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Pet: Alergia no mundo pet

Entenda a diferença entre hipersensibilidade alimentar e alergia no seu animalzinho de estimação

Pet: Alergia no mundo pet Não é fácil finalizar o diagnóstico, é necessário realizar um processo investigativo para um determinado componente da alimentação do animal.
Crédito: BANCO DE IMAGENS
Reação adversa ao alimento ou hipersensibilidade alimentar são nomenclaturas que implicam em uma reação fisiológica ou uma presença de manifestações clínicas, causadas por resposta ou reação anormal a uma substância ingerida.

A hipersensibilidade alimentar é um distúrbio tardio, onde até 48 horas depois do consumo o animal irá promover sintomas, podendo ser cutâneo não-sazonal, pruriginoso de cães e que está associado a ingestão de uma substância alérgica na dieta.

Já a alergia alimentar é um problema diferente de hipersensibilidade alimentar. A alergia alimentar é mediada pelo IGe, reação imediata, onde é liberado os mastócitos que libera histamina ocorrendo uma reação histaminérgica, que afeta geralmente a pele e a mucosa e leva a rejeição do animal sobre o alimento. A alergia é permanente e sempre dá reação alérgica. 

A hipersensibilidade alimentar é medida pelo IGa, IGg e IGm, fazendo com que ocorra uma reação inflamatória que pode afetar qualquer estrutura do organismo aumentando citocinas inflamatórias. Ela é comum em 50% dos animais e normalmente é o alimento que o animal mais gosta que provoca a alergia, pois o organismo libera endorfina para tirar a inflamação e o animal vicia na endorfina. 

Quanto mais o animal come o mesmo alimento, maior são as chances de existir hipersensibilidade,  pois ela é dose dependente, se oferecer sempre a mesma proteína para o animal ele pode apresentar hipersensibilidade alimentar sobre aquela proteína, por isso é importante alternar as fontes de proteína.
Os ingredientes da dieta do animal que possuem maior potencial de alergia e hipersensibilidade são: leite de vaca, carnes, ovos, soja, trigo, milho, aveia, vísceras de animais, óleos, peixes e subprodutos, aditivos e conservantes químicos, conservantes e produtos desidratados.

A hipersensibilidade alimentar é uma realidade muito presente na vida de muitos cães e pouco diagnosticada na clínica veterinária, podendo ocorrer em cães de qualquer idade.

Normalmente a alergia atinge orelhas, membros, região inguinal ou axilar, face, pescoço e períneo. Artrite, artrose, poli esculhambose, também podem resultar de hipersensibilidade alimentar.

O alimento é considerado a maior carga antigênica que existe para o organismo, o que é bom para um animal pode ser veneno para outro. Se o animal não está bem de saúde com certeza tem influência da dieta, ele deve estar se alimentando de uma dieta inadequada que não está nutrindo corretamente as suas células, pois existem diversos nutrientes, vitaminas e minerais que não podem estar faltando e que se faltarem vão acarretar no aparecimento de doenças.

Não é fácil finalizar o diagnóstico, é necessário realizar um processo investigativo para um determinado componente da alimentação do animal.

O diagnóstico definitivo é baseado na ausência dos sinais clínicos após a administração de uma dieta de eliminação, composta por ingredientes únicos aos quais o animal não tenha tido contato na vida.

A maioria dos animais são alimentados com dietas comerciais cheias de corantes, conservantes e agentes químicos e mesmo os que se alimentam de uma dieta mais saudável acabam recebendo guloseimas e restos de refeições, o que torna quase impossível a identificação desses alérgenos alimentares.

A dieta de eliminação é recomendada por pelo menos seis semanas de modo a se desconsiderar o diagnóstico de hipersensibilidade alimentar. Os objetivos de oferecer ao animal uma dieta de eliminação são: não expor o animal a alimentação que está causando o problema, obter uma proteína modificada em que a alteração das características físicas das moléculas a tornará incapaz de provocar uma resposta imune, oferecer uma dieta livre de aditivos, como corantes, flavorizantes e conservantes.

O tratamento para hipersensibilidade alimentar consiste em: fornecer dieta caseira balanceada ou dieta comercial hipoalérgica,   ingestão de óleo de peixe e óleo de borragem pode modular e controlar a severidade da doença, relacionados com processos inflamatórios,    tratamento da piodermatite superficial com medicamentos específicos,    tratamento com glicocorticoides e anti-histamínicos, ingestão de óleo de coco também pode modular e controlar a severidade da inflamação, fazer o controle de pulgas e carrapatos, para evitar que a picada agrave o prurido, probióticos e prebioticos para preparar o intestino para introdução da dieta de exclusão e melhorar a absorção dos nutrientes e evitar disbiose. 

De acordo com o alimento ingerido selecionamos os tipos das bactérias da microbiota intestinal e consequentemente a sua tolerância imunológica fazendo com que tenha uma resposta mais ou menos inflamatória.

A hipersensibilidade alimentar é uma condição inflamatória e toda a doença crônico degenerativa começa por uma inflamação crônica, que pode levar a várias outras doenças, otite, cistite, malacesia, pododermatites, sinusite, artrite, dentre muitas outras.

A hipersensibilidade alimentar é muito comum e pode ser controlada, mas requer um processo investigativo demorado, onde o médico veterinário e proprietário tem que trabalhar em conjunto, para que se possa chegar ao diagnóstico o mais rápido possível, que está levando a essa hipersensibilidade alimentar no cão, dando assim, uma melhor qualidade de vida ao animal.

Dra. Bruna Morales - CRMVsp 26.313
Dr. Kaue Morales - CRMVsp 37.837
Especializados em Medicina Funcional e Nutrição Animal

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