Os dados da OMS apontam uma prevalência anual de cefaleia crônica diária de 1,7% a 4% da população adulta. Já a enxaqueca crônica representa metade destes casos e, conforme estudos epidemiológicos realizados na América Latina, a doença tem prevalência de 5,12% no Brasil.
Segundo as estimativas da Academia Brasileira de Neurologia, a enxaqueca atinge cerca de 18% da população brasileira. Para a Organização Mundial de Saúde, OMS, este tipo de dor pode ser tão incapacitante quanto a psicose ativa, a demência e a tetraplegia e, conforme dados do Ministério da Saúde, de 5 a 25% das mulheres e de 2 a 10% dos homens têm enxaqueca, com predominância em indivíduos com idades entre 25 e 45 anos, sendo que, após os 50 anos, essa porcentagem tende a diminuir, principalmente em mulheres. Ainda sem cura, a doença deve ser tratada de forma multidisciplinar e multiprofissional.
De acordo com o Dr. Abouch Valenty Krymchantowski, mestre e doutor em neurologia, 80% das pessoas têm cefaleia do tipo tensional episódica, com menos de 15 dias por mês com dor, e 3% têm cefaleia do tipo tensional crônica, com mais de 15 dias por mês. “De 3 a 4% da população têm cefaleia por uso excessivo de medicamentos analgésicos, mas essa porcentagem sobe para 70 a 80% dos pacientes que procuram clínicas especializadas em cefaleia”, afirma o Dr. Abouch Krymchantowski.
De acordo com o Dr. Pedro Paulo Porto, neurologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, a enxaqueca geralmente é uma dor forte, unilateral, pulsátil, acompanhada por náuseas, foto e fonofobia, podendo durar mais de um dia, de caráter repetitivo e pode ter fenômenos precedentes às crises que são denominadas de aura. “A principal característica da enxaqueca é a forte intensidade pulsátil e a presença de fenômenos associados de náuseas, foto e fonofobia, podendo ter visão borrada”, afirma o especialista.
Ainda segundo o neurologista, Dr. Pedro Paulo Porto, os tipos de enxaqueca mais comuns são: a enxaqueca sem aura e a com aura e existem outras menos comuns como as enxaquecas oftalmoplegica, retiniana e síndromes periódicas na infância, mas também podem ter enxaquecas com complicações como, estado migranoso – quando perdura mais de 72 horas – e o infarto migranoso que é o acidente vascular encefálico.
Embora possua tratamento, as crises não podem ser completamente evitadas, mas é possível distinguir a enxaqueca de outras formas de cefaleia, dadas as características e os sintomas, como:
Enxaqueca: ocorrência da dor de cabeça latejante e pulsátil de 4 a 72 horas, na região unilateral da cabeça, podendo ocorrer vômitos, náuseas, sensibilidade à luz (fotofobia), ao barulho e sons (fonofobia) e a odores.
Enxaqueca crônica: onde as dores de cabeça possuem as mesmas características, mas ocorrem por 15 dias/ao mês e durante três meses – sendo oito desses dias seguidos com sintomas de enxaqueca.
De acordo com o Dr. Moisés Oliveira, neurologista da Cia da Consulta, todas as dores de cabeça são agrupadas no que chamamos de cefaleias, que são definidas como qualquer dor localizada acima da linha dos olhos e orelhas (linha orbitomeatal). “Nesse grande grupo composto por mais de 100 tipos de dores de cabeça (cefaleias), está a enxaqueca”, afirma o profissional. Segundo ele, a cefaleia do tipo tensional é a mais comum dor de cabeça e sua característica principal é ser uma dor de longa duração (variando de minutos a semanas), de leve a moderada intensidade, do tipo pressão ou aperto (não pulsátil), localizada em toda a cabeça, que não piora com atividade física de rotina e não se associa a náuseas. Geralmente ela está associada a estresse, ansiedade e depressão.
Ainda segundo ele, alguns sintomas geralmente associados à crise de enxaqueca são: piora da dor pela atividade física de rotina (caminhar, subir escadas), aversão à luz (fotofobia), aversão ao barulho (fonofobia) e geralmente também vem acompanhada de náuseas e/ou vômitos. No caso da enxaqueca com aura, existem sintomas que vêm antes da crise de dor, chamados de ‘aura’, que são caracterizados pela visão embaçada, enxergar pontos luminosos (luzes piscantes), formigamentos nos braços ou pernas, entre outros sintomas sensitivos e sensoriais.
Para o Dr. Sandro Matas, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a dor pode ser primária, isto é, não é secundária a uma outra doença ou trauma. “Entre elas, tem a enxaqueca, a cefaleia tensional e a cefaleia em salvas. Já as outras dores de cabeça são denominadas cefaleias sintomáticas ou secundárias: pós-traumatismo craniano, meningites, aumentos da pressão intracraniana, aumento da pressão arterial, entre outras causas”, afirma.
O fato de as pessoas não saberem diferenciar as dores de cabeça episódicas (enxaqueca) das frequentes (enxaqueca crônica), pode dificultar o tratamento e, em muitos casos, alguns indivíduos ultrapassam a linha razoável da ingestão de analgésicos e automedicação em razão da frequência e intensidade da dor e, no pior dos casos, a tendência é agravar ou evoluir para uma enxaqueca crônica.
Basicamente, existem três tipos de tratamentos: medicamentoso, preventivo e complementar. Neste último, enquadram-se acupuntura, alimentação equilibrada, melhor qualidade do sono e prática de atividade física.
No tratamento à base de remédios, dependendo do caso, podem ser adotados medicamentos para cessar a dor, como analgésicos e anti-inflamatórios. Já o preventivo, engloba medicamentos orais, como os neuromoduladores, ou os injetáveis, neste caso indicado apenas para enxaqueca crônica.
De acordo com o médico Dr. Moisés Oliveira, neurologista da Cia da Consulta, existe tratamento para cada tipo de cefaleia. “O diagnóstico correto é fundamental para o sucesso do tratamento das dores de cabeça. Muitas vezes, exames de imagem são necessários para afastar outras causas. Ao invés de se automedicar ou diagnosticar, procure um médico! Começar o tratamento logo no início é fundamental para evitar a cronificação da cefaleia, até porque muitas doenças têm a cefaleia como sintoma e o melhor a se fazer é procurar orientação para descobrir se é só uma simples dor de cabeça ou se ela pode ser sinal de outra condição de saúde”, explica o especialista.
É importante que qualquer tratamento tenha acompanhamento de um neurologista. Não existe uma causa específica para a enxaqueca, mas sabe-se que são influenciadas pela genética, desequilíbrio neuroquímico e também pela ativação de vias nervosas responsáveis pela transmissão da dor para o sistema nervoso central.
Alguns gatilhos mais comuns devem ser evitados a fim de impedir uma crise de enxaqueca. “Os gatilhos são muito individuais para cada paciente. Sabemos que o excesso de cafeína pode manter quadros migranosos, assim como também o álcool (por exemplo, o vinho tinto) e alimentos como salsichas, queijos e outros derivados do leite etc. As informações do paciente irão nos orientar sobre quais seriam os gatilhos para cada um. O jejum prolongado, o estresse, focos de luz forte, barulhos intensos e odor de perfumes também podem funcionar como gatilhos para desencadear a dor”, detalha o neurologista Dr. Pedro Paulo Porto, da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, e que afirma que o tratamento é indicado quando o paciente apresenta mais de 213 crises por mês. “Com o tratamento profilático instituído por seis meses sem crises de enxaqueca, podemos tentar retirar a medicação. Já durante uma crise, se o paciente estiver em tratamento, ele deve usar os antimigranosos prescritos. Caso contrário, o paciente deve tomar um analgésico comum e dormir. O sono pode cortar as crises e a colocação de compressas geladas nas têmporas também pode ajudar a cortá-las”, finaliza o neurologista.
Para o Dr. Sandro Matas, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, todos os fatores desencadeantes da enxaqueca experimentados pelo paciente, devem ser evitados quando possível. “Sabemos que alguns fatores estão fortemente associados ao desencadeamento de crises, tais como: estresse físico, estresse mental, quadros infecciosos, traumatismos cranianos (mesmo leves), procedimentos cirúrgicos, entre outros”, afirma o neurologista.
De acordo com o Dr. Moisés Oliveira, neurologista da Cia da Consulta, muitas vezes a enxaqueca é causada por alterações hormonais, por fazer refeições fora do horário normal, tomar muito café ou praticar muita atividade física. Mas, para algumas pessoas, alguns tipos de alimentos, como queijos, chocolate, frutas cítricas, adoçante, alimentos gelados ou gordurosos podem causar crises de enxaqueca.
A cafeína para muitos pode ser protetora contra dores de cabeça e para outros pode desencadear ainda mais dor. Segundo o neurologista Dr. Abouch Valenty Krymchantowski a cafeína é estimulante e analgésico de ação direta no cérebro. Seu consumo em determinadas doses é benéfico para o rendimento das funções cognitivas e esta existe em muitos remédios para dor de cabeça. “Há estudos que sugerem que doses maiores de 200mg por dia de cafeína são benéficas, desde que não se varie essa dose de ingestão em dias diferentes na semana. Mais de 200mg por dia pode trazer malefícios, e reduções de mais de 50% na dose podem trazer episódios de dor de cabeça. Na prática, pacientes ou não que sofram de dor de cabeça, podem se beneficiar com ingestões diárias, em sete dias da semana, de até 200mg por dia, sem grandes variações na dose, lembrando que um café expresso médio tem aproximadamente 60mg”, detalha o neurologista.
Infelizmente não existe cura para a enxaqueca e geralmente a doença tem relação familiar. “É muito comum pais e irmãos sofrerem do mesmo problema. Porém, a enxaqueca é tratável sim. O tratamento visa melhorar a qualidade de vida do paciente. Podemos tratar as crises dolorosas com analgésicos mais eficazes; e com triptanos, que são potentes vasos constritores cerebrais que abreviam ou mesmo inibem o desenvolvimento do quadro doloroso. Devemos também tratar profilaticamente, com o objetivo de aumentar o período intercrítico (período sem dor entre as crises), e diminuir a intensidade das crises dolorosas. Existem diversos medicamentos que podem ser utilizados pelos pacientes, orientados por seus neurologistas, para prevenir o aparecimento das crises. Portanto, o acompanhamento com neurologista é de fundamental importância para o controle da enxaqueca, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de todos”, finaliza Dr. Sandro Matas, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
DOR DE CABEÇA X PERÍODO MENSTRUAL
Segundo o Dr. Abouch Valenty Krymchantowski, mestre e doutor em neurologia, mulheres com enxaqueca podem apresentar dor de cabeça ou mesmo piora da dor de cabeça em momentos em que o nível sanguíneo de estrogênio cai no sangue, como na ovulação e na menstruação. “É uma doença genética de neurotransmissores e não é simplesmente uma dor de cabeça como muitos dizem incorretamente! Há algumas mulheres com enxaqueca que só têm a dor de cabeça nestes períodos. No entanto, muitas mulheres sem enxaqueca podem ter dor de cabeça como parte dos sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual (antigamente chamado de TPM) a qual nada tem a ver com enxaqueca. É preciso um médico habilidoso e consultas criteriosas para fazer esse diagnóstico. Consultas com 10 minutos de duração geralmente não permitem esse diagnóstico corretamente. As mulheres que têm enxaqueca e que apresentam mais ou só crises nestas fases, devem perguntar aos seus médicos, como fazer tratamentos para evitar ou minimizar estas crises de dor de cabeça”, esclarece pontualmente o médico.
ATIVIDADE FÍSICA X ENXAQUECA
De acordo com o Dr. Abouch Valenty Krymchantowski, a atividade física aeróbica é um dos maiores aliados de quem sofre de enxaqueca. Pacientes com enxaqueca, fibromialgia e outras doenças, tem tônus endorfinérgico ou produção de endorfinas menor do que pessoas sem essas patologias. “A única forma de aumentar endorfinas é através da atividade física, sobretudo aeróbica, e devem ser encorajados e eu diria obrigados a fazê-la no mínimo quatro dias por semana, por no mínimo 45 minutos por vez e não precisa ser uma atividade intensa, mas tem que trabalhar na faixa de trabalho aeróbico de cada paciente (65 a 85% de 220 menos a idade). Isso é indiscutível e inquestionável”, finaliza o neurologista Dr. Abouch Valenty Krymchantowski.
ALIMENTAÇÃO X ENXAQUECA
Para o Dr. Sandro Matas, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a enxaqueca tem diversos fatores desencadeantes de crises e que variam de indivíduo para indivíduo. Há muito, é conhecido que a hipoglicemia, mesmo relativa, é desencadeante de crises enxaquecosas, sendo queixa comum de pessoas que fazem dieta para emagrecimento.
De acordo com Cyntia Maureen, nutricionista e consultora da Superbom, empresa alimentícia especializada na fabricação de produtos saudáveis, do mesmo jeito que é preciso evitar alimentos que pioram a enxaqueca, como café, chocolate e laticínios, é recomendado priorizar o consumo de outros para combater o mal-estar, já que alguns possuem características que podem auxiliar na melhora das crises.
Vale ressaltar que o consumo dos alimentos citados deve estar acompanhado da prática de exercícios físicos e de acompanhamento médico.
Cereais integrais: a especialista aponta que cereais integrais como: trigo, cevada e aveia podem ser úteis na prevenção da enxaqueca e das dores de cabeça. “Eles possuem boas concentrações de triptofano, aminoácido necessário para a síntese do neurotransmissor serotonina (importante para o sono e o bom humor). Além disso, são ricos em magnésio, que atua na modulação da serotonina e outros neurotransmissores que influenciam no surgimento da dor”, sugere.
Batata: tradicionalmente a batata costuma ser usada em rodelas na testa para melhorar as dores de cabeça, mas ingeri-la pode, na verdade, auxiliar ainda mais no combate às dores. "Ela é rica em potássio e magnésio, nutrientes importantes para controlar as contrações musculares que podem causar enxaqueca, além de ser fonte de vitamina C", aponta Cyntia.
Ervilha: a ervilha é uma leguminosa riquíssima em vitaminas do complexo B, principalmente B2, B5 e B9. “Essas vitaminas quebram moléculas de gorduras e contribuem para o aumento de energia das células cerebrais, se tornando uma boa pedida para aqueles que desejam prevenir as dores. Além disso, o vegetal ainda é rico em cálcio, proteína e ferro”, afirma.
Antioxidantes: as substâncias antioxidantes têm o poder de se livrar do excesso de radicais livres e outras substâncias tóxicas em nosso organismo. “Essa ação contribui para o equilíbrio do metabolismo e o melhor funcionamento da circulação, além de ser anti-inflamatória. Essas propriedades funcionais podem amenizar os sintomas da dor, interferindo na incidência de enxaquecas”, afirma a nutricionista.
Melancia: a melancia é uma fruta rica em líquidos. “A água é sempre uma aliada no combate à dores de cabeça, pois o estado de hidratação adequado ajuda a prevenir as crises, quando causadas pela desidratação. Além disso, a melancia contém magnésio que, como já visto, é um nutriente importantíssimo para pessoas que sofrem com dores de cabeça”, finaliza a profissional.
SAIBA DIFERENCIAR
De acordo com o farmacêutico da Extrafarma, Adriano Heleno Ribeiro, é possível sim diferenciar os tipos de dores de cabeça, para assim fazer o uso do medicamento e tratamento correto.
ENXAQUECA
Caracterizada por dores que acometem um dos lados da cabeça e podem durar de quatro até 72 horas. As dores são crônicas e as crises podem ser desencadeadas por alterações hormonais, alimentação desequilibrada ou ingestão de determinado tipo de bebida ou alimento. O distúrbio ocorre em pessoas geneticamente suscetíveis e, eventualmente, as dores são associadas à náusea, tontura, vômito, fotofobia e fonofobia.
CEFALEIA TENSIONAL
Sensação de aperto ou pressão, como se a cabeça estivesse envolvida por uma faixa compressora. Pode ser desencadeada por episódios de estresse ou ansiedade ou ocorrer por alterações na atividade química cerebral, nos nervos ou vasos sanguíneos do crânio, ou tensões nos músculos do pescoço.
CEFALEIA EM SALVAS
Diferentemente da cefaleia tensional, ela é caracterizada por dor intensa e unilateral, geralmente em torno da órbita ocular. Pode ser acompanhada por vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, congestão nasal e queda da pálpebra no mesmo lado da dor. As crises duram entre 15 e 180 minutos e podem ocorrer mais de uma vez por dia, geralmente se repetindo por períodos de quatro a seis semanas.
CEFALEIA HÍPNICA
Crises de dor de cabeça que ocorrem no meio do sono, despertando a pessoa. Costuma ocorrer pela primeira vez após os 50 anos. Esse tipo de mal-estar geralmente é caracterizado por dores de intensidade fraca a moderada. Na maior parte dos casos, a dor atinge os dois lados da cabeça, e a crise dura de 15 a 180 minutos.
CEFALEIA PRIMÁRIA EM FACADA
Caracteriza-se por dores de curta duração (cerca de três segundos), sentidas em pontadas. Sua ocorrência é comum em pacientes que sofrem de enxaqueca ou cefaleia em salvas.
FONTES CONSULTADAS:
Dr. Pedro Paulo Porto: Neurologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
Dr. Abouch Valenty Krymchantowski: Mestre e Doutor em Neurologia (teses em cefaleia)
Dr. Moisés Oliveira: Médico, formado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), com especialização em Neurologia pela Santa Casa de São Paulo, atuação principal e experiência nas áreas de Cefaleia, AVC e Esclerose Múltipla.
Cyntia Maureen Marques Mattos: Formada em nutrição pela Universidade de Guarulhos. Pós-graduada em Saúde Preventiva e Natural pelo UNASP; consultora da Superbom, empresa alimentícia especializada na fabricação de produtos saudáveis.
Dr. Abouch Valenty Krymchantowski: Mestre e Doutor em Neurologia (teses em cefaleia)
Dr. Sandro Matas: Neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Extrafarma: Fundada há 58 anos, atua nos mercados de atacado e varejo farmacêutico. Com mais de 400 lojas, 7 mil colaboradores diretos e 6 milhões de clientes cadastrados no seu programa de fidelidade. Em 2014, a empresa passou a fazer parte do Ultra, companhia multinegócios.
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