O constante crescimento da obesidade infantil no Brasil e em demais países tem gerado preocupação nos principais órgãos mundiais ligados à saúde. A Organização Mundial da Saúde, a OMS, divulga pesquisas quase que mensais com números relevantes sobre o tema. Sem contar que a OMS alerta que a falta da prática de exercícios físicos causa nas crianças o desenvolvimento do sedentarismo, um dos principais desencadeadores de doenças.
Quem se juntou a OMS e parece ser o mais novo combatente da obesidade nas crianças é a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, a Unesco. A agência da ONU divulgou que, além dos adultos, as crianças estão gastando menos energia. Ou seja, os pequenos não se exercitam como antigamente e, segundo essa organização, isso desencadeará futuros adultos sedentários e pré-dispostos a problemas de saúde.
A Unesco quis dizer que o cenário de hoje já aponta para uma futura população adulta obesa, mas ela já promete tentar mudar o panorama. Recentemente ela anunciou o lançamento do estudo Educação Física de Qualidade, Guia para os Legisladores. Isso porque, de acordo com a Unesco, o ponto de partida do problema pode ser o fato das escolas terem diminuído suas atenções para a aplicação da educação física como matéria escolar.
O estudo aponta formas para as escolas melhorarem suas ações na área da educação física, partindo da melhoria no seu quadro de profissionais da área e repaginando a qualidade das instalações onde as atividades são realizadas. Acredito que esse método utilizado vem para reforçar um assunto que há tempos ganha notoriedade. A escola é, sem dúvida, o início do conhecimento estudantil, mas também, o pontapé inicial para que os pequenos possam adquirir conhecimento sobre as atividades físicas que farão parte de suas vidas para sempre.
A escola tem o dever de fortalecer a educação física dentro do seu espaço. De maneira com que a matéria possa não somente aplicar o instinto competitivo. Pelo contrário, o cunho competitivo deve existir, porém, apenas deve ser um dos pontos da lista. Antes dele, o topo da relação deve conter interação, qualidade de vida, bem-estar e busca pela conscientização na criança de que o esporte, trata-se de um bem eterno ao organismo.
O cenário atual é alarmante. Algumas escolas buscam ofuscar a educação física, acreditando que ela não traz benefícios aos alunos, o que é totalmente errado. Se a instituição de ensino souber trabalhar a educação física em conjunto com as demais matérias, o resultado pode ser intensamente positivo. Se o colégio elaborar um plano de ação, a educação física pode resultar em melhorias de desempenho dos alunos dentro da sala de aula.
A educação física também é o momento do aluno aliviar o estresse e melhorar a autoestima, porque na prática de um exercício o aluno pode adquirir, por meio dos treinamentos e repetições dos exercícios passados, a confiança de que precisa para ir bem numa prova, por exemplo. Sem contar que o esporte intensifica a prática do caráter e do trabalho em conjunto.
DE QUEM É A CULPA?
Então, a escola é a culpada? Respondo que não somente. As escolas possuem papel fundamental na evolução da conscientização da criança na relação exercícios e saúde nas aulas de educação física. A peça importante para que esse plano de ação eficaz funcione é o educador físico, que deve se atentar na condução de seus alunos ao máximo de atividades recreativas, como forma de exploração do conhecimento dos mais variados tipos e estilos de práticas, a fim de incentivar a criança ao não desenvolvimento, inicialmente, da competitividade, sem cunho de regras.
O professor de educação física erra quando insere a criança na atividade física com viés competitivo de resultados e não execução de brincadeiras voltadas ao divertimento. O educador físico, utilizando-se das atividades recreativas, pode conscientizar seu aluno dos benefícios de fazer atividades e, com isso, começar também a eliminar pontos que desencadeiam problemas, como a obesidade.
A criança precisa do máximo de contato com diferentes atividades. O básico como pular, saltar e correr faz a ligação direta aos pequenos no sentido de entender o que faz bem a eles. Entretanto, colocá-los para fazer exercícios como modo de competição pode apagar o interesse e o entendimento de que a aula de educação física serve de convívio direto com o bem-estar.
Ainda reforço que a escola pode fazer um levantamento da obesidade de seus alunos e, a partir disso, juntamente com o professor de educação física e até uma nutricionista, desempenhar trabalho ativo no combate ao malefício (obesidade).
Portanto, fica claro que para mudar o cenário da obesidade infantil as melhorias devem partir das escolas e dos professores de educação física. Os dois caminhos, se trabalharem juntos, possibilitarão uma sociedade mais saudável desde a primeira infância. E, com certeza, a Unesco e a OMS divulgarão resultados menos assustadores. Esperamos que, com o passar do tempo, a obesidade infantil e adulta não nos assombrem mais.
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