ALIMENTAÇÃO & NUTRIÇÃO

Eu não vivo sem minha marmita!

Para quem vive em dieta, levar suas refeições para todos os lugares é a garantia de disciplina e nada de furo

Eu não vivo sem minha marmita! Se produzidas de forma correta, as marmitas podem constituir uma alimentação prática, saudável e econômica
Crédito: BANCO DE IMAGENS

A marmita, também muito conhecida como ‘quentinha’, sempre foi uma opção para quem trabalha e necessita se alimentar fora de casa. Com a praticidade de restaurantes e a substituição de refeições por lanches rápidos, as marmitas ficaram esquecidas, para alguns, mas só alguns. Com o agito da vida moderna e uma maior preocupação com a saúde e manutenção da estrutura do corpo, elas estão retornando à rotina, principalmente, por aquele grupo que preza uma alimentação saudável dentro e fora de casa.

É cada vez mais comum encontrar pessoas que produzem uma grande quantidade de preparações e distribuem em recipientes para serem consumidos ao longo do dia ou até mesmo, por dias. O atleta IFBB, Isaac Balbi, bi-campeão do Arnold Classic é adepto das marmitas. Ele faz suas preparações de um dia para o outro, fazendo em média de seis a sete refeições por dia. “Não saio de casa sem a minha marmita. Ela me acompanha o dia todo, pra onde quer que eu vá. Me alimentar na hora certa faz toda a diferença em minha carreira”, diz.

Se produzidas de forma correta, as marmitas podem constituir uma alimentação prática, saudável e econômica. Geralmente os recipientes utilizados para armazenamento das refeições (marmitas) são de plástico, por serem leves, práticos e geralmente inquebráveis. Porém, o plástico não é o melhor material para se conservar alimentos.

“O plástico pode transferir para os alimentos substâncias tóxicas, como o bisfenol A (BPA), ftalatos e dioxinas, essas substâncias são acumuladas no organismo e podem causar malefícios ao longo dos anos. Existem plásticos livres dessas substâncias mesmo assim, o plástico ainda não é a melhor escolha”, explica a nutricionista esportiva, Francine Buzzato Lage.

Na higienização, o plástico pode ser arranhado, gerando fissuras imperceptíveis que acumulam alimentos e bactérias, gerando odor desagradável e podendo contaminar as próximas refeições ali armazenadas. Segundo a nutricionista, o melhor material para armazenar refeições é o vidro, que pode ir desde a geladeira até o forno micro-ondas.

“Diferente do plástico, o vidro não transfere substâncias tóxicas e não é arranhado na higienização. Se a refeição for consumida fora de casa e passar por um período fora da refrigeração, é ideal que seja armazenada também em bolsas térmicas ou isopor, conservando a temperatura e também, evitando acidentes que podem acontecer com a quebra do vidro”, orienta Francine.

DIVIDINDO O PÃO

Não é hábito da maioria das pessoas que se coma o mesmo alimento em todas as refeições, aliás, nem nutricional é. Portanto, a marmita precisa de repartições para que os alimentos sejam melhor conservados e transportados. Além da divisão, outro fator fundamental é a temperatura com que esses alimentos devem ser armazenados nesses recipientes.

“Visando o ponto de vista nutricional, é necessário que a alimentação seja balanceada em suas quantidades e qualidades. Caso a refeição transportada fique por um período maior fora da geladeira e suas temperaturas não sejam monitoradas, deve se evitar levar alimentos com maior percentual de proteínas, como carnes, laticínios (leites e derivados), ovos e leguminosas (feijões), visto que esses alimentos são mais sensíveis à contaminação e deterioração”, diz a nutricionista Francine.

Quando armazenada corretamente, a marmita deve seguir os padrões de uma alimentação balanceada. Quem é atleta ou mesmo praticante de atividade física mais regrada, não dispensa a companhia de marmitas recheadas com batata doce, frango grelhado e ovos cozidos.

Muito se falou sobre a armazenação dos alimentos, mas como transportá-los com segurança e praticidade? Já podem ser encontradas no mercado, diferentes marcas que comercializam bolsas-marmitas ou simplesmente marmiteiras. Elas foram criadas especificamente para as pessoas que desejam manter sua dieta fora de casa.

A empresa Extreme Bags, comercializa dois modelos dessas bolsas, uma com quatro compartimentos e outra com seis. Nos dois casos, as marmiteiras vêm acompanhadas de duas bolsas de gelo que colocadas no freezer em superfície plana por duas horas, mantêm o alimento refrigerado por até 8 horas.

“Antes de escolher uma bolsa térmica, o cliente deve sempre levar em conta não somente a beleza estética, mas sim a qualidade térmica do material interno e externo, se acompanham os contêiner plásticos e se estes são livres de BPA (substância tóxica quando plástico é aquecido), garantia do produto em geral, entre outros. A Extreme Bags se diferencia nesse quesito”, explica o presidente da empresa, Rodrigo Oliveira.

TÁ QUENTE, TÁ FRIO

Para maior segurança alimentar é necessário manter os alimentos bem longe da ‘zona de perigo’, ou seja, entre 5°C e 60°C. “É necessário manter os alimentos muito bem refrigerados abaixo de 5°C e aquecê-los a uma temperatura superior a 60°C antes de serem consumidos”, enfatiza Francine.

Como em casa dificilmente temos controle de temperaturas é ideal conservar as marmitas nas prateleiras superiores da geladeira e ao aquecer, o alimento deve levantar fervura.

Neste processo, o alimento ficará livre de bactérias, principalmente daquelas que causam infecção e desconforto gástrico e intestinal. Assim que produzido, o alimento deve ser transferido da panela para a marmita, de preferência de vidro que tolere mudanças de temperatura. O ideal é que seja imediatamente transferido para a geladeira, destampado e após 15 minutos, deve ser tampado e mantido em refrigeração.

“Porém, esse processo demanda maior consumo de energia, então para economizar, o alimento quente pode ser mantido à temperatura ambiente, devendo ser transferido para a geladeira em até 30 minutos. Em nenhuma hipótese o alimento deverá ser mantido em temperatura ambiente por mais de duas horas”, explica a nutricionista.

O período de armazenamento em geladeira irá depender dos tipos de alimentos presentes na marmita e também da temperatura do eletrodoméstico. Supondo que a refeição tenha carnes, com exceção de peixes e que seja armazenada em geladeira em temperatura de até 4°C, o prazo de validade será de 72 horas (três dias). Porém, se houver a necessidade de maior tempo de conservação, o mesmo poderá ser embalado a vácuo e/ou congelado.

Lembrete: Os tipos e quantidades de alimentos de cada marmita variam de pessoa para pessoa. O importante é que cada um tenha uma orientação de um profissional de nutrição para obter uma alimentação balanceada e que atenda as exigências nutricionais de cada um!

 

FONTES CONSULTADAS:

Francine Buzzato Lage: Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional Enteral e Parenteral

Isaac Balbi: Atleta IFBB, bi-campeão Arnold Classic

Rodrigo Oliveira: Presidente Extreme Bags

 

Comentários