PALAVRA DO ESPECIALISTA

Artigo: Musculação e Hidroginástica X Osteoporose

Entenda qual o melhor exercício para se prevenir contra o problema

Artigo: Musculação e Hidroginástica X Osteoporose A cada dia mais pessoas buscam atividades aquáticas, principalmente a hidroginástica
Crédito: BANCO DE IMAGENS
Renata Costa
Personal Trainer
CREF: 005190-DF
Bacharel e Licenciada em Educação Física pela Universidade Paulista - UNIP
Pós-Graduada em Fisiologia do Exercício Avançada pela Fac. Veiga de Almeida - RJ
Pós-Graduada em Musculação e Personal Trainer pela Fac. Veiga de Almeida-RJ
Graduada pela International Academy Federation of Body Building - IFBB
Licenciada pela I.F.A. - USA em Sports Nutrition e Personal Trainer.
Palestrante e Atleta

Posso dizer que sempre ouvi pessoas falando que a indicação para o tratamento de osteoporose é: exercícios de baixo impacto (que não exija esforço excessivo) e que a atividade mais indicada é a hidroginástica! Bem, mas antes vamos esclarecer o que é osteoporose.
A osteoporose é uma patologia pouco sintomática, muitas vezes identificada após a ocorrência de alguma fratura em que a doença já se encontra em estágio avançado. As fraturas se tornam mais frequentes pois os ossos se tornam mais frágeis e porosos e com isso menos resistentes. 
A osteoporose está fortemente relacionada à idade, sendo a principal doença óssea metabólica que afeta os idosos, com maior incidência nas mulheres que possuem perda óssea aumentada após a menopausa devido à diminuição da quantidade de estrogênio. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o grande risco da osteoporose está nas fraturas, sendo as mais comuns: de punho, vértebras, costelas e, principalmente, a do cólo do fêmur (osso da coxa). Mas, cuidado! Ao contrário do que muitos pensam, ela não é exclusiva de pessoas idosas e qualquer pessoa que tenha algum distúrbio metabólico ósseo pode vir a desenvolver fragilidade óssea.
Quem se encontra em maior risco de desenvolver a doença são: mulheres após a menopausa; homens após os 65 anos; fumantes; consumidores de álcool; diabéticos; sedentários; portadores de doenças cardíacas; doenças endócrinas; desordens nutricionais (não basta cálcio; vitamina D, proteínas, magnésio e fósforo também são essenciais para ossos saudáveis); doenças gastrointestinais que prejudiquem a absorção de nutrientes; histórico familiar de osteoporose e osteopenia, certos medicamentos e o peso abaixo do ideal.
No tratamento a atividade física deve ser praticada com principal intuito de interromper a perda óssea, ao invés de se esperar grande aumento na densidade mineral óssea (DMO) dos praticantes, por isso, quanto antes iniciarmos a pratica de exercício físico, menos suscetíveis estaremos a perda óssea e assim o exercício físico entra com papel preventivo. 
Tem-se, atualmente, questionado: qual, dentre tantos exercícios físicos é o mais eficiente para prevenção e possível tratamento da osteoporose? Para o Colégio Americano de Ciência do Esporte (ACSM, 1995) o treinamento com peso é essencial para o desenvolvimento normal e manutenção de um esqueleto saudável. Mas, porque o grande dilema entre salas de musculação e exercícios na água? Qual seria o mais indicado?  Tem- se em mente que movimentos que não causam impacto, são os mais adequados para pessoas portadoras da patologia, uma vez que seus ossos se encontram mais frágeis e debilitados, pensando assim, a musculação (exercícios com pesos) poderia ser lesiva, por expor os ossos a sobrecarga. 
Ainda observamos, em grande número, recomendações para a realização da modalidade hidroginástica, não que ela não seja benéfica, acredito que seja e muito, mas por questões psicológicas, de segurança e de bem-estar sua prescrição se tornou popular. Pois, entende-se que um idoso com dificuldade de locomoção e limitações, fará com que uma sala de musculação não seja o ambiente mais agradável para ele, impedido o progresso no tratamento. Ou seja, o idoso, com equilíbrio e coordenação debilitados se sente impotente em uma sala com aparelhos que necessitam de ajustes a todo o momento para serem utilizados. Talvez por essas razões é que, a cada dia mais pessoas (dentre elas as da maturidade) buscam atividades aquáticas, principalmente a hidroginástica, como meio de se exercitarem, afinal a hidro também oferece um ambiente extremamente seguro à prática de exercícios.
Qual o papel fundamental da musculação ou exercícios com pesos para prevenção e tratamento da osteoporose? 
Com o avanço do conhecimento científico, o exercício muscular resistido (musculação), realizado com assistência especializada, tem-se demonstrado, junto com medicamentos e alimentação adequada, a principal arma para prevenção e tratamento. Vamos com esses 2 exemplos de estudos:
Reynol (2010), cita que após um ano de exercícios com pesos ocorre incremento na densidade mineral óssea de 1 a 3%, sendo que este benefício é verificado principalmente na massa óssea regional, ou seja, o efeito é localizado. Outro estudo hipotetiza que programas de exercícios com pesos de alta intensidade (80% de 1RM), realizado três vezes por semana durante um ano, promove incremento de 2g no conteúdo total de mineral ósseo e paradoxalmente, mulheres da mesma idade que permanecem inativas reduzem cerca de 33g do tecido ósseo, no mesmo intervalo (VASQUES et al., 2010). Então você se questiona: 1 a 3% de ganho? Preciso ressaltar que nessa fase temos o decréscimo, perda óssea e esses estudos comprovam que é possível reverter o quadro, fazendo com que seja preservada e ainda mais: ocorra ganhos!
O Colégio de Medicina do Esporte, defende uma lista de prioridades de exercícios físicos para idosos, onde relata que em primeiro lugar, estão os exercícios de força, em segundo os de flexibilidade e, em seguida os aeróbicos. Entretanto, embora a intensidade entre 40% a 60% do teste de repetição máxima (1-RM) e suas variações (2-RM a 10-RM) provavelmente não forneça estímulo suficiente para o incremento da densidade mineral óssea, contribuindo apenas para o aumento da força muscular, reduzindo a instabilidade articular e melhorando o equilíbrio, que como consequência, diminui os fatores de risco para fraturas osteoporóticas (VILELA, 2011). Ou seja, em alguns casos, pode não ocorrer aumento da densidade mineral óssea, mas melhoras na estrutura muscular esquelética que são fundamentais na proteção e prevenção de possíveis desequilíbrios que resultem em quedas, em melhora da força favorecendo a realização das tarefas do dia a dia de forma independente. 
Mas, fisiologicamente, por que exercícios com peso, trazem melhoras e prevenção da patologia?
A explicação está na capacidade trófica óssea, estimulada pela piezeletricidade, proporcionada pelos exercícios com sobrecarga, este fenômeno estimula a mineralização. Em outras palavras, a contração muscular aplica uma carga no osso e este (pós-recuperação) responde ao treino com uma fortificação em sua estrutura, aumentando a densidade. Durante a prática de exercícios físicos com cargas de peso, o osso é submetido a um estímulo e se fortalece. A musculação ainda contribui para melhorar tendões e articulações, dar vigor aos movimentos do corpo e fortalecer os músculos e a coluna vertebral.
Outra vantagem da musculação no processo de aumento da densidade óssea: sua prática promove maior fixação do cálcio nos ossos. Isso não só fortalece a estrutura como prova ser uma prevenção efetiva para a osteoporose.
Portanto, a intenção não foi provocar uma discussão sobre qual melhor exercício para prevenção e tratamento da osteoporose, mas sim, de alertar que existe a necessidade de promover estresses mecânicos com o intuito de manter e favorecer ganhos de massa muscular, tornando o indivíduo mais resistente, com força e com menor incidência de quedas devido à falta de equilíbrio e consciência corporal, que é reduzida com o passar dos anos. 
Logo, deve ser feita uma conciliação de atividades de força, resistência e flexibilidade que o exercício com peso favorece, somadas com atividades cardiovasculares, lúdicas, seguras e que favoreçam o âmbito social, tornando a combinação perfeita para prevenção e tratamento.  
Por isso, é fundamental o acompanhamento do profissional de educação física no treinamento e o acompanhamento médico para tratamento específico nos casos de perda de massa óssea, seja na mulher jovem, na mulher atleta, na mulher pós-menopausa ou no homem. Vale ressaltar que o status nutricional é um fator essencial para uma boa saúde óssea, portanto restrições de alimentos ricos em cálcio podem trazer prejuízos para a saúde. Tenha sempre orientação do seu médico, nutricionista e professor de educação física. 

Renata Costa

Personal Trainer

CREF: 005190-DF


Bacharel e Licenciada em Educação Física pela Universidade Paulista - UNIP
Pós-Graduada em Fisiologia do Exercício Avançada pela Fac. Veiga de Almeida - RJ
Pós-Graduada em Musculação e Personal Trainer pela Fac. Veiga de Almeida-RJ
Graduada pela International Academy Federation of Body Building - IFBB
Licenciada pela I.F.A. - USA em Sports Nutrition e Personal Trainer.
Palestrante e Atleta

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