ENTENDA TUDO SOBRE

Entenda tudo sobre: Alzheimer

A população envelhece e o corpo traz sinais de que a máquina humana apresenta falhas. O Alzheimer bate à porta quando a terceira idade chega!

Entenda tudo sobre: Alzheimer

1) O BRASIL ESTÁ FICANDO MAIS IDOSO!

Os idosos, ou seja, as pessoas com mais de 60 anos, somavam 23,5 milhões dos brasileiros em 2012, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. Medida a cada ano, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma tendência ainda maior de envelhecimento do país. A pesquisa mais recente (2013) aponta que o número saltou para 28,3 milhões de idosos no país.

Com o passar dos anos, o corpo humano apresenta alguns sinais de ‘desgaste’ e são essas deficiências que trazem para a vida da população idosa, as mais variadas doenças e limitações. A dificuldade em armazenar uma informação, ou seja, o enfraquecimento da memória, é um dos principais sinais de que a idade está chegando para alguns. A demência é um dos fatores de risco dessa fase da vida.

2) O QUE É DEMÊNCIA?

Trata-se de um conjunto de sinais e sintomas causados por doenças que afetam o cérebro, ou seja, uma síndrome demencial capaz de prejudicar diversas funções cognitivas como: atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico, planejamento e julgamento, que interferem nas atividades da vida diária da pessoa.

Esse misto de funções causa mudanças de humor e de comportamento, tanto no desempenho social, quanto no profissional e que, geralmente, pioram com o passar o tempo. “O Alzheimer é a causa mais frequente de demência, chegando a representar entre 50 a 70% de todos os casos diagnosticados”, explica Elizabeth Piovezan, diretora presidente do Instituto Alzheimer Brasil (IAB).

3) ENTENDENDO A DOENÇA DE ALZHEIMER

Trata-se de uma doença degenerativa do cérebro, que evolui lentamente, afetando o funcionamento intelectual e as atividades da vida diária do indivíduo. Ocorrem algumas alterações no cérebro com algumas proteínas, que impedem a comunicação entre as células, ocasionando a morte dos neurônios. “A doença atinge pessoas mais velhas, com idade superior a 70 anos, mas existem casos de pacientes mais jovens. É importante lembrar que lapsos de memória muitas vezes não chegam a serem casos de Alzheimer, mas sim déficits de atenção, causados especialmente pela rotina cada dia mais agitada da população brasileira”, explica o neurocirurgião, Dr. Antonio Carlos Montanaro.

Hoje, o Alzheimer atinge entre 10 a 15% da população mais idosa, graças à diminuição das atividades motoras e intelectuais pelo envelhecimento natural. “A medicina está otimista em relação a essa porcentagem, que tende a cair, devido à consciência cada dia maior da população, quanto à prática de alguma atividade física. Manter-se ativo é uma boa alternativa para afastar a doença da sua vida”, orienta Dr. Montanaro. 4) A DOENÇA DÁ SINAIS

Ignorar esses sinais nunca irá resolver o problema, pelo contrário apenas irá adiá-lo e acima de tudo complica-lo. “O quanto antes diagnosticar e tratar, melhor para o portador e melhor para quem vai cuidar”, explica Elizabeth Piovezan. Segundo ela, os primeiros sinais da doença podem ser os seguintes:

- Comprometimento de memória para acontecimentos recentes de forma frequente

- Comportamento repetitivo, falando muitas vezes a mesma coisa

- Perda e colocação de objetos em lugares estranhos e não adequados

- Isolamento social

- Desinteresse em atividades que apreciava fazer antes, dando desculpas para não realizar

- Dificuldades para realizar tarefas que fazia bem antes, como: cozinhar, dirigir, cuidar das finanças

- Demonstração de desconfiança. Acha que tem gente querendo seu mal, que o cônjuge trai, que tem gente lhe perseguindo ou roubando seus pertences

- Comprometimento da linguagem: vocabulário pobre, dificuldade de encontrar palavras

- Desorientação no tempo e no espaço. Erro com datas com frequência e dificuldades para localizar-se nos lugares

- Instabilidade emocional, vai do riso ao choro de um instante para o outro, sem motivo aparente

- Alterações do sono (insônia, sono agitado) e de apetite (come demais ou muito pouco)

- Mudanças de personalidade

5) A DOENÇA DÁ SINAIS...

O principal fator de risco para a doença é a idade. Quanto mais idade, mais chances de desenvolver a doença. Embora essa não é a condição normal do envelhecimento, pois muitas pessoas conseguem se manter preservadas, podendo apresentar apenas uma maior lentidão para processar a informação, se comparadas a adultos e jovens, mantendo-se independentes e autônomos na vida cotidiana. O Instituto Alzheimer Brasil (IAB) aponta alguns desses sinais:

- História familiar de Doença de Alzheimer: também aumenta as chances de desenvolver a doença, se comparada à outra pessoa que não possui nenhum parente de primeiro grau que tenha contraído a doença. A história familiar apenas predispõe, não determina.

- Doença vascular: está associada à Doença de Alzheimer. Pessoas com histórico de AVC (Acidente Vascular Cerebral) têm maior predisposição à Doença de Alzheimer, o que também não significa que venha a desenvolver. Portanto, como fator de proteção, cuidar do coração é cuidar do cérebro.

Tudo o que o médico diz que protege o coração, é muito benéfico para o cérebro também, ou seja: não fumar, não beber em excesso, manter uma alimentação pobre em gorduras, manter a pressão arterial controlada, o colesterol, triglicerídeos, glicemia dentro dos níveis recomendados, manter-se fisicamente, mentalmente e socialmente ativo, ir regularmente ao médico para fazer prevenção ou tratamento, evitar o estresse contínuo (ter momentos de lazer), evitar a obesidade são modos de vida que diminuem o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e também, Doença de Alzheimer.

- Traumatismo craniano: outro fator que coloca o cérebro em risco de desenvolver Doença de Alzheimer. Um exemplo, são os pugilistas, em um caso mais recente, do lutador brasileiro Maguila, que está há anos em tratamento da doença.

6) IH, ESQUECI!

Mais importante do que se lembrar de algum falto é esquecê-lo, como discute em seu livro, o Dr. Ivan Isquierdo. Segundo a publicação, o esquecimento de informações irrelevantes é necessário para que o cérebro funcione bem, afinal, o ser humano recebe estímulos do ambiente em todo momento.

O que não é importante, o cérebro naturalmente ‘deleta’, para não sobrecarregá-lo. Já passou pela cabeça se o ser humano lembrar de tudo o que os órgãos sensoriais percebessem durante o dia, o mês ou mesmo anos? Ao contrário do que se pensa, o cérebro tem sim os seus limites. Esquecer é natural.

Em sua obra, Dr. Ivan Isquierdo frisa que com o envelhecimento, pode ocorrer um sutil declínio de memória que é caracterizado por dificuldades leves e ocasionais. O que muda é a velocidade de processamento da informação que pode ficar mais lento, mas a pessoa continua ‘funcionando bem’ no dia a dia.

7) É HORA DE INICIAR O TRATAMENTO!

Não existe cura para o Alzheimer, mas sim maneiras de tratamento. “Ninguém morre de Alzheimer, mas sim das decorrências dessa doença. Por isso é importante tratar já nos primeiros sinais”, orienta Dr. Antonio Carlos Montanaro. Existem duas maneiras de tratar a Doença de Alzheimer:

- Tratamento medicamentoso: não é curativo, mas pode atrasar um pouco mais a evolução da doença. Mas depende de cada um. O paciente pode aderir ou não ao tratamento. Uns podem ter maior dificuldades para suportar os efeitos colaterais da droga e manter o tratamento. Outros se adaptam aos efeitos da medicação, beneficiando-se mais do tratamento.

Alguns medicamentos são distribuídos gratuitamente na rede pública. - Tratamento não medicamentoso: que inclui os serviços da fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, enfermagem, musicoterapia, terapia ocupacional. Grupos de educação e apoio, como os que são promovidos pelo Instituto Alzheimer Brasil - IAB, todo último sábado de cada mês em Curitiba (PR). “A integração entre os vitimados pelo Alzheimer contribui para aliviar a carga que a doença acarreta sobre a vida de quem cuida e de quem é cuidado, através da informação, troca de experiências e aconselhamento”, salienta Elizabeth Piovezan.

8) FAMILIA A BASE DE TUDO!

O cuidador e a família se forem apoiados, terão mais condições de cuidar de maneira adequada e de contribuir para preservar o quanto seja possível o bem-estar e a qualidade de vida do portador e com menos estresse para si. Quem cuida precisa de apoio, aprender sobre a doença além de práticas de conforto e de cuidados adequados às necessidades da pessoa com Doença de Alzheimer ao longo do processo da doença.

“A Doença de Alzheimer afeta a família e não somente o indivíduo. O portador não é a doença. A doença é apenas um aspecto de sua condição atual. Portanto, quem tem Doença de Alzheimer precisa de amor, paciência e compaixão. Todos devem estar unidos nessa corrente de amor!”, finaliza Elizabeth Piovezan.

FONTES CONSULTADAS:

Dr. Antonio Carlos Montanaro: Neurocirurgião da Beneficência Portuguesa de São PauloElizabeth Piovezan: Diretora Presidente do Instituto Alzheimer Brasil (IAB)Instituto Alzheimer Brasil (IAB): www.institutoalzheimerbrasil.org.br

Comentários