SAÚDE E SUPLEMENTAÇÃO INFANTIL

Suplementação Infantil: Neofobia Alimentar Infantil: Formação do hábito e do comportamento alimentar da criança

Formação do hábito e do comportamento alimentar da criança

Suplementação Infantil: Neofobia Alimentar Infantil: Formação do hábito e do comportamento alimentar da criança

A alimentação é um dos principais fatores que contribuem para o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, sendo esta uma das principais causas de morbimortalidade em adultos na atualidade. Já se sabe também que as modificações e a incorporação de hábitos saudáveis são primordiais para a prevenção e/ou melhora na qualidade de vida.

A modificação na alimentação do adulto é mais difícil, mas não impossível de acontecer, contudo quando temos os maus hábitos enraizados, essa se torna mais árdua. Dessa forma, iniciamos com aqueles que ainda não tem esses hábitos enraizados, ou seja, às crianças. É importante compreender também os fatores determinantes para essa formação e, assim, propor processos educativos para as mudanças e incorporações de hábitos alimentares mais saudáveis desde pequeno.

Hoje, muito já se sabe que esse padrão alimentar, de crianças e adolescentes, é adquirido primeiramente com a família, já que eles têm nela um espelho do que é para ser seguido. E em segundo, mas não menos importante, temos as interações sociais e culturais de que esses estão inseridos. O padrão da alimentação é determinado pelas preferências e aversões aos alimentos.

A maior dificuldade que os pais encontram nessa parte da educação é fazer com que os pequenos experimentem e consumam novos alimentos, quando se tem medo de experimentar o que é novo. Esse medo do novo é chamado de neofobia alimentar.

EDUCADOR NUTRICIONAL

Você sabia que sua participação efetiva como educador nutricional, principalmente nas estratégias utilizadas para a apresentação do novo alimento ou na forma de alimentar seu filho, faz toda a diferença na hora de ensinar sobre o que e o quanto comer e, quais são os fatores que irão influenciar os hábitos de alimentação saudável ou não, por toda a vida adulta do seu filho?

O hábito alimentar é caracterizado pela frequência e rotina que um determinado alimento ou refeição aparecem no nosso cotidiano, contudo não é somente isso que irá impactar na formação da alimentação saudável. As crianças acabam fazendo escolhas entre o que é hábito alimentar da família onde vivem e os alimentos que mais gostam, tornando assim, a inserção de novos alimentos uma tarefa mais difícil para os pais.

Sabemos que quanto mais diversificado for à alimentação da mãe durante a gestação e lactação, mais fácil será a inserção dos novos sabores. Porém, hoje já se discute também a participação do pai dentro dessa formação. Além disso, os bebês já nascem com percepção, fome e saciedade de sabores. A adequada introdução de novos alimentos, variedades, bem como o ambiente em que ele está inserido, formam o conjunto para o início da construção das preferências alimentares que determinarão seu padrão de consumo ao longo da vida.

Outro fator já conhecido é a preferência dos pequenos pelo sabor mais adocicado dos alimentos, repugnando os salgados, amargos e azedos, por exemplo, além de termos alimentos industrializados ricos em gorduras que deixam o sabor muito mais atrativo. Dessa forma, o consumo de carboidratos simples, açúcares e alimentos ricos em gorduras estarão aumentados em comparação ao consumo de frutas e hortaliças.

Quanto aos aspectos culturais podemos destacar a culinária, a variação da preparação do mesmo alimento, bem como sua apresentação no momento da refeição. Nesse ponto é importante a variação de um mesmo alimento tanto na sua preparação/cocção como na sua apresentação. Se um alimento é negado pela criança o mesmo deve ser apresentado novamente, com modificações nos aspectos acima citados.

PROGRAMANDO AS REFEIÇÕES

As escolhas alimentares, as quantidade dos alimentos, os intervalos entre as refeições são formados de acordo com o meio em que vivemos. Sendo assim, podemos programar as refeições para que as quantidades nutricionais adequadas para cada idade sejam supridas, favorecendo o desenvolvimento completo da criança, bem como o desenvolvimento de uma rotina alimentar mais saudável.

Sabemos então que a neofobia alimentar é o principal fator para desencadear as preferências e aversões das crianças pelos alimentos e que o contexto familiar, social e cultural, é determinante para a superação desse obstáculo. Para isso podemos aplicar alguns métodos para que a neofobia alimentar seja superada, como: aprendizagem pela exposição repetida, aprendizagem sabor a sabor, aprendizagem pelas diferentes preparações, inserção das crianças nas refeições e preparações culinárias.

A primeira está relacionada com a familiaridade com o alimento, sendo este o primeiro passo para a criança aprender sobre o gosto. Porém, não podemos apresentar somente pelo visual e/ou odor, ela deve experimentar em pequenas quantidades os novos alimentos e repetidas vezes.

Na aprendizagem sabor a sabor temos a associação de um sabor já conhecido pela criança com um novo, podendo dessa forma aumentar as chances para a aceitação do novo alimento. Já na aprendizagem pelas diferentes preparações temos um mesmo alimento sofrendo variações em sua cocção, logo poderá sofrer alterações em consistência, sabor e visual do mesmo no prato.

Outra estratégia importante é a inserção da criança na rotina da preparação e da refeição, junto com os pais e irmãos. Dessa forma, ver o alimento cru e preparado, bem como os demais, consumindo os alimentos pode aumentar as chances de que a criança queira copiar ou agradar a um dos membros da família e assim consumir o novo alimento ou preparação.

Para diminuirmos a neofobia alimentar entre as crianças, a família é a primeira a ter o papel principal de ensinar os hábitos alimentares saudáveis desde cedo. Logo, se no contexto familiar não temos hábitos alimentares saudáveis, ensinar a criança a consumir mais frutas, verduras e legumes ao invés de fast food será muito mais demorado e tortuoso para ambos, já que os pequenos se espelham na família.

Além desse fator, a apresentação repetida dos alimentos, a variação na forma de cocção e apresentação do prato, inserção da criança nas preparações e refeições fazem toda a diferença para reduzirmos a neofobia alimentar e para aumentarmos o consumo de alimentos mais saudáveis, diminuindo assim, as doenças crônicas não transmissíveis nos adultos.

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