Muito conhecida pelos benefícios que traz para a pele — e mais ainda pelo bronzeado — a Vitamina A, ou retinol, desempenha outras importantes funções no organismo como combater o envelhecimento celular, reforçar o sistema imunológico e manter a saúde da visão e dos olhos
Ganhar e manter a cor do verão, que a maioria das pessoas deseja, pode ter uma forcinha extra, a das Vitaminas do tipo A. Também chamada de retinol, ela está entre as preferidas dos dermatologistas porque ajuda a combater o efeito danoso que parte do oxigênio que respiramos, conforme explica a especialista ortomolecular e nutróloga, Liliane Operman. “As vitaminas do tipo A tem função antioxidante, ou seja, elas combatem os radicais livres que tem efeitos como o envelhecimento e outros processos degenerativos das células, como o câncer”, esclarece. “Além disso, ela também participa do processo de epitelização, que nada mais é do que a troca diária das células que compõem os tecidos internos do nosso organismo e também da pele”.
Que atire o primeiro protetor solar aqueles que em nome de uma charmosa marquinha de biquíni ou sunga não atenderam a recomendação de consenso geral de incluir em sua dieta a cenoura, uma das mais populares fontes de betacarotenos.
“O betacaroteno é um pigmento carotenóide que dentro do organismo se transforma em vitamina A”, detalha. É ele quem atua na coloração da pele, tanto que um dos inconvenientes do consumo em excesso da vitamina ou de sua má metabolização pelo organismo é uma coloração indesejada. “O consumo em excesso é uma coloração amarelada nas palmas da mão”, diz a nutricionista Daniela Jobist. “Para reduzir o efeito basta diminuir o consumo do nutriente”. Fadiga e dores ósseas também podem aparecer em quem exagera no consumo da vitamina A.
Muito mais que isso A nutricionista Daniela Jobist lembra também que a Vitamina A é a única que tem a função de nutrir o globo ocular. “É essencial para o bom funcionamento dos olhos. A córnea, a parte transparente do olho, é protegida pela vitamina A e a falta dela pode gerar dificuldades de se enxergar em lugares com luz fraca, causar alterações oculares levando até mesmo à cegueira total”, acrescenta a nutricionista esportiva Maria Luisa Bellotto. Bellotto explica ainda que o retinol atua reforçando nosso sistema imunológico.
“Ela participa da defesa do organismo, pois ajuda a manter úmida e saudável as mucosas”, diz. “As mucosas são um tipo de pele que recobre alguns órgãos por dentro, como o nariz, a garganta, a boca, os olhos, o estômago e representam uma ótima proteção contra infecções respiratórias, ou problemas como diarreia, possibilitando uma recuperação mais rápida”.
A falta de Vitamina A, chamada de hipovitaminose A, é responsável por uma série de problemas de saúde principalmente entre os pequenos. “O crescimento e o desenvolvimento da criança ficam prejudicados com a falta de vitamina A. Outro sinal é o aumento da gravidade de infecções comuns, como a diarreia, infecções respiratórias e uma dificuldade de enxergar no escuro, doença conhecida como cegueira noturna”,relata Maria Luisa. “Pele ressecada e com aparência envelhecida também podem ser sinais de que o organismo está carente de vitamina A”, completa Liliane.
O retinol pode ser encontrado quase que exclusivamente em produtos animais, como leite humano, carnes, fígado, óleos de peixe, gema, leite integral entre outros. Nos alimentos de origem vegetal são encontradas apenas as próvitaminas, que podem ser biologicamente transformadas em Vitamina A. Desta maneira é possível obter Vitamina A incluindo em sua dieta vegetais folhosos verdes escuros, como o espinafre e as folhas novas de vários vegetais, vegetais amarelos, como abóbora e cenoura; frutas não cítricas amarelas e laranjas, como mangas, pêssego e mamão; além de óleos e frutas oleaginosas como o buriti, pupunha, dendê e o pequi. É uma vitamina do tipo lipossolúvel, ou seja, ela só pode ser transportada e absorvida no organismo por meio gorduroso. “É também por essa característica que a Vitamina A se mantém mesmo com processamento como o cozimento, por exemplo”, conta Liliane.
Quando suplementar?
De acordo com a Nutricionista Maria Luisa, existe um consenso sobre a recomendação da ingestão diária por idade e por sexo desta vitamina. Para mulheres varia de 700 a 3000 mcg e para homens de 900 a 3000 mcg. A ortomolecular Liliane completa a informação lembrando que essa dosagem pode mudar de acordo com o estilo de vida que a pessoa leva. “Pessoas que não tem uma alimentação balanceada, que tem uma carga horária extensa de trabalho, que tem uma grande exposição ao sol ou que praticam atividades de alto gasto energético estão expostas a um grande estresse oxidativo”, diz. “Por isso precisam de uma recomendação diária diferenciada, que pode ser obtida por meio da suplementação”.
Liliane ressalta também que a dieta da maioria das pessoas contempla pelo menos uma fonte de vitamina A e lembra que antes de começar a suplementar o ideal é procurar um especialista.
“O profissional da área de nutrição pode recomendar exames nos quais seja possível dosar a quantidade de nutrientes ingeridos e só então recomendar a ingestão diária ideal para o perfil da pessoa”, explica.
Ela ainda alerta para um outro fator importante que reforça a necessidade de visitar um especialista. “Vale lembrar ainda que os nutrientes competem entre si no organismo, o que pode atrapalhar a absorção da vitamina ou mineral que está sendo suplementada”, detalha. “Por isso, a suplementação nunca deve ser feita apenas com um elemento”. Contra-indicação Segundo Liliane, fumantes devem estar atentos ao período da suplementação. “Pela sua característica de estimular a reprodução celular, ela deve ser evitada por um período maior que dois meses para aqueles que fumam”, pontua. “O objetivo nesses casos é não estimular a reprodução e crescimento de células que resultam no aparecimento de câncer”. A especialista explica que para esse perfil, outros carotenóides podem ser recomendados para que não tenham a função de epitelização.
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