Hortifruti de A a Z: Caqui

Originário da China, região onde é muito cultivado assim como no Japão e Coréia do Sul, o caqui – pertencente à família botânica das Ebenáceas, cujas espécies produzem frutos comestíveis que pertencem ao gênero Diospyros, em grego alimento dos deuses – foi introduzido no Brasil por volta de 1920, período em que uma grande quantidade de imigrantes japoneses chegava ao país. 

Hoje cultivada em praticamente todo o país, isto em razão de ser uma fruta que se adapta bem ao clima tropical brasileiro, é uma excelente fonte de vitaminas A e C – responsáveis por auxiliar na defesa, sais minerais como ferro, fósforo, potássio e cálcio e betacaroteno. Indispensável para a visão, o betacaroteno é também responsável por conservar a saúde da pele, evitar infecções, auxiliar no crescimento, além de ser um dos principais antioxidantes utilizados contra o envelhecimento. 

Devido ao potássio, um mineral muito importante para o controle da pressão sanguínea, o caqui é altamente indicado para quem sofre de distúrbios de pressão como a hipertensão. Porém, é preciso estar atento ao fato de que pessoas com pressão baixa não devem consumir o fruto em excesso!  

Além disso, esse saboroso e suculento fruto também é rico em vitamina B1 e B2, a primeira, essencial para tonificar o músculo cardíaco e ajudar a regular o sistema nervoso e o aparelho digestivo, já a segunda é conhecida por evitar a queda de cabelo.  

Em qualquer variação, a fruta deve ser consumida sempre madura, podendo ser degustada pura ou em geleias, doces e sucos. A nutri Isabela Bovaroti nos ajuda a diferenciar o fruto e compartilha algumas receitas para fazermos em casa. 

Fuyu: Com alto teor de vitamina A e C, não contém taninos, que são polifenóis – antioxidantes – de origem vegetal que inibem o ataque às plantas por herbívoros vertebrados ou invertebrados. 

Rama forte: Rico em amido e frutose, esta espécie não apresenta acidez, é mais vermelho que os outros e sua consistência é mais molinha. 

Giombo: Também conhecido como caqui chocolate, ele é mais oval e rico em taninos e quando amadurece parte deles se transforma em açúcar. De todos os caquis essa é o mais docinho e quando possui muitas sementes, a polpa fica mais escura. 

Taubaté: Mais consumido pelos brasileiros, essa espécie é bastante parecida com o Rama Forte, pois também possui coloração vermelha e polpa de consistência mole e gelatinosa. A diferença é no seu teor de taninos, que é maior que o dos outros tipos de caqui.

Fonte de fibras: Um caqui possui em média 6g de fibras, ou seja, um quarto do valor diário recomendado. Vale lembrar que as fibras são essenciais para o bom funcionamento do organismo e também responsáveis por causar saciedade. 

Controla a vontade de comer: A fibra do caqui, chamada de pectina, é responsável por controlar o apetite. Isso significa que a pectina ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue para evitar que haja picos, o que pode evitar vontades de comer devido à queda do açúcar.

Digestivo: O caqui é conhecido por suas propriedades digestivas, sendo assim, se você tem problemas de digestão ele é fundamental para auxiliar no processo. 

“Considerada uma fruta calórica – um caqui de 100g possui em média 71kcal e 19,3% de carboidratos – superando os valores encontrados para a maioria das frutas de consumo popular. O caqui é uma fruta rica em fibras, responsável por causar saciedade e possui em sua polpa, constituída basicamente de mucilagem e pectina, substâncias responsáveis pela aparência e característica da fruta, apresentando em menor proporção cálcio, ferro, proteínas e lipídios”, explica a nutricionista Flávia Renata Belluci. 

Por ser considerado extremamente calórico, algumas pessoas acreditam que o caqui pode ser prejudicial para pessoas com diabetes. 

“O caqui contém açúcar natural proveniente da própria fruta. Sendo assim não prejudica a saúde do portador de diabetes, porém deve ser consumido em quantidades adequadas e horários corretos! Apesar de possuir índice glicêmico alto, no entanto sua carga glicêmica é moderada. Vale ressaltar que as porções de frutas não devem ser exageradas, devem ser de tamanho pequeno a médio e acompanhada de alguma fibra”, orienta Flávia. 

Outro ponto que causa dúvidas sobre o caqui é o fato de ele ser ou não abortivo. Sobre isso a nutricionista Isabela Bovaroti explica: “O caqui tem uma composição rica que ajuda a nutrir as futuras mamães. É um fruto que contém muita água em sua composição, ou seja, também hidrata a gestante. Já as fibras presentes melhoram o sistema gastrointestinal. Além disso, ele também contém antioxidantes naturais que ajudam a purificar o organismo, ácido fólico que é essencial para o desenvolvimento neural do bebê e pectinas. Porém, vale lembrar que não se deve comer em excesso, pois se ingerido em grande quantidade pode ocasionar prisão de ventre resultando em um prejuízo para a absorção dos nutrientes”. 

“O consumo excessivo pode ainda promover o ganho de peso ou a diabetes gestacional, sendo recomendada moderação no momento de consumir o fruto. Embora seja muito raro, existem ainda alguns casos de reações alérgicas no consumo. Assim sendo, se tiver alguma desconfiança de que possa sofrer desta alergia, fale com o seu médico sobre o assunto”, orienta Flávia. 

Ingredientes:

3 caquis grandes e bem maduros

1 colher (sopa) cheia de semente de linhaça

1 colher (sopa) cheia de semente de chia

5 tâmaras sem caroço, picadas

 ½ xícara de chá de água

Modo de fazer: 

Deixe a linhaça e as tâmaras de molho na água por pelo menos 20 minutos. Bata no liquidificador junto com os caquis e a chia, até ficar homogêneo. Despeje em taças e leve para gelar. Pode também colocar castanhas trituradas ou nibs de cacau por cima.

Geleia de caqui by Isabela Bovaroti

Ingredientes:

5 caquis maduros picados e sem semente

½ xícara (chá) de açúcar de coco ou adoçante xilitol

¾ de xícara (chá) de água

Casca de ½ limão

Modo de fazer

Em uma panela, coloque a água e o açúcar ou o adoçante e leve ao fogo baixo. Após alguns minutos, acrescente as frutas e deixe cozinhar por 15 minutos. Por fim, ainda no mesmo recipiente, aperte com um garfo para a mistura ficar com uma consistência de geleia. Transfira para um pote e reserve na geladeira.

FONTES CONSULTADAS

Isabela Bovaroti de Oliveira: CRN 41.633 - Nutricionista Clínica e Esportiva, pós-graduada em nutrição e suplementação esportiva.

Flávia Renata Belluci: CRN 34247 - Bacharel em Nutrição pelo Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP. Pós-graduada Lato Sensu em Alimentos Funcionais, Fitoterapia e Suplementação: Princípios Bioquímicos, Fisiológicos, Farmacológicos e Aplicações pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP.