PALAVRA DO ESPECIALISTA

Artigo: Hormônio HCG e sua repercussão no metabolismo humano

Você já ouviu falar de uma substância chamada hormônio coriônico gonadotrófico ou HCG?

Artigo: Hormônio HCG e sua repercussão no metabolismo humano O HCG se trata de um hormônio glicoproteico composto de duas subunidades: a alfa e a beta
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Dr. Edson Carlos Z. Rosa
Cirurgia da Face.
Fisiologia Humana e Metabologia do Esporte
Desempenho e Performance Física
Instagram: @edsoncarlosrosa 

Atualmente, podemos dizer que a gonadotrofina coriônica humana ou simplesmente HCG, se tornou popularmente conhecida como o hormônio do emagrecimento, devido a inúmeras particularidades presentes em seu mecanismo de ação, porém, como será que essa substância age no organismo humano?
Cientificamente falando, sabemos que o HCG se trata de um hormônio glicoproteico composto de duas subunidades: a alfa e a beta, produzida pelas células trofoblásticas sinciciais nos líquidos maternos, cujo o principal papel fisiológico do HCG, é de manter o corpo lúteo ovariano na mulher, funcionando até a 7ª / 9ª semana de gestação, pois o mesmo secreta vários hormônios fundamentais para esta fase inicial da gravidez, como: os estrogênios, a progesterona, 17-alfa hidroxiprogesterona, a relaxina e a inibina.
No sexo feminino, logo no início da gravidez, as concentrações de HCG no soro e na urina da mulher aumentam rapidamente, sendo usado profissionalmente, como um marcador para testes de gravidez.Sabemos que em torno de sete a dez dias após a concepção, a concentração de HCG alcança 25mUI/mL, podendo aumentar o pico de 37.000 a 50.000mUI/mL entre oito e onze semanas e que normalmente, apenas uma pequena proporção (<1%) da subunidade beta está presente na forma livre (ß-hCG livre) e sendo essa usada como principal fator diagnóstico para gravidez na mulher.

SERIA O HCG O HORMÔNIO DA MODA DO EMAGRECIMENTO?
Nós pesquisadores em fisiologia médica, sabemos que o HCG atua sinalizando o hipotálamo (região do cérebro responsável pelo controle hormonal) para mobilizaras reservas de gordura do organismo, ou seja, atua estimulando a queima de gordura corporal, pois na gravidez, esse fenômeno ajudaria a trazer nutrientes para a placenta, gerando ao feto energia para o seu pleno desenvolvimento e crescimento adequado.
Em relação as novas abordagens mais específicas, visando emagrecimento e estética corporal, o uso do HCG vem sendo vinculado à um tipo específico de dieta hipocalórica, associado ao uso diário do hormônio, sendoele por via intramuscular ou via oral, juntamente com a associação de técnicas de restrição calórica, geralmente preconizada em 500 calorias por dia. 
Normalmente, essa dieta de HCG dura em torno de três a quatro semanas e deve ser sempre acompanhada por profissionais especializados e capacitados, pois costuma vir vinculada com uma técnica dietética específica, com restrição de 500 calorias por dia, planejada estrategicamente, no intuito de forçar oorganismo a compensar a falta de calorias ingeridas, mobilizando os estoques de glicogênio (reserva energética), proteínas (principalmente as musculares) e estoques de gordura (triacilgliceróis), acarretando muitas vezes na diminuição do metabolismo basal, o que poderia não ocorrer com o uso do hormônio associado a dieta. 
Com isso, observamos que alguns pacientes, podem apresentar resultados satisfatórios com o uso do HCG para fins de emagrecimento, enquanto que em outros, clinicamente a perda de peso poderá se dar mais pela restrição calórica da dieta do que propriamente pelo uso do HCG, além disso, podemos destacar alguns efeitos colaterais ocorrentes em decorrência de altas concentrações sanguíneas do hormônio HCG, tais como: alteração do equilíbrio hormonal, risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos, podendo levar a quadros de embolia pulmonar e tromboses, cefaléias de diversas intensidades (dores de cabeça), fadiga (cansaço), ciclo menstrual irregular na mulher, sangramento vaginal, cistos ovarianos, retenção hídrica (inchaços) em alguns casos, foram observados quadros de depressão.

HCG E SUA INFLUÊNCIA NA ANDROLOGIA 
Em andrologia, fisiologia endócrina masculina,que significa estudo das funções reprodutoras e sexuais do homem, o HCG possui um mecanismo de ação estimulante na produção de testosterona masculina, por possuir uma estrutura molecular quase idêntica a um hormônio gonadotrófico, denominado de hormônio luteinizante, conhecido como LH.
O Hormônio Luteinizante (LH) no homem, estimula os testículos (células de Leydig) a produzir testosterona, aumentando a concentração de testosterona sérica (sanguínea), obtendo também um impacto positivo na produção de espermatozoides (células de sertoli) e por consequência na fertilidade masculina.
Com experiência também no fisiculturismo, sabemos que o uso do HCG se disseminou amplamente na modalidade, como um método coadjuvante na Terapia Pós Ciclo (TPC).Esse fato se dá em decorrência de alguns estudos realizados terem mostrado a eficácia do HCG em reativar a produção testicular de testosterona e melhorar a produção de espermatozoides, em pacientes do sexo masculino, que tiveram estas funções reprimidas, após uso de terapia medicamentosa hormonal. 
Alguns outros estudos com HCG, incluindo o estudo realizado na faculdade de medicina daPennsylvania, na Philadelphia, utilizaram um protocolo com o uso do HCG com o objetivo de elevar a produção de testosterona e melhorar a fertilidade de seus pacientes, proporcionando melhora da energia, aumento da libido, melhora da composição corporal e proteção contra várias doenças degenerativas associadas ao declínio hormonal.
Como visto acima, diversas são as abordagens de uso do hormônio HCG, para diferentes fins, porém é sempre sensato que seja criteriosamente acompanhado por profissionais especializados, para que seu uso seja realizado com margem de segurança, visando a ausência ou a mínima ocorrência de efeitos colaterais.
No entanto, cabe ressaltar novamente,que até a presente data, a literatura científica, se mostra pobre em evidências de comprovação para as eventuais aplicações do HCG, tanto em métodos terapêuticos (tratamento de disfunções e doenças), como também estéticos, tais como emagrecimento e definição muscular.

Dr. Edson Carlos Z. Rosa

Cirurgião, Fisiologista e Pesquisador em Ciências Médicas, Cirúrgicas e do Esporte

Diretor do Instituto de Medicina e Fisiologia do Esporte e Exercício (Metaboclinic Institute), Diretor Executivo do Centro Nacional de Ciências Cirúrgicas e Medicina Sistêmica (Cenccimes) / Diretor Executivo da União Brasileira de Médicos-Biocientistas (Unimédica) /  Presidente e Fundador da Ordem Nacional dos Cirurgiões Faciais (ONACIFA), Presidente e Fundador da Sociedade Brasileira de Medicina Humana (SOBRAMEH) e Ordem dos Doutores de Medicina do Brasil - ODMB, Doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas (h.c),

Pós-graduado em Clínica Medica - Medicina interna, Medicina e Fisiologia do Esporte/Exercício, Nutrologia e Nutromedicina, Fisiologia Humana Geral aplicada às Ciências da Saúde.

Escritor e Autor de Diversos Artigos na área de Medicina Geral, Medicina e Endocrinologia do Esporte, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Neurociência e Comportamento Humano.

Fundador-Gestor do e-Comitê Mundial de Médicos do Desporto e Exercício (Official World Group of Sports And Exercise Physicians), Fundador-Gestor Internacional de Cirurgiões Craniomaxilofaciais (The Official World Group of Craniomaxilofaciais Surgeons).

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