PET

Pet: Disfunção cognitiva em pets

Saiba como cuidar e tratar de bichinhos portadores desta síndrome 

Pet: Disfunção cognitiva em pets Este processo ocorre devido uma deficiência mitocondrial que faz com que exista um aumento de radicais livres.
Crédito: BANCO DE IMAGENS
A disfunção cognitiva é uma doença neurodegenerativa, que afeta cães e gatos idosos – provocando alterações comportamentais na percepção, aprendizado, memória e conscientização do animal.

Mas, como acontece o processo de envelhecimento cerebral? Este processo ocorre devido uma deficiência mitocondrial que faz com que exista um aumento de radicais livres, que por sua vez causam a morte celular e por fim matam os neurônios.

Com este envelhecimento existe uma diminuição na produção de mitocôndria, causando uma fabricação de ATPs em menor escala. Essa redução de ATPs significa menos energia – por esse motivo os animais idosos são mais parados e mais calmos.

Já, processos inflamatórios crônicos, alteração intestinal, destoxificação, alterações circulatórias, hipersensibilidade alimentar, decadência mitrocondrial, estresse oxidativo e alterações hormonais também podem gerar uma disfunção cognitiva nos pets. Quando existe algum tipo de inflamação no cérebro os neurônios não conseguem captar a glicose para se alimentarem.

Os bichinhos que possuem a disfunção cognitiva costumam dar alguns sinais como: desorientação, confusão, ansiedade, agitação, vocalização excessiva, letargia, lambidas em excesso, falta de higiene, incontinência urinária e fecal, anorexia, alteração do sono e alterações comportamentais.

Esta síndrome faz com que haja uma formação de placas beta amiloides cerebrais e um emaranhamento neurofribilar, sendo seguidos por atrofia, encolhimento das estruturas e até mesmo a perda dos neurônios. Os animais que são castrados despõem de uma probabilidade maior de desenvolverem a doença, pois a hormônio que a ajuda a proteger o pet diminuindo a disfunção cognitiva é a testosterona. 

TERAPIA COMPLEMENTAR

Para manter a saúde de nossos pets podemos utilizar:

Curcumina, EPA e DHA (óleo de peixe), GLA (óleo de borragem): reduz o processo inflamatório crônico.

N-acetilcarnitina, ácido lipoico: efeito antioxidante.

Óleo de coco: é a melhor indicação para combater a disfunção cognitiva. O cérebro utiliza a glicose e os triglicérides de cadeia media que estão presentes no óleo de coco, como fonte de energia. Já sabemos que quando existe algum tipo de inflamação no cérebro os neurônios não conseguem captar glicose, mas conseguem captar as triglicérides de cadeia media – que irão alimentar o neurônio. 

Cordycepts: contribui para uma melhor circulação cerebral e possui uma função tônica e revigorante cerebral.

Coezima Q10: atua no ciclo de Krebs, faz a troca de ATPs e de elétrons nas cristas mitocondriais.  

Cromo quelato: ajuda na melhora da captação de glicose cerebral.

Vitamina do complexo B: contribui para otimização mitocondrial.

Probióticos e prebióticos: estes são muito importantes para a síntese de neurotransmissores.

Vitamina D3: em baixos níveis, pode impedir a síntese de neurotransmissores e o crescimento neuronal.

S-adenosilmetionina (SAMe): possui efeitos antioxidativos, que melhoram a plasticidade neuronal e a renovação de certos neurotransmissores.

Spirulina: melhora a função dos neurônios, assim, prevenindo doenças neurodegenerativas, evitando a fadiga cognitiva e auxiliando em outras doenças e condições inflamatórias.
 
NUTROLOGIA 

Para prevenir e controlar a disfunção cognitiva em pets podemos investir em uma alimentação mais saudável, sempre priorizando alimentos orgânicos e assim retirar o glúten do cardápio, utilizar alimentos livres de glutamato monossodico, além de reduzir o carboidrato de alto índice e carga glicêmica.
 
RECEITA

Para seu pet é recomendado 25% de carboidratos complexos, ricos em fibras como a lentilha, a batata doce e o inhame e assim não ocorrer o pico glicêmico. Já, os carboidratos que possuem alta carga glicêmica vão gerar hipoglicemia, lesionando o neurônio. Vale a pena investir em 20% de vegetais ricos em umidade como o chuchu e a abobrinha. 

Grandes aliados são 25-30% de proteínas de alto valor biológico – caso o pet não tenha problema renal – e 30-35% gorduras. Também é recomendável que adicionemos um fio de azeite extra virgem na comida do nosso bichinho.

Os animais portadores de disfunção cognitiva não sabem que precisam beber água, então é preciso induzir essa ingestão, mantendo a água do seu bichinho sempre fresca, além também recomendamos oferecer cubinhos de gelo e água de coco.

Precisamos ficar em alerta com animais que apresentarem triglicérides alto, devemos sempre tomar cuidado com a quantidade de gordura oferecida na dieta para não gerar uma pancreatite. 

Além disso, todas as dietas devem ser indicadas por um médico veterinário especializado em nutrição animal que avaliará o bichinho, assim identificando as reais necessidades para elaborar uma dieta adequada.


Dra. Bruna Morales - CRMVsp 26.313
Dr. Kaue Morales - CRMVsp 37.837
Especializados em Medicina Funcional e Nutrição Animal


Comentários