Desta vez, vamos contar a história de Natália Bortolan Ritzinger de 31 anos, que conseguiu emagrecer após inúmeras tentativas frustradas. Natália nasceu em Marília, no interior paulista e vive com sua mãe Lúcia Helena em Olímpia, São Paulo. A jovem é graduada em Direito, cursa estética e trabalha há oito anos no ramo do turismo. “Meu primeiro objetivo era vencer a obesidade e a compulsão alimentar, cheguei a pesar 126,4kg por isso minha maior superação até hoje foi eliminar 42,6kg. Comecei meu processo no método 5S em abril de 2018, onde recebi todas as orientações da equipe multidisciplinar. Me lembro que, na época, tive muitos problemas com inchaço nas pernas, nos pés e retenção de líquido. Após um mês fazendo tratamento, havia emagrecido quase 10kg e dois meses depois, eliminei exatamente 20kg. No final de agosto, saí dos três dígitos pesando 99,7Kg e em novembro de 2018 havia eliminado 40kg. Quando atingi meu objetivo, coloquei como uma nova meta chegar aos 68kg e sair totalmente do sobrepeso”, relata Natália.
Segundo ela, seus hábitos não saudáveis estavam presentes em sua vida desde a infância, tanto que se recorda que o lanche que levava para a escola era composto por pão com hambúrguer, linguiça frita, maionese e refrigerante. “Perdi as contas de quantas vezes minha mãe me levou em nutricionistas quando eu era criança, por volta dos 10 anos, época em que eu já estava bem acima do meu peso. Inclusive, tenho guardado na memória um dia em que retornei em uma consulta e a médica me disse: ‘Não volte mais aqui enquanto você não quiser emagrecer’. Fiz dieta da lua, dieta dos pontos, li livros, tomei shakes para substituir as refeições, tomei diversos medicamentos para perder peso e para controlar a ansiedade. Coloquei até balão gástrico, porém me senti ainda mais impotente, porque depositei todas as minhas fichas nesse procedimento e foi frustrante. Cheguei a procurar pela cirurgia bariátrica, mas desisti quando vi pessoas que fizeram, reclamando dos resultados. Por mais que eu soubesse e meus exames indicassem que eu precisava mudar, me deparava com dificuldades, tenho apenas um rim, pois precisei tirar o outro na infância por má formação, tomava três medicamentos para pressão alta e não conseguia seguir uma dieta. Cada vez que eu ouvia: ‘É só você não comer’, eu me afundava ainda mais no meu sentimento de culpa, em um desânimo que ninguém compreendia, pois a obesidade é uma doença, um vício semelhante ao de álcool e drogas”, explica.
Natália conta que, antes da mudança, consumia muita fritura, lanches, massas, alimentos congelados, que bastava apenas fritar ou aquecer, tomava bastante refrigerante e, no mínimo, uma cerveja todos os dias, além de não praticar nenhuma atividade física. Com isso, ela dormia em excesso, já que não tinha disposição para nada e se sentia ainda mais deprimida. “Eu não tinha horário para fazer minhas refeições, meu café da manhã era pão, dois ou três pães de queijo, cappuccino ou até mesmo um salgado. Não me sentava para me alimentar, comia dentro do carro, apressada. Normalmente pulava o almoço, mas quando almoçava, comprava uma marmita grande com boa quantidade de carboidrato, sem legumes e verduras. Durante um período, pedia meu almoço e só parava para comer por volta das 18h. Jantava às 22h, sempre uma comida pesada e gordurosa. Quando eu saía, comia porções, lanche, pizza, massa, ia em rodízios e não tinha nenhum controle sobre a quantidade de alimentos que ingeria. Às vezes, comia escondido por ser muito cobrada, sofria humilhações, além de ser motivo de piadas e chacotas entre algumas pessoas. Aos poucos, fui privando minha liberdade, não tinha mais vontade de sair de casa, sentia vergonha do meu corpo, de não ter roupas e até mesmo por não conseguir cruzar as pernas e usar sandália de salto. Se ia comprar algo em qualquer loja, tinha que provar cedo, quando ainda não estava inchada. Correr, nem pensar, não tinha fôlego, tinha também sérios problemas com vômitos, dores de barriga e fortes cólicas, fazia tratamento para crises de enxaquecas e por duas vezes me senti sufocada enquanto dormia, tive a sensação da morte”, se recorda.
Em meio a esse turbilhão de sentimentos e sofrimento, Natália finalmente se deu conta de que havia esquecido de seu amor próprio e percebeu que estava negligenciando sua felicidade e descontando suas emoções na comida. “Posso dizer que dois pontos principais me serviram de alerta, um deles foi o meu sonho de ser mãe, comecei a me olhar no espelho e ver que eu certamente teria problemas ao gerar uma criança. O outro ponto foi não me permitir, até então, viver um grande amor por sentir vergonha de mim e da minha aparência”, lamenta.
HÁBITOS SAUDÁVEIS
Natália enfatiza que mudou toda sua rotina, desde alimentação até boas escolhas e hoje, com 42kg a menos, considera-se uma pessoa ativa, com total disposição para praticar atividades físicas, além de dormir bem e ter um sono leve e tranquilo.
“Ganhei mais ânimo, adoro me arrumar e me olhar no espelho. Saí de um manequim 54/56 e fui para o 42, recuperei minha autoestima, meu amor próprio, agora sou mais feliz e mais bem humorada. Sou dedicada às minhas atividades diárias, gosto de cozinhar e preparar meus alimentos, me sinto forte, determinada e sei que sou capaz de atingir meus objetivos. Costumo levantar entre 4h30 e 5h da manhã para arrumar meu almoço, lanches, fazer o chá que tomo diariamente e praticar exercício físico. Numa semana, trabalho das 7h30 às 16h40, com folga no sábado e domingo. Neste caso, vou treinar com o personal trainer das 6h às 6h30, de terça a sexta, e na segunda-feira vou à tarde, depois do trabalho, para treinar por uma hora. No sábado faço uma hora de treino na parte da manhã e no domingo gosto de fazer caminhada, corrida e tomar sol por volta das 10h. Já na outra semana, trabalho das 10h às 20h, no sábado das 8h às 16h e folgo no domingo. Neste caso, de manhã vou ao personal de terça e quinta, e de segunda, quarta e sexta vou à academia. Durante alguns meses também fiz pilates, mas quero me organizar para fazer mais tipos de atividades. Pratico exercícios com carga pesada, musculação e sempre intercalo com HIIT e cardio. No início, a musculação era para ajudar a acelerar o metabolismo e uma válvula de escape para ansiedade e estresse, hoje é para contribuir com o ganho de massa, contorno do corpo e auxiliar na minha disposição do dia a dia”, comenta.
De acordo com Natália, hoje a balança é sua aliada e, apesar de estar eliminando peso de forma lenta, consegue notar a perda de medidas e o aumento da massa magra. “Quem acompanhou meu processo na clínica foi a fisioterapeuta e coaching do método 5S, Marcela Gaetano e, embora já tenha finalizado o tratamento, continuo seguindo suas orientações para atingir os 68kg. Diariamente, costumo ingerir muito líquido, temperos termogênicos, carnes magras, variedade de legumes, verduras e receitas, respeito os horários das refeições e não pulo nenhuma. A cada 21 dias faço o detox do intestino e a cada quatro semanas, um ‘dia do lixo bom’ com a ingestão de gordura boa e uma refeição livre, não faço mais o consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes e sucos e hoje me permito, aos finais de semana, comer carne assada ou até mesmo uma pizza, porque preciso aprender que posso desfrutar às vezes, com equilíbrio. Tomo vitamina todos os dias, consumo cápsula de ômega 3, 6 e 9 e colágeno também. Ao todo, são entre seis e sete refeições diárias, de três em três horas: quando acordo, antes de treinar, como meia banana da terra, faço uma panqueca com ovo na frigideira, coloco um minuto no micro com óleo de coco e canela e faço a ingestão junto com um pré-treino para ter mais energia. Depois do treino, por volta das 7h, costumo ingerir um ovo com mais duas claras (mexido) com sal rosa, pimenta calabresa, cebolinha/cheiro verde, 50g de queijo minas frescal e um pós-treino e por volta das 10h, uma maçã. No almoço, bife de filé (150g a 200g de proteína) acebolado com pimentão colorido refogado e salada de chuchu com cebola roxa e pimenta biquinho. Dependendo da semana, varia a quantidade de consumo de proteína e de legumes/verduras. No lanche da tarde, gosto de comer uvas sem semente, por exemplo, e se à noite eu for ao curso, opto por ingerir algumas unidades de castanha, damasco e ameixa antes de jantar. Na janta, três ovos cozidos, salada de tomate e rúcula e antes de dormir, entre 22h e 23h, tomo meu iogurte kefir, mas, se estiver com fome, oito unidades de morango”, explica.
“Durante meu processo, nunca pensei em desistir, pequenas coisas me davam ânimo: roupas e sapatos que não me serviam e passaram a servir, ter fôlego para treinar, dormir bem, não ter mais enxaqueca constante, um elogio, servir de inspiração e saber que todos acreditavam em mim. Minha maior dificuldade estava em controlar minha compulsão alimentar, aprender que precisava do alimento para nutrir meu corpo e minha felicidade com boas escolhas. Quando caía em tentação, era desafiador admitir que naquele momento tinha fraquejado, mas sabia como retomar. Agora, passa um filme em minha mente e me lembro daquele primeiro dia em que subi na balança aos prantos e tomei a decisão da mudança em minha vida. Tenho muito carinho, orgulho e respeito por minha trajetória”, conclui Natália.
PERFIL:
Natália Bortolan Ritzinger
Nascimento: 18/12/1988
Cidade natal: Marília/SP
Onde vive: Olímpia/SP
Altura: 1,70m
Peso anterior: 126kg
Peso atual: 84kg
Redes Sociais:
Facebook: Natália Bortolan Ritzinger
Insta: @natyritzinger
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