Uma coisa é fato. A carne é presença indispensável no cardápio de muita gente. Seja branca ou vermelha lá está ela para compor um prato servido no almoço, no lanche ou no jantar. Mas com um grande time de pessoas optando por uma maneira cada vez mais natural de viver e claro, se alimentar, é inevitável que aquela incerteza bata na hora de consumir essa ou aquela carne: afinal, qual é a escolha mais acertada para manter minha dieta balanceada?
“A carne vermelha possui tal coloração devido à concentração de mioglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio para os músculos. Ela auxilia na produção de testosterona, devido à presença da gordura saturada, em quantidade controlada, a gordura saturada colabora com a produção hormonal”, explica o nutricionista clinico e esportivo Rogério Oliveira.
A carne branca em questão é o frango. Afinal ele é uma boa opção por quê? “O frango é fonte de diversas substâncias fundamentais para a boa saúde. É rico em proteínas, aminoácidos e baixo teor de gordura saturada e colesterol. Os aminoácidos essenciais exercem diversas funções no nosso organismo por servirem de matéria prima para enzimas e proteínas estruturais, além de melhorarem a cognição, atenção e o humor”, conta a nutricionista Fabiana Guimarães que completa: “O frango é rico em vitaminas, principalmente complexo B, como B2 e B12, que são essenciais para o metabolismo celular e processos energéticos em diversos órgãos e sistemas e também é uma boa fonte de minerais como ferro e fósforo”.
Quando a questão é a digestão uma carne se distingue da outra. A carne vermelha, por exemplo, apresenta fibras mais grossas do que a carne branca, por isso, sua digestão ocorre mais lentamente. Além disso, por possuir mais gordura (intrínseca), a carne vermelha também favorece uma digestão mais lenta, uma vez, que a gordura demora mais tempo para ser digerida, quando comparada aos outros macronutrientes como carboidrato e proteína.
Segundo Rogério Oliveira, a carne vermelha pode apresentar benefícios caso seja escolhido o corte certo, ou seja, aquele que apresenta menor teor de gordura e colesterol. “Ela acaba sendo restrita a pessoas com graves complicações renais e em alguns períodos por atletas, dependendo da dieta e treinamento. A saída é preferir sempre os cortes mais magros como: lagarto, patinho e alcatra”, diz.
FISICULTURISMO E FRANGO, TUDO A VER!
Quem inicia nesse esporte inicia também uma nova fase na alimentação, onde tudo aquilo que antes parecia normal na refeição diária, agora é uma opção assustadora. Todo fisiculturista sabe que para ser um campeão a alternativa mais acertada é regrar no cardápio.
Mas porque os atletas e adeptos da musculação devem comer frango? “Por ser uma fonte de proteína de alto valor biológico, ou seja, possuem todos os aminoácidos essenciais, aqueles que o organismo não produz. Estes aminoácidos são os nutrientes utilizados no processo de anabolismo muscular. Os estudos científicos mostram que os aminoácidos são responsáveis por participar nas vias de sinalização proteica, controlando a síntese de novas proteínas, que auxiliam tanto na recuperação muscular como na hipertrofia”, explica Fabiana Guimarães.
Segundo Rogério Oliveira, o frango é uma proteína conhecida por ser um nutriente ‘nobre’ da dieta, responsável pela construção e reparação de tecidos. “Por esse motivo, a recuperação muscular depende diretamente do consumo deste nutriente, pois agem diretamente na reparação das fibras e desenvolvimento do músculo”, afirma.
Em geral, na dieta, o frango sempre esta acompanhado nos pratos dos bodybuilders por batata doce, mandioca, mandioquinha. Isso pelo fato desses carboidratos apresentarem um baixo índice glicêmico, não gerando assim, picos de insulina, fato muito importante para o controle e prevenção do diabetes, evitando ainda o acúmulo de gordura na região abdominal.
“Porém quando dizemos do pós-treino, onde o indivíduo não realiza um shake pós-treino combinando carboidrato e proteína, seu consumo deve ser aliado com um carboidrato de rápida absorção, como por exemplo o arroz branco (sim, isso mesmo, o arroz branco), pois o carboidrato será direcionado para restauração do glicogênio muscular, deixando a proteína apenas para o processo de reparação tecidual. Outro acompanhamento famoso são as folhas e legumes, que apresentam fibras, vitaminas e minerais em sua composição”, explica o nutricionista.
O FRANGO NOSSO DE CADA DIA
Uma dieta nutricionalmente equilibrada deve contemplar um consumo proteico de 15% a 20% do valor energético total. Apesar das proteínas serem apontadas como um dos principais nutrientes envolvidos na síntese proteica e na recuperação muscular, seu uso para o ganho de massa é limitado pelo organismo.
“Alguns estudos mostram que a ingestão máxima utilizada pelo músculo é de 20g a 25g de proteína por refeição. Doses acima dessa quantidade não seriam absorvidas pelo limite de saturação. Se em cada refeição a pessoa consumir dois filés de frango de 100g cada, vai ingerir aproximadamente 40g de proteína”, afirma Fabiana Guimarães.
Ainda segundo a profissional, a maneira ideal de se consumir o frango é assado, cozido ou grelhado. Devem-se evitar frituras pela incorporação de gordura (óleo).
DICA DO NUTRI
“Sempre se deve optar pelas preparações assadas, cozidas ou grelhadas, isso porque as preparações fritas acabam aumentando os valores de gordura do alimento. A carne do peito da ave é a mais magra, já a coxa, mesmo que consumida sem a pele, apresenta uma maior quantidade de gordura saturada, por isso são mais saborosas e macias”, diz Rogério Oliveira
DICA DA NUTRI
“Uma dieta equilibrada deve contemplar um consumo proteico de 15 a 20% do valor energético total. Estudos mostram que a ingestão máxima utilizada pelo músculo é de 20 a 25g de proteína/refeição. Consumindo dois filés de frango (100g cada), a ingestão será de 40g de proteína”, diz Fabiana Guimarães.
Fontes consultadas:
Fabiana Guimarães: Nutricionista
Rogério Oliveira: Nutricionista clínico e esportivo
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