ENTENDA TUDO SOBRE

Entenda tudo sobre: Asma

Essa inflamação crônica das vias respiratórias mata três pessoas por dia no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde

Entenda tudo sobre: Asma Crédito: BANCO DE IMAGENS

1) ASMA? 

 Nada mais é que uma inflamação crônica dos brônquios, que pode afetar pessoas de todas as idades. Embora cada um possa apresentar sintomas diferentes, é comum na doença o surgimento de chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse. Caso não haja tratamento, a asma pode ser uma doença grave e potencialmente fatal. “Para se ter uma ideia, mais de 10% da população brasileira possui a asma. Essa inflamação provoca, por si só ou por meio da contração dos músculos que circundam os brônquios, um estreitamento das vias aéreas, levando uma obstrução do fluxo normal do ar que entra e sai dos pulmões”, afirma o pneumologista Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Dentre as mais variadas doenças respiratórias relacionadas ao trabalho, a mais comum é a asma ocupacional, ou seja, aquela que se manifesta como consequência do contato com substâncias tóxicas. Dados estatísticos estimam que aproximadamente 1,3 milhão de brasileiros possuem asma causada ou agravada por condições de trabalho e 900 mil apresentam Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), também desencadeada por ambientes insalubres. “Muitas doenças ocupacionais respiratórias são maximizadas ou ocasionadas devido à exposição a agentes específicos. Essa exposição é preocupante, mas é possível ser controlada e prevenida, se forem tomados os cuidados necessários”, ressalta a gerente médica da unidade MIP do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Dra. Talita Poli.

2) QUEM PODE TER ASMA E POR QUÊ? 

 Algumas pessoas são geneticamente predispostas ao desenvolvimento da asma, isso é fato. Quando entram em contato com os fatores causais que sensibilizam as vias aéreas, isso provoca o aparecimento da doença. Um desses fatores é uma substância ou uma ação que desencadeia uma crise. “Mais de 80% das pessoas com asma são alérgicas a um ou mais destes fatores. Os tipos de fatores desencadeantes e a gravidade da resposta que a pessoa apresenta variam entre os indivíduos com asma. Por isso é importante reconhecer os fatores que desencadeiam a dificuldade respiratória e encontrar meios de evitar ou limitar a exposição a eles”, conta Dr. Mauro.

3) FATORES DESENCADEANTES 

A asma tem uma lista diversificada de motivos para se manifestar. Entre eles, os mais comuns são: ar frio, ácaros do pó doméstico, alimentos: aditivos e corantes, alguns medicamentos anti-hipertensivos e colírios, desequilíbrio emocional, dióxido de enxofre, fumaça de cigarro, infecções respiratórias, odores fortes, pelos de animais, pólens e fungos, poluentes do ar, tintas exaladas e umidade.

4) ASMÁTICOS NO BRASIL 

Essa inflamação crônica das vias respiratórias mata três pessoas por dia no país, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença é a terceira maior causa de internação nos hospitais públicos. Segundo uma pesquisa encomendada ao Ibope sobre o conhecimento e a relação do brasileiro com as doenças respiratórias, a maior prevalência de sintomas respiratórios ocorre nos estados do Sul do Brasil (65%), enquanto apenas 34% da população da Região Norte e Centro-Oeste mencionaram alguma das doenças. A asma se manifesta na infância, melhora na puberdade e volta após a segunda década da vida. Crianças compõem o principal público de risco (até 12 anos). Ainda de acordo com a pesquisa nacional Panorama da Saúde Respiratória do Brasileiro, a incidência em mulheres é maior, mas homens possuem asma mais jovens que as mulheres.

5) A ASMA DE TODAS AS PESSOAS É IGUAL? 

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a asma varia muito de pessoa para pessoa e num mesmo indivíduo. Tem épocas que pode ser muito leve e os sintomas desaparecerem e tem momentos em que pode piorar muito, necessitando atendimentos de emergência e até mesmo internação. As crises de asma também podem variar, umas sendo mais fortes do que as outras.

6)E AI, EXISTE TRATAMENTO? 

A asma não tem cura. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, mesmo se você não tiver nenhum sintoma, a asma está presente. Existem tratamentos que melhoram muito os sintomas e proporcionam o controle da doença. Assim, asmáticos tratados podem ter uma qualidade de vida igual a de qualquer pessoa saudável. O principal tratamento são medicamentos anti-inflamatórios que reduzem a inflamação dos brônquios e devem ser usados diariamente por via inalatória. Medicamentos que dilatam os brônquios para permitir a passagem do ar também são utilizados (broncodilatadores). “A principal via de administração desses medicamentos é por inalação, seja por meio de bombinhas (spray), em pó ou nebulizador”, afirma Dr. Mauro Gomes.

7)AS ESTAÇÕES CLIMÁTICAS INFLUENCIAM? 

Segundo a pesquisa nacional Panorama da Saúde Respiratória do Brasileiro, encomendada ao Ibope pela Boehringer Ingelheim do Brasil, 45% dos entrevistados que disseram conhecer asma indicam que 'mudança de temperatura' é um dos fatores que causam o agravamento da doença. “Os pacientes acreditam que é o frio que causa a doença e, por isso, evitam andar descalços, tomar líquidos gelados ou sorvete, dormir com a janela aberta. Essas atividades não provocam a doença. Apenas o asmático não controlado pode sofrer uma piora dos sintomas com essas variações de temperatura caso não esteja fazendo o tratamento adequado”, diz Dr. Mauro Gomes.

8) AMBIENTE FAVORECE! 

A falta de medidas corretivas no ambiente de trabalho é um dos maiores complicadores para combater as doenças do trato respiratório. Se realizadas, além de prevenir problemas, por meio de proteção coletiva eficiente, como o controle em relação à exposição às substâncias nocivas, podem diminuir os riscos e os danos de enfermidades já adquiridas. Nesses casos, é fundamental que as empresas façam manutenções constantes nos aparelhos, programando a limpeza periódica dos sistemas de climatização, além, é claro, de manterem a higiene do ambiente em dia, a fim de evitar sujeira e a proliferação de microrganismos, ácaros e fungos. “Esses problemas podem ser provocados por bactérias e fungos presentes em diversos locais, dentre eles, filtro do ar-condicionado, produtos químicos dispersos no ar ou até mesmo a poeira depositada em cortinas, persianas e carpetes”, pontua Dra. Talita Poli. A profissional destaca a importância das empresas cumprirem algumas normas regulamentadoras de higiene e saúde ocupacional. “O primeiro passo é avaliar os riscos, identificando os perigos que podem comprometer a saúde dos trabalhadores. É recomendado também elaborar um plano de proteção respiratória, a fim de se evitar processos de trabalho com produção de poeiras, aerossóis ou vapores, além do controle das emissões de poluentes por meio de encapsulamento, ventilação ou exaustores de fumos”, enaltece. 

9) VIDA SAUDÁVEL, VIDA MELHOR! 

Sim, a atividade física melhora o condicionamento físico e a capacidade respiratória! Não é por conta da asma que o paciente não pode ter boa qualidade de vida. Segundo o pneumologista, Dr. Mauro Gomes, se mantiver o tratamento regular ao longo de todo o ano e a doença sob controle, é possível ter uma vida normal como a pessoa que não tem asma, sem qualquer limitação. Há inúmeros campeões olímpicos de modalidades variadas do esporte que têm asma, como as celebridades da natação Mark Spitz e Fernando Scherer, que desenvolvem as suas atividades sociais e profissionais normalmente sob o tratamento regular. Da equipe de 597 atletas dos Estados Unidos, nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988, 67 (11,2%) eram asmáticos participantes das mais variadas formas de esporte, sendo que estes obtiveram 41 medalhas, 15 de ouro, 20 de prata e seis de bronze. Dos 699 atletas que participaram dos Jogos Olímpicos em Atlanta no ano de 1996 e que responderam ao Questionário de Avaliação Médica do Comitê Olímpico dos EUA, 107 (15,3%) relatavam um diagnóstico prévio de asma e 97 (13%) informavam a utilização de medicamentos para a asma. A alimentação balanceada é saudável em qualquer situação, mas não há nada específico para asma. Pessoas alérgicas a alguns alimentos específicos devem evitá-los, mas isso raramente está relacionado com a asma. Independente disso, outra parte dos cuidados com a saúde também devem partir do colaborador, que, com medidas simples, pode manter em dia o funcionamento do sistema respiratório. “A principal medida compreende a lavagem nasal diária com solução de cloreto de sódio (0,9%), que tem ação fluidificante e descongestionante das secreções nasais; pode ser feito uso, em casos de gripes ou resfriados, de medicamentos à base de maleato de bronfeniramina com cloridrato de fenilefrina, que juntos, descongestionam e diminuem a secreção nasal”, explica. Dra. Talita Poli. Segundo a profissional, outras medidas gerais devem ser lembradas: alimentar-se bem, ingerir bastante água, deixar os ambientes sempre ventilados e limpos e, claro, ir ao médico regularmente.

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