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Entenda tudo sobre: Gastrite e Úlcera Gástrica

Ter um estilo de vida saudável, baseado em alimentação e prática de exercícios constante, é fundamental para um estômago também saudável e livre de males como estes

Entenda tudo sobre: Gastrite e Úlcera Gástrica Crédito: BANCO DE IMAGENS

1) A GASTRITE É...

... o processo inflamatório da mucosa (revestimento interno) da câmara gástrica, ou seja, do estômago. Ocorre na maioria das vezes por excesso da produção de ácido, ou diminuição da barreira de muco protetor (causada pela bactéria Helicobacter Pylori).

“Temos visto ultimamente, alergias alimentares causarem este problema”, explica o gastroenterologista Dr. Marcon Censoni de Ávila e Lima. Essa doença pode durar por pouco tempo (gastrite aguda), meses ou anos (gastrite crônica), podendo evoluir para uma úlcera.

 

2) E ÚLCERA GÁSTRICA, O QUE É?

Trata-se de uma ferida causada pela agressão contínua do ácido na parte interna do estômago. A causa mais comum é a fraqueza da camada de muco que protege a parede do estômago, possibilitando que os ácidos da digestão produzidos pelo estômago danifiquem o tecido que o reveste.

“A fraqueza na camada de muco pode ser causada também pela bactéria Helicobacter Pylori, que se desenvolve e vive nesse revestimento protetor do estômago. Se essa gastrite não for tratada, pode levar ao aparecimento de úlceras e, em casos mais graves, ao câncer de estômago”, salienta o gastroenterologista Dr. Ricardo Correa Barbuti.

 

3) ENFIM, A DESCOBERTA!

A gastrite por diversas vezes passa desapercebida, mas pode manifestar alguns sinais, são eles: má digestão, sensação de queimação com azia, náuseas, vômitos, falta de apetite e dores na região abdominal. “Nos casos mais graves pode ocorrer sangramento da parede do estômago, tendo como sintomas: fezes escurecidas, vômitos com sangue ou com cor semelhante à borra do café”, explica o nutricionista Leonardo Canellas.

Tanto a gastrite, como a úlcera gástrica são detectadas pelo exame físico, história clínica de queimação ou dor na região superior do abdômen. “Vale lembrar, que cálculos na Vesícula biliar podem desencadear os mesmo sintomas. Por esse motivo, é necessária a realização de endoscopia digestiva alta e ultrassom do abdômen”, salienta Dr. Marcon de Ávila e Lima.

 

4) PRAZER! SOU A HELICOBACTER PYLORI!

A gastrite causada pela bactéria Helicobacter Pylori pode ser transmitida de pessoa para pessoa e por meio do consumo de água e comida contaminada. A superfície dos alimentos crus contaminados com essa bactéria, se não forem bem higienizados, ao serem ingeridos, contaminam o estômago, causado infecção, abalando o controle da excreção do ácido responsável pela digestão e possibilitando uma diminuição da defesa da mucosa.

“Dessa maneira, para evitar que isso ocorra, é importante manter sempre uma boa higiene pessoal em dia. Lavar as mãos com frequência e higienizar corretamente os alimentos são boas maneiras de se prevenir da contaminação por Helicobacter Pylori”, orienta Leonardo Canellas. Ainda segundo o profissional, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas irrita a camada protetora do estômago, podendo aumentar as avarias no tecido estomacal ocasionadas pelo ácido clorídrico, que é responsável pela digestão.

 

5) ANTI-INFLAMATÓRIOS AGRIDEM O ESTÔMAGO?

“Na verdade qualquer anti-inflamatório causa inflamação do estômago, sempre”, afirma Dr. Ricardo Correa Barbuti. Segundo o gastroenterologista, essa inflamação pode dar sintomas ou não, provocando uma erosão ou eventualmente uma úlcera de estômago ou de duodeno.

“O uso do anti-inflamatório bloqueia a produção de uma substância chamada de prostaglandina que é essencial para a produção de muco e bicarbonato, substâncias que protegem o estômago e os órgãos próximos, do próprio ácido que ele produz, que é o acido clorídrico. Essa lesão ocorre independentemente da via de administração do anti-inflamatório, ou seja, não basta substituir a versão oral pela intra-venosa, pois a lesão do estômago será a mesma.

 

6) E O TRATAMENTO, QUAL É?

“Na verdade existe controle, pois não é ‘uma doença a ser curada’ e sim uma situação de agressão à mucosa gástrica a ser controlada”, explica Dr. Marcon de Ávila e Lima. Segundo ele, esta situação é desencadeada, sobretudo, por estresse, por maus hábitos alimentares, aliados a longos períodos de jejum e em alguns casos piorados pelo tabagismo e consumo bebidas alcoólicas.

“O tratamento, portanto é composto de medicação, mudança hábitos alimentares, às vezes necessidades de erradicação da bactéria e combate ao estresse”, frisa o gastroenterologista.

 

7) ALIVIANDO ESSES MALES

Quando se fala em gastrite e úlcera gástrica, é importante reduzir a quantidade de alimentos em cada refeição e diminuir o intervalo entre essas, respeitando os horários das refeições e mastigando bem os alimentos. Dessa forma há um melhor controle na produção de ácidos responsáveis pela digestão, podendo colaborar na diminuição dos sintomas da gastrite e da úlcera gástrica. Essas são recomendações do nutricionista Leonardo Canellas.

Segundo o profissional alguns alimentos podem colaborar na redução das dores e das sensações desagradáveis que a gastrite e a úlcera causam. Abaixo segue uma lista com alguns alimentos sugeridos para a melhora ou para evitar a aparição dos sintomas:

  • Maçã: principalmente em refeições intermediárias;
  • Mamão: possui papaína, enzima que facilita a digestão;
  • Iogurtes: por conterem lactobacilos, ajuda na reposição da flora;
  • Peixes e aves: são boas opções para usar ao invés das  carnes gordurosas;
  • Temperos naturais: salsinha, sálvia, tomilho, manjericão, coentro, hortelã;
  • Ingestão de dois a três litros de água por dia: alivia a queimação;
  • Verduras, frutas e legumes variados;
  • Chás variados: alecrim, camomila, capim santo, hortelã, aroeira.

8) TENHA UMA VIDA SAUDÁVEL, SEMPRE!

Segundo o nutricionista Leonardo Canellas, alguns alimentos podem ser irritantes da mucosa estomacal, como por exemplo: álcool, café, condimentos industrializados (molho de soja, mostarda, ketchup, pimentas, temperos prontos, molho de tomate), sucos de frutas industrializados, sucos de frutas ácidas, leite e seus derivados, refrigerante, alimentos de difícil digestão (pimentão, pepino, carnes gordurosas), goma de mascar, balas, doces, açúcar, frituras e gorduras.

 “O tabagismo também pode agravar os sintomas da gastrite, porque estimula o aumento da secreção de ácido no estômago. O leite pode apresentar um certo alívio, porém ele também eleva a quantidade da produção dos ácidos responsáveis pela digestão, pois é um alimento alcalino. Recebendo algo muito básico, nosso estômago produz mais ácido para regular a acidez com o propósito de digerir o alimento, o que pode piorar os sintomas”, conta o nutricionista.

Outra prática que pode contribuir para agravar os sintomas é ingerir grandes quantidades de alimentos, principalmente antes de deitar. O ideal é fracionar mais as refeições (comer mais vezes) e consumir menores quantidades ao longo do dia, dando preferência aos alimentos mais leves e de melhor digestibilidade.

A escolha por uma rotina de vida saudável, sem dúvida irá colaborar para que seu estômago também seja saudável.

Leonardo Canellas sugere ainda o uso do waxy maize, para alivio dos sintomas da gastrite e da úlcera gástrica, um suplemento a base de carboidratos, além de ajudar na neutralização da acidez estomacal. “Esse suplemento tem como característica principal o amido ceroso, um carboidrato derivado tanto de uma espécie de milho que é cultivado nos Estados Unidos quanto de fontes como o arroz e a cevada, possui como principal peculiaridade a grande quantidade de amido ceroso, também conhecido como amilopectina”, explica.

Segundo o profissional, o waxy maize é composto por 70% de amilopectina, que é absorvido lentamente pelo organismo (baixo índice glicêmico). “E não gera picos de insulina, sendo seguro para consumo, inclusive de pessoas diabéticas”, frisa, salientando que é de muito importante que antes do uso de qualquer suplemento, que um médico seja consultado.

Praticar exercícios físicos também é de extrema importância para a garantia de uma vida livre de preocupações com a saúde. “Exercitar-se auxilia muito no combate ao estresse, aliado à disciplina alimentar e por vezes identificação de alergias alimentares, resultam na melhora das queixas, tanto da gastrite como da úlcera gástrica”, explica Dr. Marcon Censoni de Ávila e Lima.

 

FONTES CONSULTADAS:

Leonardo Canellas: Nutricionista clínico e esportivo. CRN-3: 25521

Dr. Marcon Censoni de Ávila e Lima: Clínico geral, especialista em Cirurgia Digestiva e Laparoscópica. Chefe do serviço de Cirurgia Geral e Proctologia do IBCC (Instituto Brasileiro Controle do Câncer). CRM 95.746

Dr. Ricardo Correa Barbuti: Gastroenterologista, membro da FBG (Federação Brasileira de Gastroenterologia) e secretário geral na Sociedade de Gastroenterologia de São Paulo. CRM SP-66103

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