso de um verdadeiro protetor. Reduzindo o risco de cânceres como o de pulmão e o de próstata e agindo no combate aos radicais livres, atuando contra o envelhecimento, fortalecendo o sistema imunológico e atuando no equilíbrio da tireóide

Vitaminas de A a Z: Selênio “O selênio é extremamente importante para o estabelecimento de um crescimento normal, fertilidade e prevenção de várias doenças.
Crédito: REVISTA SUPLEMENTAÇÃO

Quem pretende viver da maneira mais saudável possível busca elementos capazes de fornecer ao organismo tudo aquilo que possa servir como combustível e ter motivos infinitos para sorrir para a vida. Exercitar-se e alimentar-se adequadamente são ações indispensáveis para adquirir uma saúde em dia, mas a dúvida sempre é companheira constante na hora de saber: qual é a melhor opção pra mim? A SuplementAção te ajuda nesta missão! Sempre com o propósito de auxiliar, criamos a seção de Vitaminas e Minerais para apresentar e explicar a ação de uma lista escolhida a dedo, entre os itens campeões de uma nutrição balanceada.

O fim desta trajetória se aproxima com a apresentação da letra S, de selênio, um mineral protetor. “O selênio é extremamente importante para o estabelecimento de um crescimento normal, fertilidade e prevenção de várias doenças. É um nutriente essencial que está relacionado a funções enzimáticas e metabólicas, dentre elas a de proteção do organismo, pois esse composto faz parte da composição da enzima glutationa peroxidase, uma enzima muito importante no combate aos radicais livres”, afirma a nutricionista da Midway Labs, Jeanne Nogueira. O fator de proteção do selênio não se restringe a ação antioxidante. Ele ainda é capaz de agir na prevenção de doenças como o câncer, de pulmão e de próstata, a ateroesclerose e a infertilidade masculina, por estar envolvido na síntese da testosterona. Além disso, age na estabilização do metabolismo do ácido araquidônico, com a diminuição do risco de doenças cardiovasculares. “Possui também ação na glândula tireóide transformando T4 em T3 (forma ativa do hormônio).

Sua deficiência facilitaria o Hipotireoidismo subclínico (produção de hormônios da tireoide, abaixo da quantidade necessária)”, explica a nutricionista clínica e estética Ana Montezino. Nesta edição afirmamos que a união faz a força quando o assunto é treino, dentro e fora da academia. Na alimentação vale o mesmo ditado. “Pesquisas demonstram que o selênio associado com vitamina A e E pode reduzir, em 12 semanas, a gravidade da acne resistente e ajudar a aliviar as cicatrizações resultantes”, aponta o nutricionista especializado em nutrição esportiva e estética, Carlos Eduardo C. Martins. Com tantos benefícios apresentado surge outra dúvida: onde encontrar o selênio nos alimentos? As principais fontes alimentares são os alimentos provenientes do mar (marisco, salmão), os alimentos de origem animal tais como rins, fígado, carne vermelha e aves. “A fonte mais rica em selênio está na castanha do Pará por causa do solo onde é cultivada”, explica Jeanne Nogueira. O selênio se faz presente ainda no arroz integral e gérmen de trigo.

 

EXAGERAR JAMAIS

Como em todos os itens desse caminho das letras, o consumo recomendado de cada um deles sempre foi orientado para que seja feito de maneira saudável, baseado pela análise de profissionais extremamente capacitados e especializados em nutrição. Com essa base, exagerar nunca foi uma máxima sugerida, afinal o ditado já diz que tudo o que é demais, estraga. Portanto, no caso do selênio a recomendação mais indicada é que haja prudência em seu consumo.

A orientação de um profissional é de extrema importância para que este consumo não acarrete em prejuízo para a saúde. “A superexposição a este elemento pode ser perigosa à saúde causando uma doença chamada Selenose, que cursa com queda de cabelos, fragilidade de unhas, fadiga, podendo ocorrer manifestações mais graves”, esclarece a Dra. Nathália Ferreira, especialista pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). “O consumo em excesso em alguns estudos demonstraram como fator de risco a hipercolesterolemia (aumento de colesterol) e hipertensão, valores aumentados da glicose de jejum e hemoglobina glicosilada, o que levaria a um risco de Diabetes”, conta a nutricionista Ana Montezino.


A RECOMENDAÇÃO É...

A atividade física aumenta a produção de radicais livres pelo organismo e um sistema antioxidante deficiente pode comprometer o rendimento no exercício. “No entanto, o sistema antioxidante é dependente de vários outros componentes da alimentação e é necessário um consumo equilibrado desses nutrientes. O uso de selênio na forma suplementar deve ser avaliado através de exames bioquímicos e utilizado no caso de deficiência desse mineral”, explica a nutricionista Tatiana Lopes de Souza Guerra.

Especialistas recomendam um consumo variado de selênio em quantidade, baseado no biotipo de cada indivíduo. “As doses diárias recomendadas são de 55 μg/dia para indivíduos adultos e para adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e 18 anos. Este valor aumenta para os 60 e 70 μg/dia no caso de mulheres grávidas ou em lactação, respectivamente”, explica a nutricionista da Midway Labs, Jeanne Nogueira. Para o nutricionista Carlos Eduardo C. Martins, a suplementação dietética de selênio só deve ser contínua caso seja relatada uma deficiência do mineral irrecuperável pela dieta.

“Com base nos micronutrientes, muito se fala na suplementação de zinco, ferro, vitaminas C e E e não do selênio em forma de suplemento dietético. Embora seja recomendada que as necessidades de selênio sejam atendidas pela alimentação, e havendo uma deficiência comprovada, neste caso deve-se encorajar a prescrição por médico ou nutricionista a suplementação dietética como intervenção a essa deficiência”, explica o profissional. “As regiões sudeste e centro-oeste apresentam um solo muito pobre em selênio e apresentam a maior deficiência alimentar desse nutriente. Nestes casos a suplementação de selênio é recomendada. Essa deficiência pode ser verificada através de exames bioquímicos como o selênio eritrocitário, glutationa peroxidase e creatina quinase (a CPK)”, conta Tatiana Lopes de Souza Guerra. Dica de especialista Dose usual: doses diárias recomendadas são de 55 μg/dia para indivíduos adultos e para adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e 18 anos. Este valor aumenta para os 60 e 70 μg/dia no caso de mulheres grávidas ou em lactação. O que é o exame de glutamina peroxidase (GP)?

“É determinado o diagnóstico do indivíduo com base na dieta e treinamento físico, se o resultado bioquímico se mostrar abaixo da referência, recomenda-se uma adequação da dieta e a suplementação dietética caso haja necessidade. O selênio pode ser encontrado na forma de suplemento dietético como selenito de sódio, selenometionina e levedura rica em selênio. De modo geral o selênio orgânico (selenometionina) é absorvido um pouco melhor que a forma inorgânica (selenito)”, explica Carlos Eduardo C. Martins. Busque e encontre o selênio! Fonte mcg/100 g Castanha-do-pará 2960 Salmão 83,3 Farelo de trigo 77,6 Ostras cruas 63,7 Sementes de girassol secas 59,5 Fígado bovino 41,3 Camarão cru 38,0 Farinha de centeio 35,7 Peito de galinha assado 20,2 Milho 15,5 Arroz branco cru 15,1 Alho 14,2 Cogumelo 12,3 Noz pecã 5,2 Amêndoa 4,7 Avelã 4,0 Fonte: Tabela e Composição Química dos Alimentos, Guilherme Franco, Ed. Atheneu, 1999.

 

 CONHEÇA A CASTANHA DO PARÁ!

A semente da castanheira do Pará, uma árvore da família botânica Lecythidaceae, é uma fruta típica encontrada na região norte do Brasil, um dos principais produtos de exportação da Amazônia. Encontrada no topo da lista em quantidade de selênio, a castanha do Pará possui alto valor proteico e calórico. Ela pode ser consumida in natura, torrada, na forma de farinhas, doces e sorvetes. O óleo extraído dela é usada na fabricação de produtos de beleza para os cabelos. A castanha do Pará é rica em gorduras mono e polinsaturadas, capazes de reduzir os níveis do colesterol ruim do sangue (LDL) e aumentar o bom colesterol (HDL), impedindo o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

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