“Desde criança sempre fui fã de esportes, fazia jazz, natação, aos 18 anos me apaixonei pela musculação e desde então mantenho uma rotina de treino. Hoje, aos 33, posso dizer que não consigo viver sem essa rotina. Viver longe da academia, nem pensar! Treino todos os dias e amo me exercitar. Sempre me alimentei bem, com um cardápio mais natural possível, rico em frutas e grãos integrais. Não gosto de saladas, então, como não consigo comer muito, tento suprir a ingestão desses nutrientes tomando suco verde todas as manhãs, com pepino, couve, salsa, gengibre e duas frutas. Cortei o carboidrato à noite e estou evitando lactose e o açúcar ao máximo.
Já mantinha bons hábitos, mas há um ano e meio resolvi me consultar com um nutrólogo para ter uma dieta ainda melhor. O foco era tão grande nessa maneira de me alimentar, que conquistei um corpo com apenas 10% de gordura, um sonho! Tudo parecia muito bem, quando no mês de junho de 2013, eu percebi um carocinho no umbigo. No mesmo dia procurei um médico, que me tranquilizou dizendo ser uma hérnia, mas pediu um ultrassom, porém sem preocupações, como no laudo do exame o resultado foi: hérnia em estágio inicial, fui orientada a procurar o médico novamente assim que notasse algo diferente.
Dez meses depois esse mesmo carocinho ficou roxo. Voltei ao médico e ele disse que precisaria retirá-lo com urgência, pois a hérnia estava encarcerando. Sai de lá com o pedido pra internação nas mãos, mas como vou ao meu ginecologista todo ano, decidi procurá-lo antes de qualquer coisa, pois confio nele de olhos fechados. Logo de cara ele descartou a hérnia e pediu uma ressonância após encontrar um cisto de 7cm no meu ovário durante um ultrassom. A suspeita inicial era de endometriose, descartada após outros exames seguidos de uma biopsia.
No dia 04 de junho, recebi a pior notícia da minha vida, eu estava com um tumor maligno no ovário, fui encaminhada para um oncologista e na semana seguinte demos início ao tratamento. Meu caso não é comum, não me encaixo nos casos da doença e não tinha sintoma nenhum, mas graças a Deus e ao meu médico tudo foi descoberto no começo, o que aumenta as chances de cura.
Ao todo farei seis sessões de quimioterapia, o tumor já está reduzindo e em breve farei uma cirurgia para retirada de um ovário, já que o outro já foi removido na biopsia, útero, trompas, apêndice e uma camada de gordura do abdômen, tudo como prevenção. Pra mim, a parte mais triste de tudo isso é o fato de não poder mais ter filhos, o resto sei que é apenas uma fase, que vai passar!
Não tenho tido nenhuma reação às tão temidas sessões de quimioterapia, senti só um pouco de dor no corpo na primeira, mas que durou apenas um dia. Já voltei à musculação e pro Muay Thai, treinar é a minha terapia! A mudança radical mesmo foi perder os cabelos, optei por colocar uma prótese de fios naturais que fica colada na cabeça, e não tiro pra nada, nem pra treinar, então mais uma etapa superada.
Graças a Deus tenho uma família incrível, amigos espetaculares e um filho que me faz acreditar todos os dias que vou me curar! Ter uma vida saudável, longe de cigarros e bebidas alcoólicas não me livrou dessa doença, mas com certeza é o que está me fazendo passar por isso da melhor maneira possível, com ótimos resultados e cada dia mais próxima da cura!
Meus médicos confirmam que meus hábitos saudáveis de sempre me ajudam no tratamento, então continuo com a mesma alimentação de antes, continuando tomando minha whey, meu BCAA e frequento a academia com entusiasmo, porém no meu limite. É preciso erguer a cabeça, lutar e não desistir nunca, manter qualquer tipo de pensamento ruim longe, pois acredito que nossa mente comanda tudo!
Se eu pudesse dar um conselho pras mulheres que estão lendo essa matéria, seria pra que procurem um ginecologista que confiem e não deixem de fazer exames de rotina com frequência, eu também achava que não ia acontecer comigo, mas aconteceu! Ah e claro, praticar exercícios e ter uma alimentação saudável”.
VENCENDO A BATALHA
Essa é a história da publicitária Marina Mazzucco Santana. Essa lutadora está vencendo essa batalha de vida, investindo em uma vida saudável, na alimentação, treinos, suplementação e viva bem. O caso de Marina é raro, afinal o câncer de ovário acomete, na maioria das vezes, mulheres mais velhas, com 55 anos ou mais. Ela teve uma mutação genética e essa levará as irmãs e a mãe de Marina ao médico para investigar possíveis novos casos na família. Setembro é o mês de conscientização sobre o câncer de ovário e aqui fica o alerta para a prevenção. Fique por dentro de todos os detalhes dessa doença no box ‘câncer de ovário’.
Segundo a nutricionista Heloisa Camarinha, o fato da Marina ter hábitos saudáveis é um fator predominante para a evolução no tratamento desse tipo de câncer. “Segundo estudos científicos, pacientes que apresentam um melhor estado nutricional toleram melhor o tratamento quimioterápico e apresentam menos efeitos adversos, com isso as chances de cura são muito maiores”, explica a profissional.
Marina foi liberada a continuar com o mesmo cardápio de antes, por já se alimentar bem, logo as orientações da nutricionista que a acompanha só reforçam a importância que esse é o caminho a se seguir, pelo menos para quem pensa em viver saudavelmente. “A Marina não teve restrição, apenas cortamos glutamina e pré-treino”, orienta Heloisa. “A Marina é muito forte e contraria a maioria das perspectivas que se tem com pacientes/alunos acometidos com câncer. Ela conseguiu deixar sua rotina bem próxima do que era antes do diagnóstico positivo estando sempre disposta e jamais deixando de fazer nenhum exercício proposto, provavelmente em decorrência de uma vida inteira treinando e de uma disciplina alimentar acima da média”, conta o personal trainer Wilson Junior, o profissional responsável pelos treinos da Marina.
Na hora do treino, a rotina da jovem requer cuidados para não ser exagerada, afinal, pela doença, não pode ter uma baixa imunológica. “Em decorrência de uma baixa, devido ao tratamento e a uma série de adaptações psicológicas as cargas foram reduzidas para que não houvesse a necessidade de adiar o cronograma previsto de tratamento, pela possibilidade de uma gripe por exemplo. Os exercícios foram mantidos de modo a não reduzir a motivação, o que poderia ocorrer colocando um programa de exercícios que estivesse em um nível inferior ao potencial da aluna. Seguindo orientação médica agora ela já está progredindo na intensidade”, conta o personal.
CÂNCER DE OVÁRIO
Do tipo ginecológico, esse câncer se origina nos órgãos reprodutores femininos, em diversos subtipos de tumores malignos e com graus de agressividade diferentes. Aproximadamente 90% dos casos são esporádicos, ou seja, não hereditários. Ele pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas principalmente mulheres acima de 50 anos.
A maioria dos tumores malignos do ovário só apresenta manifestações clínicas em estágios mais avançados da doença. Na fase inicial não causa sintomas específicos, o que dificulta o diagnóstico precoce. À medida que o tumor cresce pode haver compressão de outros órgãos e estruturas. Podem surgir sintomas como aumento do volume abdominal, constipação intestinal ou diarreia, sangramento vaginal, dores abdominais, massa abdominal palpável, emagrecimento, entre outros.
O desenvolvimento dos tumores de ovário está relacionado a fatores genéticos, ambientais e hormonais. Alguns deles são considerados protetores contra a doença como a multiparidade (múltiplos filhos), amamentação, uso de pílulas anticoncepcionais, ligadura tubária (laqueadura), histerectomia (retirada do útero) e salpingo-oforectomia (retirada dos ovários e tuba) bilateral.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que em 2014 serão diagnosticados 5.680 novos casos de câncer de ovário no Brasil. O câncer de ovário ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres, sendo responsável por mais mortes do que qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino. O risco de uma mulher desenvolvê-lo durante sua vida é de cerca de 1 em 72. Sua chance de morrer de câncer de ovário é de cerca de 1 em 100. Estas estatísticas não contam tumores ovarianos de baixo potencial de malignidade.
Fontes:Heloisa Camarinha: NutricionistaWilson Junior: Personal trainerOncoguia - www.oncoguia.org.brOncomed - www.oncomedbh.com.br
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