Pet: Cuide da saúde do intestino do seu cão!

O intestino é um órgão de extrema importância para o cão, pois é responsável por controlar cerca de 70% da imunidade do corpo do animal. Por esse motivo é muito importante cuidar da saúde intestinal do animal independente da doença que ele tiver.

Melhorando o intestino, automaticamente melhora-se a imunidade, atuando positivamente sobre todas as doenças. A nutrição funcional tem como principal objetivo melhorar a saúde do animal interna e profundamente para que ele expresse saúde.  A ideia seria ‘cuidar da raiz da árvore para as folhas responderem favoravelmente’.

O intestino do cão possui funções como: digestão, absorção de nutrientes, excreção, destoxificação do corpo animal e ajuda no controle da imunidade e das funções neurológicas, pois 90% da serotonina é produzida no intestino pelas bactérias boas que existem na microbiota intestinal saudável do cão. Essa serotonina é transportada pelas plaquetas para o cérebro, e ajudam na motilidade intestinal do animal, promovendo a sensação de prazer e bem-estar.

A falta de serotonina faz com que o animal não tenha motilidade tendo dificuldades para defecar, acumulando fezes no intestino e ficando enfezado e nervoso por essa falta de serotonina.

O intestino é o único órgão que continua funcionando quando o animal morre, pois ele tem uma rede de neurônios própria que continua funcionando após o falecimento. Ele é o responsável pela produção de alguns hormônios e funciona como uma grande membrana seletiva que permite a entrada de pequenas moléculas (nutrientes) impedindo a entrada de grandes moléculas (toxinas, bactérias e alimentos íntegros). Ele seleciona os nutrientes para serem absorvidos e os que devem ser excretados. Se ocorrer a perda da seletividade dessa membrana seletiva, a mesma vai estar aberta para todos os tipos de doenças crônico degenerativas.

A microbiota intestinal é formada por bactérias boas e bactérias ruins. Um cão com boa saúde intestinal apresenta em sua microbiota 80% de bactérias boas e 20% de bactérias ruins-oportunistas. A microbiota intestinal depende diretamente do tipo de alimento ingerido. 

Essas bactérias interagem com genes, ou seja, as bactérias que estiverem no intestino do animal é que vão selecionar e ativar os genes alterando ou não a sua expressão.

Um animal com boas bactérias no intestino é um animal com boa imunidade, pois 70% da imunidade depende de um intestino saudável. Se o animal consumir carboidratos simples como farinha, açúcares e alimentos refinados, o organismo estará propício para que cresçam bactérias ruins no intestino dele, aumentando assim a porcentagem de bactérias ruins na microbiota intestinal. 

A alteração do equilíbrio da microbiota intestinal do cão para 70% de bactérias boas e 30% de bactérias ruins leva ao quadro de disbiose (dirréia), ocorrendo a perda da seletividade da membrana intestinal e provocando sintomas como falta de disposição, queda de imunidade e aumento de dor. Ou seja, para o animal apresentar saúde ou doença, vai depender muito das bactérias que ele carregar no intestino.

A disbiose pode ocasionar a perda da tolerância imunológica predispondo os animais a reações de hipersensibilidade como: coçar a pele, desenvolver artrose, artrite, epilepsia, aumento de disfunção cognitiva, hepatopatias, alterações digestivas, cutâneas dentre outras.

No dia a dia vemos casos de animais com lesões na narina, otite crônica, dermatite podal, resultantes de alimentação inadequada. Para fornecer saúde ao intestino do animal é importante fornecer probióticos e prebióticos, fibras solúveis e insolúveis e otimizar os níveis de vitamina D3.

É muito importante repor o probiótico sempre após o fornecimento de antibióticos, anti-inflamatórios e antiácidos, além de trocar a dieta do animal, principalmente para animais estressados, que apresentem dermatite psicogênica e doenças inflamatórias em geral.

Existem muitos trabalhos científicos que demostram os benefícios do uso de probióticos em cães para aumento de imunidade em cães jovens. Prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que estimulam seletivamente a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no intestino, beneficiando o animal hospedeiro dessas bactérias. 

As fibras solúveis têm a capacidade de se misturar na água, agem no intestino reduzindo o tempo de trânsito intestinal e aumentando a fermentação e proliferação das boas bactérias.  Lentilha, mandioca, beterraba e cenoura são alimentos ricos em fibras solúveis.

Já as fibras insolúveis não têm a capacidade de se misturar na água, elas facilitam a evacuação, reduzem o risco de câncer no intestino por absorção de toxinas e também o tempo em que as paredes intestinais ficam expostas aos alimentos. Feijão e abóbora são opções de fibras insolúveis.

A vitamina D pode bloquear ou regular a ativação das células na mucosa intestinal e tem ação direta na flora intestinal, aumentando ou reduzindo o número de espécies específicas de bactérias e influenciando na diversidade bacteriana.

A vitamina D3 equilibra o sistema imunológico e a vitamina D é essencial no desenvolvimento e no funcionamento das células que compõem o sistema imunológico.

Se o intestino do seu cão não estiver saudável, com certeza ele não irá expressar saúde. Fique atento!