SAÚDE

Fisiologia Endócrina

As diferenças hormonais entre o metabolismo feminino e masculino

Fisiologia Endócrina Crédito: BANCO DE IMAGENS
Podemos iniciar esse artigo, já mencionando o quanto complexo é o funcionamento do organismo humano, principalmente no que diz respeito aos aspectos fisiológicos que envolvem o funcionamento celular dos seres vivos.
O estudo da fisiologia endócrina humana nos revela um sistema de funcionamento complexo, em que os hormônios irão agir em células alvos distantes, tendo como principal função o equilíbrio do meio interno corporal, que chamamos de homeostasia. 
Para cumprir o papel de promoção do equilíbrio bioquímico corporal, o sistema hormonal lança mão de alguns caminhos, tais como: 
• Manutenção do meio interno (bioquímica do corpo - metabolismo). 
• Integração e regulação do crescimento e desenvolvimento humano.
• Controle e manutenção dos diferentes aspectos da reprodução humana.
Nesse artigo, irei abordar de forma bem resumida, um dos mecanismos de ação hormonal nos seres humanos, mais especificamente no sexo feminino, que é o sistema hormonal de reprodução humana.
Porque será que as pacientes do sexo feminino, possuem uma bioquímica altamente distinta em relação aos pacientes portadores do sexo masculino?Porque existem diferenças nas abordagens profissionais, seja para a área clínica ou área esportiva, no que diz respeito à fisiologia metabólica e farmacodinâmica em nossas pacientes?
Digamos que o ciclo menstrual, nada mais é do que um processo cíclico decorrente da secreção alternada de quatro principais hormônios: estrógeno e progesterona (secretados principalmente nos ovários), Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH), os dois últimos, secretados pela neuro-hipófise.
 A hipófise é uma glândula endócrina situada na sela túrcica, cavidade óssea localizada na base do cérebro, por isso é de origem neurológica, relacionando o sistema hormonal ao sistema neurológico ou neuro-endocrino.
No início de cada ciclo, quando a menstruação ocorre, há liberação hipofisária de pequenas quantidades de FSH e LH (pequenos pulsos), que juntos provocam o crescimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, sendo que o crescimento destes folículos induz o aumento da produção estrogênica. 
Este é secretado em uma taxa crescente, estimulando a proliferação endometrial e atingindo o seu pico aproximadamente na metade do ciclo (em média 14 dias).
A concentração alta de estrógeno inicialmente reduz o pulso de LH e FSH (Feedback Negativo) e, em seguida, provoca um aumento súbito, que chamamos de surto pré-ovulatório, desses dois hormônios, estimulando a ovulação feminina que é a ruptura do folículo e liberação do óvulo, marcando a primeira fase do ciclo hormonal feminino, chamada de fase folicular.
Após a ovulação, os elementos residuais do folículo rompido formam o desenvolvimento do corpo lúteo que secreta estrogênio, porém com maiores quantidades do hormônio progesterona, com o objetivo de manter a gestação, até que a placenta possa assumir essa função. No entanto, não havendo fecundação, os níveis de progesterona e estrogênio caem, sendo provocadas pela diminuição da produção de LH e FSH, de modo que o corpo lúteo começa a regredir em tamanho, marcando a segunda fase do ciclo hormonal feminino, chamada de fase lutea ou luteinica.
Com a diminuição de LH e FSH, ocorre a queda na produção de progesterona e estrogênio, fazendo com que o endométrio descame, ocorrendo a menstruação e dando início novamente a todo um novo ciclo, marcando a terceira fase do ciclo hormonal feminino, chamada de Fase Menstrual.
De uma maneira geral, podemos dizer que o pico máximo de uma ovulação ocorre aproximadamente entre 10 a 12 horas após o pico de LH, sendo que o período de tempo entre o pico de LH e a menstruação é de 14 dias, onde a mulher estará em período fértil. Nesse caso, consideramos o período fértil feminino (período em que a mulher está mais apta a fecundação), aquele que inicia de três a quatro dias antes da ovulação e termina três a quatro dias após a ovulação. Normalmente, para fins de cálculos, considera-se o dia fértil (dia exato da ovulação) como sendo o 14º dia antes do início da menstruação seguinte.
Mas, então porque a mulher deixa de menstruar, após a fecundação? 
Isso ocorre porque quando inicia a fecundação o embrião atinge o útero e a placenta secreta um hormônio chamado de HCG (Human chorionic gonadotropin ou Hormônio Coriônico Gonadotropico), que impede a degeneração do corpo lúteo, tendo a função de manter a produção de progesterona e estrógeno, hormônios importantíssimos para a manutenção da gestação. 
A produção ovariana destes hormônios inibe a produção hipofisária de LH e FSH, impedindo o estímulo de novos folículos ovarianos e, consequentemente, impedindo a ovulação durante todo o período da gestação. Dessa forma, ocorre um bloqueio do ciclo menstrual, mediante a produção estável de estrogênios (E1, E2, E3) e progesterona, sustentado pela presença em alta concentração de BHCG.
Já no final da gravidez, o corpo lúteo se desintegra, diminui a quantidade de progesterona, aumentando a concentração de ocitocina, provocando a contração do útero, que facilita a expulsão do feto durante o parto.
Vale lembrar que os hormônios gonadotrópicos, LH e FSH, secretados na hipófise, são produzidos tanto no homem quanto na mulher, mas agindo naturalmente, sobre diferentes órgãos. O mesmo se dá aos hormônios sexuais, progesterona e estrógeno, secretados pelas respectivas glândulas sexuais (ovários, nas mulheres e testículos, nos homens), também são produzidos por ambos os sexos quando estimulados pelos hormônios gonadotrópicos.
Para concluir esse breve artigo sobre fisiologia hormonal feminina, podemos dizer que cada detalhe dos eventos bioquímicos que ocorrem em nosso organismo, buscam o equilíbrio interno e a manutenção da vida humana. No entanto, existem grandes diferenças no comportamento hormonal feminino, quando comparado ao masculino, que devem ser levados em consideração nas abordagens profissionais, seja para a área clínica ou área esportiva, pois irão refletir de forma direta nos resultados almejados.

Dr. Edson Carlos Z. Rosa
Cirurgião e Traumatologista Facial .Cirurgia e Traumatologia Maxilo Facial, Membro colaborador da Assoc. Brasileira de Cirurgia Crânio Maxilo Facial, da Assoc. Internacional de Cirurgiões Maxilo Faciais, Membro do Colégio e Sociedade Brasileira de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, Hipnose Clínica, Master-practitioner em Programação Neuro Linguística, especialista em Fisiologia humana aplicada ao esporte e exercício, autor de diversos artigos na área da Neurofisiologia, Cirurgia e Trauma Facial, Neurofisiologia, Hipnose e Comportamento, Fisiologia do Esporte e exercício.


Dr. Edson Carlos Z. Rosa

Cirurgião, Fisiologista e Pesquisador em Ciências Médicas, Cirúrgicas e do Esporte

Diretor do Instituto de Medicina e Fisiologia do Esporte e Exercício (Metaboclinic Institute), Diretor Executivo do Centro Nacional de Ciências Cirúrgicas e Medicina Sistêmica (Cenccimes) / Diretor Executivo da União Brasileira de Médicos-Biocientistas (Unimédica) /  Presidente e Fundador da Ordem Nacional dos Cirurgiões Faciais (ONACIFA), Presidente e Fundador da Sociedade Brasileira de Medicina Humana (SOBRAMEH) e Ordem dos Doutores de Medicina do Brasil - ODMB, Doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas (h.c),

Pós-graduado em Clínica Medica - Medicina interna, Medicina e Fisiologia do Esporte/Exercício, Nutrologia e Nutromedicina, Fisiologia Humana Geral aplicada às Ciências da Saúde.

Escritor e Autor de Diversos Artigos na área de Medicina Geral, Medicina e Endocrinologia do Esporte, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Neurociência e Comportamento Humano.

Fundador-Gestor do e-Comitê Mundial de Médicos do Desporto e Exercício (Official World Group of Sports And Exercise Physicians), Fundador-Gestor Internacional de Cirurgiões Craniomaxilofaciais (The Official World Group of Craniomaxilofaciais Surgeons).

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