Entenda como funciona e aprenda como estimular essas poderosas aliadas
Dr. Euclésio Bragança – Médico Nutrólogo Graduado em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo é especialista em “Interação Nutrição/ Exercício Físico/Medicina na Promoção da saúde” pelo Cemenutri – Faculdade de Medicina de Botucatu. Em 1983 fundou a Integralmédica S/A Agricultura e Pesquisa.
Prof. Carlos Tomaiolo – Fisioterapeuta Provisionado do CREF, Especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na saúde, na doença e no envelhecimento pelo Instituto Biodelta FM-USP, Treinador de Musculação, Consultor Técnico Integralmédica, Gerente de Produtos Integralmédica e Consultor em treinamentos e suplementação.
Definindo a Hipertrofia
Hipertrofia é o aumento no tamanho das células de um tecido ou órgão, sem que ocorra divisão celular. Em se tratando de hipertrofia muscular, ocorre o aumento no número e ou diâmetro das miofibrilas, consequentemente provocando um aumento da fibra muscular. Segundo Goldspink (1998), o aumento do número de miofibrilas é mais eficaz para hipertrofia do que o aumento do tamanho destas. Podemos descrever também outro tão falado processo, o crescimento muscular pela hiperplasia. Segundo Tortora, Gerard J. et al, “É o aumento no número de células de um tecido devido ao aumento na frequência de divisão celular” neste caso também ocorrendo no tecido muscular esquelético. Processos de hiperplasia são descritos por alguns trabalhos, porém ainda controversos e polêmicos. Estes processos, hipertrofia ou hiperplasia, se garantem pela síntese de proteínas, principalmente após o treinamento com pesos, onde esta síntese estará aumentada a níveis máximos. Sendo assim, entendemos a necessidade da oferta adequada de proteínas aos músculos pela dieta e suplementação, a fim também de minimizar situações de degeneração proteica (catabolismo) também presentes nos processos de treinamentos e recuperação. O grande segredo é promover o anabolismo, evitando situações catabólicas (processo de perda de massa muscular), tais como estresse físico e mental, overtraining, desidratação, cortisol, amônia e desbalanço da dieta, e favorecendo situações anabólicas: treino adequado, dieta regulada, suplementação adequada, descanso suficiente e perfeito equilíbrio metabólico, químico e hormonal. Hiperplasia e Células Satélites Células satélites são células progenitoras, mononucleares encontradas em estado de repouso (quiescentes) nos músculos, mais precisamente entre a lâmina basal e o sarcolema. Estas células são capazes de se diferenciar e se fundir para aumentar o número de fibras musculares existentes e formar novas fibras. As células satélites estão envolvidas no crescimento muscular normal, assim como na regeneração após lesão ou doença.
Sabemos que o crescimento muscular vem do resultado de microtraumas ou microlesões das fibras musculares envolvidas no estímulo acentuado, principalmente de sobrecargas no treinamento resistido. Estas sobrecargas estimulam as células células satélites, até então dormentes na lâmina basal da fibra muscular a regenerar e ou participar do processo de hiperplasia. Este processo acontece porque a célula satélite possui grande capacidade de se dividir entre si ou em se fundir à própria fibra muscular vizinha, o que garante um aumento do volume muscular. Estas células satélites, após este estímulo causado pelo treinamento e garantido por nutrientes adequados, iniciam uma divisão ou proliferação, em seguida sofrem diferenciação para então se fundirem formando uma nova fibra ou participando do processo de hipertrofia normal, regenerando o tecido muscular (Figura 2). A hiperplasia muscular foi observada em modelos experimentais com ratos estimulados a sobrecargas de pesos. A estes houve além da regeneração muscular, a formação de novas fibras musculares portanto a hiperplasia.
Mediadores de Estímulo à Célula Satélite
Com resposta funcional, o treinamento com pesos estimula a ativação das células satélites e sua fusão às fibras musculares já existentes, aumentando a área seccional da fibra e do número de mionúcleos, o que faz sintetizar mais proteínas. Os hormônios também fazem parte como mediadores de estímulos às células satélites. A testosterona, por exemplo, atua sobre células troncos de linhagem miogênica (criadora de músculos) inibindo a linhagem adipogênica (criadora de gordura). Estudos com homens que receberam suplementação de testosterona observaram hipertrofia muscular associada ao aumento de células satélites e proporcionalmente o aumento de mionúcleos. Os IGFs, (fatores de crescimento semelhantes à insulina), são proteínas importantes no controle do metabolismo da insulina, além de regularem a regeneração muscular. Os IGF I e IGF II estimulam a proliferação e a diferenciação das células satélites. A insulina também estimula a divisão das células satélites no músculo, induzindo proliferação, formação de miotubos e diferenciação celular, atuando assim no crescimento muscular. Hormônios da tireoide como o T3 (triiodotironina) reduzem a proliferação de células satélites. O envelhecimento diminui fisiologicamente a eficiência das células satélites em proliferar e se diferenciar. Quanto mais idade, menor esta capacidade.
Em se tratando de lesões musculares, a regeneração do tecido pelas células satélites se inicia após seis horas da lesão, então, depois de ativadas, as células satélites seguem se proliferando durante dois a três dias, a recuperação plena se concretiza em cerca de 10 dias.
ATIVADORES DAS CÉLULAS SATÉLITES
Treinamento e Célula Satélite Para atingirmos este ideal estímulo da célula satélite é necessário treinar musculação com cargas progressivas a fim de se atingir sempre um nível intenso de esforço respeitando as aptidões e diferenças de cada praticante. O treinamento com pesos para este nível de estímulo deverá obedecer a uma correta divisão de grupos musculares e um adequado número de séries e repetições a fim de promover descanso ideal para recuperação garantindo a hipertrofia. Se possuir boa aptidão e médio para alto nível de treinamento, utilize técnicas avançadas como: Rest-Pause, Drop Sets, Super-Séries, Heavy Duty, FST 7, entre outras, para atingir índices máximos de estímulos. Suplementação e Células Satélites Para garantir que as células satélites, após ativadas pelo treinamento com pesos, realmente cheguem até seu processo final de hipertrofia e possível hiperplasia, deve-se suplementar com adequadas quantidades de proteínas, principalmente as do soro do leite de rápida absorção como a Whey Protein Isolada e Hidrolisada, Leucina, Arginina, Glutamina, BCAA e principalmente o colostro bovino, rico do mais nobre Whey Protein e precursor de IGF-I. Sendo assim, garantimos ambiente ideal para atuação das células satélites bem como sua divisão e proliferação, o que certamente levará a uma maiorhipertrofia.
IGF-I O IGF-I, presente em frações bioativas do Whey Protein, é um fator de crescimento com efeitos altamente anabólicos. O IGF-I estimula o crescimento tecidual e síntese protéica por uma ação direta nas fibras musculares e também por estar envolvido nos processos de regeneração muscular. O processo de regeneração muscular envolve as células satélites (células responsáveis pelo crescimento músculo esquelético) e o IGF-I, que atua na proliferação e na diferenciação (formação de novas fibras musculares) das células satélites. Os fatores de crescimento são liberados por uma série de tecidos, fatores utilizam as vias de sinalização e regulam a atividade das células satélites (locomoção, proliferação e diferenciação). A importância do IGF-I na atividade das células satélites foi demonstrada por vários estudos científicos, que comprovaram que a suplementação com IGF-1 promove hipertrofia significativa e aumento concomitante de força. O ideal é que o consumo desses suplementos seja realizado em dois momentos, logo após o treino e antes de dormir, para assim garantir a melhor abosrção dos nutrientes e os benefícios proporcionados por eles.
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