Um dos mais condecorados atletas da categoria Mountain Bike no Brasil, Márcio Ravelli fez das trilhas sobre duas rodas sua paixão e sua vida.
Ganhador de nada menos que 10 títulos nacionais e empresário do segmento, o paulista revela a rotina de treinos e suplementação para se manter tanto tempo entre os melhores e declara que está em busca de mais um desafio, agora na categoria máster.
Uma rápida busca sobre as trilhas que a história da Moutain Bike já percorreu no Brasil vai indicar sucessivamente o aparecimento de um sobrenome: Ravelli. Não poderia ser diferente, afinal Márcio é dono de nada menos do que dez títulos brasileiros no cross-country – uma marca que deve permanecer por muito tempo sem ser superada –e tem status entre os especialistas no esporte de superbiker e de maior piloto brasileiro de todos os tempos em sua categoria. “Quando nasci, Deus deve ter dito assim: esse aqui não vai fazer outra coisa. Nasceu para pedalar”, define. “Desde criança tenho uma paixão indescritível pelo mundo de duas rodas”. Para o biker, o segredo do sucesso duradouro está exatamente na junção da paixão, da competitividade e da dedicação. “Eu treino pesado por horas e horas. Tenho foco, dedicação e otimismo”, resume. “Acredito que não basta ter a paixão se não houver essa junção de elementos”. E a rotina é pesada mesmo. Ravelli conta que seus treinamentos estão normalmente divididos em três estágios: os treinos de Base, de Pré-competição e os de Competição. “Base são treinos longos e sempre no início da temporada”, explica. “Nessa etapa percorro entre 100 e 150km por dia.
Geralmente esses treinos são feitos em asfalto e sem intensidade”. Como o próprio nome sugere, essa etapa de preparação funciona para manter o ritmo e o condicionamento do atleta quando não há uma competição na agenda. Os treinamentos de Pré-Competição têm a função de preparar o atleta – tanto física quanto tecnicamente – para o próximo desafio que será enfrentado e possui uma variedade maior de exercícios. “Os treinos desse estágio são treinos simulatórios, mesclo treinos com carga pesada, variando entre trilhas técnicas, subidas e treinos de tiros curtos na bicicleta fixa”. Já os treinos de competição são mais específicos e tendem a estar relacionados com o tipo de percurso que o piloto vai enfrentar em sua próxima empreitada. “Estes treinos geralmente são feitos no decorrer do circuito onde a prova será realizada”, esclarece. O objetivo das três etapas é fazer uma preparação gradual do atleta para que ele possa ter o melhor rendimento durante a prova. E se os treinos mudam de acordo com a agenda de provas a dita e a suplementação do atleta também variam de acordo com as três etapas de preparação, porém dentro ou fora do período de competições Ravelli adota uma dieta que parece ter saído de uma daquelas fórmulas que aprendíamos na escola.
“Minha dieta é formada por 80% carboidratos, 11% proteínas e 7% lipídios. Essa dieta foi elaborada por um professor da USP especialmente para mim”, explica. Pedalar uma Mountain Bike é um esporte que exige um alto gasto calórico, por isso a dieta de Ravelli tem um número muito maior de carboidratos do que a da maioria das pessoas, essa categoria de alimento é mais facilmente utilizada como fonte de energia para organismo do que os demais macro nutrientes que compõem a alimentação. “Essa dieta tem o objetivo de manter sempre o meu desempenho em alta, serve de preparação e também para o período de competição”. O alto desgaste físico que a combinação de lama, poeira e duas rodas geram precisa ser compensado com uma suplementação antes, durante e depois de cada treino ou competição. Na lista de suplementação do atleta estão vitaminas, proteínas, carboidratos e aminoácidos.
“Tomo 500 ml de vitamina C todos os dias e vitaminas do complexo B a cada dois dias”, conta. (Para saber um pouco mais sobre como a vitamina C pode ajudar nos seus treinos leia a matéria ‘Vitamina C: a Super-Poderosa’ publicada na terceira edição da revista e disponível no nosso site). Em todos os dias de treino entram em cena os BCAAs “sempre antes e depois dos exercícios” conforme explica o atleta. Nos dias em que o bicho pega mais – terças e quintas – a lista ganha mais um item: os shakes de Whey Protein. Em cima da bike, Ravelli lança mão dos suplementos de carboidratos para manter o nível de energia durante os treinos e competições. Ao final das provas ou dos treinamentos o biker utiliza a maltodextrina para repor o glicogênio perdido durante o exercício. Campeão Pan-Americano, Bicampeão Sul-Americano, sete vezes ganhador do título Paulista, tricampeão do Iron Biker e um passaporte carimbado com a participação na competição que reúne os atletas mais importantes do mundo, os Jogos Olímpicos. Mesmo com este currículo invejável o paulista nascido e criado no interior não sossega e tem agora um novo desafio: conquistar um novo título brasileiro, agora pela categoria máster. “O circuito onde a prova será disputada me favorece. Conheço bem a pista. Estou treinando e sei que até lá posso estar em condições de ganhar o mundial”, aposta. “Sou competitivo, persistente e muito focado”, conta o atleta. “Fiz do esporte minha vida, então estou sempre em busca de resultados melhores e não pretendo parar”. Menu do campeão Alimentação no período dos treinos de base. “Consumimos mais proteínas e lipídios, legumes e grãos.
A suplementação é a base de Whey Protein”. Alimentação no período dos treinos de pré-competição e competição. “Consumimos mais alimentos e suplementos a base de carboidrato, com pouco consumo de proteínas, por causa na demora da digestão”. Alimentação na véspera de competição. “As refeições são praticamente à base de carboidrato e menos fibras, como: banana seca, torradas, sucos de frutas sem casca, pêssego em calda, mel, geleia, pão francês”. Em dias de provas. “Na parte de manhã como torradas com mel, pêssego em calda, suco de laranja, gelatina”.
Para quem está começando
Como escolher uma bike:
Para Ravelli é preciso saber onde e para quê a bicicleta será usada: “competição ou lazer”. Para comprar uma bike de competição o investimento é maior, algo em torno de R$25 mil porém, “são bicicletas que darão melhor rendimento ao atleta, com leveza e precisão”. Para quem é amador, a dica do piloto é prestar atenção nos acessórios “o ideal é escolher acessórios de alumínio, pois são mais resistentes que o ferro”. O calçado ideal: na hora de por o pé no pedal o profissional recomenda as sapatilhas “o solado é duro e firma, com um acessório que se chama taco, isso prenderá o pé e dará mais firmeza na pedalada”. Segurança não pode faltar: Ravelli explica que os melhores capacetes são aqueles que usam carbono, o acessório custa entre R$200 e R$ 1500. “O capacete é extremamente importante, sem ele não dá pra andar de bike. É o item obrigatório”.
Mais conforto: Luvas também são fundamentais, bermuda com forro e camisa com bolso atrás completam a lista pra quem quer começar a pedalar. Entrando para a turma: O atleta lembra que o começo é sempre difícil. “Acho que as pessoas precisam procurar atletas experientes, lojas especializadas e que fazem e trilhas, usar equipamentos em todas as pedaladas, andar sempem grupos e com celular nas trilhas”,diz
Principais Títulos
Campeão Pan-Americano Bicampeão Sul-Americano Decacampeão Brasileiro Sete vezes Campeão Paulista Campeão do Torneio de Verão de Ciclismo por equipe Tricampeão Iron Biker Campeão da Copa Ametur Campeão da Copa Itaú 1º no Ranking Nacional Vice-campeão Brasileiro Vice-campeão Paulista Vice-campeão Iron Biker 3º no Panamericano, Baños, Equador 4º nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata 6º nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg
Nome: Marcio Ravelli Data de Nascimento: 27/02/1972 Local: Itu Altura: 1,71 Peso: 64k Equipe: Scott/Seme Itu Patrocinador: Scott /Seme Itu Na internet: www.marcioravelli.com.br
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