Superação: Gaby Bueno

“Sou uma mulher muito grande e sempre tive trauma por isso. Minha estrutura larga e minha altura (1,78m) sempre chamaram atenção, fato que nunca me agradou. Sempre fui a última na fila na escola e sempre sentei no fundo da sala de aula. Meu título era de gordinha. Fui discriminada, sofria bulling, sofria com o excesso de peso e por ser desengonçada. Pela aparência, nem paquerava. O único destaque positivo nessa altura da minha vida, era no esporte. 

Os anos se passaram e ao invés de sentir uma melhora em mim, comecei a piorar. Aos 20 anos de idade comecei a sofrer de distúrbios alimentares. Nessa época eu trabalhava muito e estudava demais. Meu sonho desde a adolescência foi o de me tornar uma comissária de bordo, mas acima do peso e nenhum um pouco preparada em outros idiomas, minhas chances eram mínimas. Foi nesse momento que decidi ir embora do Brasil.

Fui tentar a vida em Chicago, como babá, assim poderia aperfeiçoar o inglês. Era responsável por três crianças, em um período de um ano de experiência, tempo da minha vida em que eu engordei impressionantes 20kg. Não era nada fácil cuidar de criança e ter em minha frente só tentações: sorvetes, doces e muita junk food. Sem falar no frio que chegava a 20 graus negativos. A saída pra me sentir bem sempre foi a comida.

Saí do Brasil mais magra. Sofri com alguns distúrbios alimentares e usava remédios para emagrecer, mesmo assim o resultado não foi positivo. Nos Estados Unidos frequentava bares, dormia pouco, mas me divertia muito. Esqueci literalmente de mim nessa fase. Não era mais atraente e cheguei aos 120kg. Essa fase me fez perceber que estava jogando minha vida na lata do lixo. Depois de dois anos e 30kg a mais, retornei ao Brasil e desisti da carreira de comissária.

Pela falta de tecnologia na época, me correspondia com minha família pelo telefone ou por cartas. Nesse tempo, não tinha enviado foto minha pra ninguém no Brasil. Quando cheguei no aeroporto, todo mundo se espantou com o que viu, mas claro, eles disfarçaram e eu notei que a aflição toda era por causa do meu novo peso. Meu choque maior foi quando estávamos passeando em um shopping da minha cidade e eu percebi que a estrutura do brasileiro é muito menor que a dos norte americanos e logo eu me destacava.

Nessa fase eu tinha 28 anos. Me via como um trambolho quando enxergava minha imagem nas vitrines do shopping. Aqui todo mundo só olhava pra mim. Nessa fase decidi correr atrás do tempo perdido. Descobri uma loja de suplemento e comecei a tomar um queimador de gordura, que acelerou meu metabolismo e me fez emagrecer.

Comecei a caminhar 1 hora por dia em um parque. Parei de beber e logo emagreci 10kg em um mês. Tive que trocar o guarda roupa, dai a sensação era incrível! Queria comprar TUDO! Comecei a investir pesado em caminhada, fazia bike, Jiu-Jitsu, natação e musculação. Nesse período descobri a whey protein e o óleo de cártamo, que adoro.

Dei uma estagnada na balança e a luta realmente começou nesse momento, até que consegui chegar aos 90kg. A partir daí a minha vida começou a melhorar de verdade. Conheci meu marido em um campeonato de Vale Tudo, parei o Jiu-Jitsu e comecei a treinar pra valer musculação e cardio. Foi nessa fase que descobri o universo fitness. Alguns anos mais tarde, já inserida em uma rotina de treino, ganhei do meu marido uma consultoria com a diva Larissa Reis, que é atleta e modelo fitness brasileira.

Com ela comecei uma dieta bem mais regrada, foi aí que o frango e a batata doce entraram na minha vida, algo que até o momento eu julgava insano. Um ano depois, fui até os Estados Unidos para fazer um curso com a outra diva Natalia Mello, que também é atleta fitness. Voltei para o Brasil renovada e agora sim, com um corpo que chamava atenção por estar magro e definido.

Sou empresária, publicitária de formação e cuido de uma loja de suplementos. Quem me visita lá se impressiona com a minha transformação. E foi em uma dessas visitas, que fui convidada a participar da Arnold Classic Rio em 2013, para fazer uma presença em um estande. Um ano depois consegui o patrocínio da marca de suplementos americana GAT e hoje sou embaixadora da marca no Brasil, um motivo de orgulho pra mim. Nesse mesmo ano, lá fui eu participar do Mr. Olympia, em Las Vegas.

Minha pretensão nunca foi a de competir, mas adoro estar nas feiras e fazer essas presenças. Pra mim, toda essa experiência de mudança corporal foi a melhor coisa que poderia me acontecer. Estava caminhando para a degradação humana. Não tinha noção nenhuma de auto-estima. Essa luta toda é muito sofrida, mas tudo é positivo em virtude do que fui no passado. Hoje sinto uma sensação de prazer, de ser elogiada por minha saúde. É uma alegria que não tem preço.

Atualmente treino todos os dias em média 45 minutos de musculação + 45 minutos de cardio. Treino na academia e também em casa, às vezes divido o treino em duas partes, cardio pela manhã e musculação à noite, mas sempre com leve intensidade, com estímulos diferentes. Costumo descansar quando me sinto cansada, ouço sempre meu corpo, já aprendi quando ele está pedindo para eu ficar em casa e obedeço.

Me auto descobri e hoje sei que meu corpo é o meu templo. Nós temos que nos amar. Nas redes sociais me defino como motivadora e lá uso sempre as hashtags: #seeuconsegui #vocetambemconsegue. Não existe fórmula mágica, precisamos ir à luta. Na minha loja, exibo um banner motivacional para tocar novas pessoas a mudarem e serem felizes. Minha meta agora é engravidar para completar essa minha felicidade”.

TEMA DE UM LIVRO

Gabriela Bueno completará 40 anos em 2015. Ela vive em São José dos Campos e é empresária, sua vida por si só já daria um livro e é parte dessa experiência de vida que ela divide com todos os leitores da Suplementação nesta edição. Ela superou suas limitações através de muita força de vontade e determinação em virar esse jogo. Após mudar seus hábitos em 100%, hoje se julga uma pessoa mais saudável e feliz. Ela tem na suplementação whey protein, BCAA, pré-treinos, glutamina entre outros, seus auxiliares nesta batalha. Além deles, a musculação, a corrida o treinamento funcional e o cross fit. “O importante é se superar sempre, vencer os seus próprios limites e nunca se dar por satisfeito”, afirma a bela.

Sua rotina de treino e dieta é acompanhada pelo marido, Cristiano Bueno. É ele quem a ajuda diariamente a manter uma vida equilibrada, evitando as tentações de antes, como os doces, que são a maior fraqueza de Gabriela, além de frituras, as bebidas alcoólicas e a carne vermelha. “Meu carbo é só o que preciso para manter a energia para os treinos e sempre escolho os carbos complexos, sem glúten. Também eliminei a lactose da minha vida e faz toda a diferença”, explica Gabi.

Normalmente, Gabriela fica mais focada no peso próximo a grandes eventos que ela vai participar ou nas fotos que irá produzir. “No resto do tempo foco na manutenção da massa magra e da performance. Mas estou sempre mudando, para que meu corpo não se acostume e não me dê mais resultados. Minha luta com a balança é eterna. Tenho muita tendência a ganhar peso, além de ser muito ‘boa de garfo’, então tive que aprender a lidar com o meu biotipo e tirar vantagem dele. A mesma proporção que eu tenho para ganhar gordura, tenho para ganhar músculos, sendo assim opto sempre por músculos, é claro, o que acaba acelerando o meu metabolismo e me mantendo em forma”, confidencia.

Gabi já aceitou o fato de que nunca será uma mulher magra do tipo petit, como se define. “Sou grande e forte e vou tirar vantagem disso”, finaliza e espera que sua história possa convencer mais e mais pessoas a deixarem de lado todo e qualquer tipo de descontentamento por causa do corpo. A proposta de Gabi é dar a você um novo motivo para sorrir, então...Sorria!!!