Sidney Federmann
CRM 17901 - Título de Especialista em Cirurgia Pediátrica, Pós-Graduação em Nutrologia, Área de atuação Oncologia Nutricional
Você sabia que é possível potencializar a cura da doença? Basta uma simples atitude: mudar a forma de encará-la. Até parece uma realidade distante, uma diminuição drástica nas chances de desenvolvimento de câncer e tumores, através de mudanças relativamente simples na rotina.
Paralelamente a esse cenário, há uma realidade preocupante: as estimativas da OMS apontam para 18 milhões de novos casos e 9,6 milhões de mortes por câncer e prevê que em 2040 sejam registrados 29,5 milhões de novos casos de câncer por ano. O câncer é a segunda causa de morte mais comum (um a cada seis pacientes), ficando atrás somente de doenças cardiovasculares. Dadas as duas realidades simultâneas, qual delas você escolhe?
UMA NOVA VISÃO
O Projeto Vida sem Câncer, propõe esclarecer o que é o câncer, quais suas causas e como prevenir e curar a doença, evitando os efeitos colaterais dos tratamentos que isoladamente não previnem os casos de recidivas e metástase da doença. As pesquisas foram embasadas em diversas fontes, entre elas, a revista Nutrition And Cancer, o Relatório do Fundo Mundial de Pesquisa sobre o Câncer e a Organização Mundial da Saúde. Recentemente foi lançado o livro “Vida Sem Câncer – Diagnóstico não é sentença” e o próximo passo é o lançamento do documentário.
OS NOVOS HÁBITOS
Antes de enumerar os passos, é preciso levantar algumas informações. Somos levados a acreditar que o câncer é, antes de tudo, uma questão de genes, não de estilo de vida. Porém, a American Cancer Society reporta que os genes causam, no máximo, entre 5% e 10% dos cânceres, ou seja, os 90/95% restantes dependem de outras causas, como alimentação, estilo de vida e ambiente. Por isso, sãos os hábitos do dia a dia que vão trazer impacto direto na prevenção e no tratamento do câncer.
De acordo com o Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer e o Instituto Americano de Pesquisas sobre o Câncer, (WCRF/AICR), para prevenir, devemos:
1) Trocar arroz branco e farinha de trigo branca (refinados) pelo arroz integral e pela farinha de trigo integral em todos os alimentos feitos com farinha de trigo;
2) Diminuir o consumo de óleos vegetais. Mulheres que mais consumiam óleos vegetais, comparando com as que menos consumiam, tiveram 74% mais câncer de mama;
3) Não usar frituras, pois produzem substâncias mutagênicas (cancerígenas);
4) Substituir leite, queijo, manteiga e margarina por patê de tofu orgânico ou patê de grão de bico (homus). Para beber, chás ou leite de soja orgânico. Quanto maior a quantidade e a frequência com que se consome leite, queijo e manteiga, maior a incidência de câncer de próstata, de mama, linfoma não Hodking e leucemia linfoide;
5) Não consumir carne vermelha e carne preservada com nitrito, como: salame, mortadela, presunto, bacon e peito de peru. Os nitritos combinam-se com as aminas, produzidas no cozimento das carnes, formando nitrosaminas, potentes cancerígenos. Carnes vermelhas e carnes preservadas (frios) aumentam o risco de câncer colorretal (intestino grosso);
6) Consumir peixe no máximo duas vezes por semana, devido a frequente contaminação por mercúrio (neurotóxico). No restante utilizar frango caipira e ovos, todos cozidos;
7) Utilizar em maior proporção alimentos de origem vegetal, como arroz integral, milho, aveia, feijão, ervilha, lentilha, legumes, verduras, sementes de gergelim e linhaça moídas, nozes e menor quantidade de alimentos de origem animal;
8) Utilizar trigo germinado, fonte de vitamina B12, para diminuir a necessidade de alimentos de origem animal;
9) Praticar atividade física aeróbica diariamente, como correr ou pedalar. Quem corre uma hora por dia aumenta cem vezes a citoquina IL-6, com potente ação anticâncer;
10) Expor o máximo de pele ao sol diariamente, 10 minutos já é o suficiente. O horário ideal é por volta do meio-dia e em traje de banho. Esse hábito ativa a produção de vitamina D, que tem ação anticâncer;
11) Comer pequena quantidade de algas nori, diariamente, fonte de iodo, essencial para a prevenção do câncer de pele.
Para as pessoas que já têm câncer, a conduta é basicamente a mesma, porém, sem proteína animal (frango, peixe e ovo), porque ela aumenta a produção de IGF-1 (Insulin grown factor-1) no fígado, fator de crescimento que estimula a proliferação do câncer. Neste caso, aumentar o consumo de trigo germinado, não somente por seu alto teor em vitamina B12, mas por ter induzido a morte de 32 tipos de células cancerosas e impedido metástases in vitro (em células), in vivo (em animais) e em pacientes portadores de câncer de cólon e melanoma. Porém, como estamos utilizando o trigo germinado como única fonte comprovada de vitamina B12, associamos um suplemento por medida de segurança, pois a B12 participa do reparo celular.
Este programa diminui os efeitos tóxicos da quimioterapia, potencializa seus efeitos terapêuticos e diminui o risco de retorno da doença e metástases. Quando a quimioterapia e radioterapia não estão indicadas ou já foram tentadas sem sucesso, a instituição deste programa tem resultado em regressão e remissão do câncer.
É importante, no entanto, reforçar que os métodos apresentados somente criam um quadro para que o organismo possa encontrar a cura não só da doença, como de inúmeras outras. Sedentarismo, alta de cuidados com as questões emocionais e alimentação com toxinas fabricadas por indústrias, modo de vida comum hoje, não deve ser visto como normal. Não é normal acordar todos os dias cansado, embora seja comum. Não é normal ter uma rotina de medicamentos, embora seja comum. Ao assumir novos hábitos, conscientemente, você decide remar a favor da sua própria saúde, da sua própria vida. O poder de mudar essa realidade está nas mãos de cada um de nós.
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