Atualmente, com o constante avanço da ciência e da tecnologia, cada vez mais as pesquisas científicas revelam substâncias que prometem retardar o envelhecimento, melhorar a qualidade de vida, contribuir para a longevidade, para a manutenção da saúde e para o aumento do desempenho físico nos esportes.
Dentre tantas substâncias existentes na ciência, destacamos os hormônios como peças fundamentais em todas as reações de equilíbrio bioquímico no organismo humano (homeostase). Mas, afinal de contas, o que realmente são os hormônios e como eles agem fisiologicamente no organismo humano?
Podemos dizer que os hormônios são substâncias químicas com diversos tipos de ação no organismo, pois podem ter tipos distintos de atividade, que denominamos: autócrina, parácrina ou endócrina. Dizemos que um hormônio tem atividade autócrina, quando ele é capaz de agir sobre as próprias células que o produzem, porém quando ele age em células vizinhas às que o produziram, sem que para isso tenha que atingir a corrente sanguínea, falamos em atividade parácrina. E, finalmente, quando um hormônio age em células distantes ao seu local de produção, chegando até lá pela corrente sanguínea, chamamos de atividade endócrina (onde funciona a maior parte dos hormônios nos seres humanos).
É justamente a atividade endócrina que destacamos aqui nesse artigo, onde os hormônios lançados diretamente na corrente sanguínea transferem informações e instruções entre as células do nosso organismo, podendo ter ação em diversos órgãos de origem estimulante ou inibitória, porém ao chegar ao órgão alvo e ter a ação na qual se destina, o hormônio precisa ser reconhecido por uma proteína especializada nas células do tecido-alvo, chamada de “receptor”, como se fosse num sistema de chave-fechadura. Quando um receptor e um hormônio se ligam, as moléculas de ambos passam por alterações estruturais que ativam mecanismos no interior da célula no qual passarão a produzir os efeitos esperados.
Também chamados de ‘mensageiros químicos do organismo’, os hormônios regulam o envelhecimento no adulto e o desenvolvimento na criança, controlando as funções de muitos tecidos, regulando o metabolismo humano e principalmente auxiliando nas funções de reprodução humana.
Resumidamente, esse é o mecanismo de ação natural dos hormônios no organismo humano, porém, agora o que são os hormônios bioidênticos?
Os hormônios bioidênticos ou também chamados de isomoleculares, são hormônios que têm exatamente a mesma estrutura química e molecular encontrada nos hormônios produzidos pelo nosso organismo, independentemente da fonte da qual se origina, natural ou sintética. Por este motivo tem ação mais fisiológica e natural dentro do nosso organismo, diferentemente dos hormônios sintéticos que são substâncias que passaram por um processo industrial de síntese, transformação ou modificação em sua estrutura química.
Sendo assim, considerando que a atividade de um hormônio é determinada em parte pela sua estrutura química, que possibilita a ligação deste no que chamamos de sítio de ação específico dentro da célula, como se fosse num sistema de chave-fechadura, pode-se concluir que, ao serem utilizadas substâncias quimicamente diferentes, esta ligação fica prejudicada, correndo ainda o risco de não ocorrer eficientemente, podendo estas substâncias, não exercer o efeito esperado. Podemos ainda, comparar esse fenômeno como a cópia mal acabada de uma chave, onde os hormônios sintéticos não ocupam os receptores de hormônios das células (fechadura) com a mesma perfeição que o hormônio original, provocando o que chamamos de ‘resposta terapêutica farmacológica’.
Por outro lado, ao utilizarmos hormônios quimicamente iguais aqueles que por variados motivos o organismo humano deixou de produzir ou reduziu a sua produção, a chance desta ligação ocorrer aumenta consideravelmente e consequentemente aumenta também o efeito hormonal, sendo possível devolver ao organismo a função do hormônio diminuído.
Ainda seguindo essa linha de raciocínio, fisiologicamente podemos prever que da mesma forma que uma substância dentro do organismo tem um efeito, ela também deverá ser transformada e/ou eliminada. Nosso organismo é ‘programado’ para fazer isto com as substâncias que reconhece, porém a transformação de uma substância não reconhecida, como um medicamento ou um hormônio não-bioidêntico, poderá gerar bioquimicamente metabólitos (substâncias) nocivas e prejudiciais, podendo acarretar em efeitos colaterais ou adversos ao organismo.
A INFLUÊNCIA DOS HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS NOS ESPORTES
Com o uso clínico da terapia hormonal bioidêntica, podemos dizer que os benefícios da mesma na área esportiva ocorrem como uma consequência, já que resultam em diversos tipos de alterações positivas no metabolismo energético, otimizando a performance física e composição corporal, tais como: otimização dos níveis de energia e vitalidade, melhora do desempenho físico, aumento da força de contração muscular, redução da gordura corporal (lipólise), aumento da massa muscular (anabolismo), elevação da capacidade físico-respiratória, melhora da aparência física corporal e facial, melhora na qualidade de vida e melhora na recuperação muscular pós-treino, devido ao efeito anti-inflamatório muscular.
Vale ressaltar que esses benefícios citados pela literatura científica, são atribuídos ao uso da terapia hormonal bioidêntica, associada a outros fatores, como uma correta técnica alimentar (dieta) e controle do estresse, além da prática de atividades físicas.
Atualmente, diversos já são os hormônios isomoleculares (bioidênticos) disponíveis no mercado para manipulação, como o Estradiol, Estriol, Progesterona, Testosterona, Dehidroepiandosterona (DHEA), Pregnenolona, Androstenediona, Melatonina, Hormônio do Crescimento Humano Recombinante (Hgh), Hidrocortisona, Tiroxina (T4) e Tri-iodotironina (T3), além das mais modernas formas para a produção, como por exemplo a nanotecnologia.
Hoje, sabemos que a terapia hormonal, não mais contempla somente a reposição clínica em pacientes com deficiências hormonais na medicina e odontologia, porém já observamos a aplicação em outras áreas, como a área esportiva, ortomolecular, dermatologia e estética facial na medicina e odontologia, pois melhoram a renovação da pele, promovendo um aspecto mais saudável e jovial.
Desse modo, podemos assegurar que, a utilização de hormônios totalmente bioidênticos, quando devidamente determinada por um profissional competente e especializado, observando criteriosamente a necessidade da reposição, proporciona ao paciente maior eficácia e segurança, com menor incidência de efeitos indesejáveis, pois o mesmo, através da avaliação clínica e do histórico, dados familiares, avaliação de resultados de exames de laboratório e individualidade bioquímica de cada paciente, irá determinar a melhor forma de tratamento, avaliando os eventuais riscos e os benefícios eminentes.
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