Sabemos que a Genômica nutricional é quem estuda a interação dos genes com os alimentos (Nutrigenética) e também a interação dos nutrientes com os genes (Nutrigenômica). A partir daí descobrimos que a nossa saúde é totalmente dependente da nossa alimentação e nosso estilo de vida, se praticamos exercícios ou não.
Foi a partir da Genômica Nutricional que pudemos perceber que a vitamina D3 é a vitamina mais importante que existe, pois ela é necessária para o bom funcionamento de praticamente todos os sistemas do organismo.
Alguns pesquisadores, inclusive, defendem a classificação da vitamina D como hormônio, por se tratar de um ativo derivado do colesterol com cascata de ativação que inclui precursores, receptores e um conjunto de enzimas próprias.
Em nós, humanos, a exposição solar faz com que a pele de início a uma série de reações bioquímicas que culminam com a produção da vitamina D ativa (calcitriol).
Diferente de nós seres humanos e de algumas outras espécies, os cães não fazem a conversão da vitamina D3 pela exposição ao sol e assim por esse motivo, para alcançar a quantidade ideal de vitamina D3 que seu corpo precisa é necessária a ingestão dessa vitamina pela dieta e suplementação.
Os cães apresentam cerca de 20.000 genes funcionais e estima-se que cerca de 2.000 genes sejam controlados por níveis ideais de vitamina D3.
O organismo dos cães tem receptores de vitamina D3 em vários órgãos e tecidos como por exemplo, a mama, a próstata, as células cardíacas, o cérebro, o cólon e as células imunes. Por isso a vitamina D é extremamente importante para o organismo de seu pet no dia a dia.
Em cães, a vitamina D3 tem como principais funções reduzir a incidência de câncer, reduzir a incidência de doenças autoimunes, reduzir infecções, previne endocrinopatias e também fornecer suporte cardiovascular e renal.
É muito importante oferecer uma dieta adequada e com a suplementação correta de vitamina D3 para seu ‘amigo’, pois elas irão atuar de forma preventiva e/ou complementar aos tratamentos estabelecidos pelos médicos veterinários.
A maioria dos cães de hoje em dia, estão deficientes em vitamina D3, por esse motivo realizou-se um estudo com os alimentos comerciais que estão atualmente no mercado dos Estados Unidos e foi verificado que a maioria não apresentava níveis ideais de Vitamina D.
Nesse mesmo estudo verificou-se diferenças notáveis entre os fabricantes e marcas de diferentes alimentos em relação aos níveis de vitamina D3 sugerindo que os níveis deveriam ser otimizados para reduzir a incidência de câncer e inúmeras outras doenças em cães. (CLARIE R SHARP, 2015)
A deficiência em vitamina D3 também pode estar associada a inflamação gastrointestinal em cães. Um estudo também realizado em cães observou-se que níveis ideias de vitamina D3 podem atuar na remodelação cardíaca em animais portadores de valvopatias.
A vitamina D3 também tem papel importante no equilíbrio imunológico dos cães e seus níveis ideais podem tratar grande parte das doenças autoimunes.
É comprovado que apenas 5 -10% dos casos de neoplasias em cães são de origem genética, enquanto 90-95% dos casos de neoplasias são resultados da interação do estilo de vida do animal com os genes. (Broad Institute,2013)
Cerca de 40% dos casos de neoplasias podem ser prevenidos com dietas específicas e níveis ideiais de Vitamina D3.
Um outro estudo, demonstrou importante correlação dos níveis de vitamina D3 com a incidência de inúmeras neoplasias como linfomas, hemangiosarcomas, carcinomas e sarcomas. K.A. Selting e colaboradores demonstram forte correlação entre os níveis de vitamina D3 no soro e sua correlação com o desenvolvimento de câncer em cães, mostrando que os animais que apresentavam níveis ideais de vitamina D3 (100-120 ng/ml) apresentavam drástica redução na incidência de câncer. (K.A SELTING).
O calcitriol em altas doses tem poder de tratar mastocitoma, podendo promover a redução parcial como também redução completa do tumor. (MALONE,2010)
Os valores referência de vitamina D3 em cães são:
Deficiência: 0-30 ng/ml
Insuficiência: 30-100 ng/ml
Suficiência: 100-120 ng/ml
Risco de Intoxicação: acima de 150 ng/ml
A suplementação de vitamina D3 em cães deve sempre ser feita em conjunto com a vitamina K2 para potencializar os efeitos e reduzir os riscos de efeito colaterais, pois a vitamina K2 tem função de direcionar o cálcio no organismo regulando ainda a atividade osteoclásto e osteoblasto.
A vitamina D3 pode ser indicada para cães com dor crônica, asma, alergias, Diabetes tipo 2, doenças autoimunes, artrose, pacientes em estado crítico, com discopatias, depressão, insuficiência renal, hepatopatia e mitocondriopatias.
Diferente dos fármacos que atuam no controle das doenças a vitamina D3 tem o poder de agir na raiz do problema e sua deficiência nos cães pode aumentar o risco de algumas doenças, como: as doenças cardíacas, renais, doenças autoimunes, hipertensão, tumores, diabetes, demência, doenças infecciosas, doença inflamatória intestinal, artrite reumatoide, esclerose múltipla e doenças alérgicas, por esse motivo a vitamina D3 é tão importante.
Lembre se que toda a suplementação deve ser feita com o auxílio de veterinário especializado em nutrição animal. Níveis exagerados de vitamina D3 podem levam a intoxicação podendo até mesmo matar o animal.
Dra. Bruna Morales - CRMVsp 26.313
Dr. Kaue Morales - CRMVsp 37.837
Especializados em Medicina Funcional e Nutrição Animal
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