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Entenda tudo sobre: Glúten e Fenilalanina

Informação nutricional obrigatória nas embalagens de todos os alimentos, bebidas e suplementos, a indicação sobre a presença de Glúten e Fenilalanina determina quem pode consumir o produto.

Entenda tudo sobre: Glúten e Fenilalanina Já é possível encontrar diferentes fórmulas, com nutrientes para suprir as necessidades de atletas e praticantes de atividades física, livres de glúte
Crédito: REVISTA SUPLEMENTAÇÃO

Saiba porque esses dois elementos são capazes de provocar intolerância em algumas pessoas e gerar problemas como diarreia, inchaço,irregularidade da menstruação, alteração do equilíbrio, convulsão e doenças musculares

1 - O que são?

Responsável por deixar as massas mais fofinhas, o glúten é uma proteína considerada de difícil digestão. Presente em cereais como o trigo, o centeio, a cevada e a aveia, está inserido na fórmula de grande parte dos alimentos que consumimos, conforme lembra a nutricionista e consultora no tema, Natália Dourado. “O glúten tem como principal função conferir elasticidade e maciez para alimentos como pães, bolos e tortas, por exemplo. Pode ser encontrado em bebidas alcoólicas, como a cerveja e a vodka, e em alguns remédios que utilizam esta proteína como substância excipiente, ou seja, que completam a massa e o volume do remédio”, detalha. A especialista esclarece também o que é Fenilalanina: “É um aminoácido essencial encontrado em alimentos fontes de proteína tanto animal quanto vegetal, como peixes, carnes e leguminosas. Também está presente no aspartame, parte integrante do adoçante”, define. Pelo último motivo citado pela nutricionista, o ingrediente é muito utilizado em bebidas, principalmente em refrigerantes.

2- Que problemas podem trazer?

Presente em grande parte dos alimentos que consumimos em nosso dia a dia, o Glúten e a Fenilalanina são capazes de trazer danos graves à saúde de uma parcela da população. Isso porque estão diretamente ligados a dois tipos diferentes de intolerâncias alimentares. Com origem a partir de uma predisposição genética, os dois problemas são gerados pela incapacidade do organismo de receber de forma eficiente esta proteína e este aminoácido. “A ausência ou deficiência de uma enzima chamada Fenilalanila Hidroxilase gera uma doença conhecida como Fenilcetonúria. Nela existe um acúmulo de Fenilalanina no organismo porque não há uma sintetização correta desse aminoácido”, detalha a especialista. “Já o glúten é o fator desencadeante de uma desordem conhecida como Doença Celíaca. Ela ocorre de forma autoimune em indivíduos geneticamente predispostos que apresentam acúmulo dessa proteína na parede intestinal”, distingue. “É importante frisar também que as pessoas podem desenvolver uma hipersensibilidade ao glúten, ou seja, mesmo não apresentando a predisposição genética para a Doença Celíaca, o indivíduo pode ter certo grau de intolerância”. Além dos sintomas, para ter certeza sobre a intolerância a este dois alimentos é preciso realizar exames de sangue específicos. No caso da intolerância ao glúten, o diagnóstico só é finalizado com o resultado de uma biopsia realizada nas paredes do intestino.

3 - De olho nos rótulos!

Você pode até não ter reparado ainda, mas todos os produtos fabricados pela indústria alimentícia nacional, inclusive os suplementos para atletas e praticantes de atividades físicas, precisam conter em seus rótulos frases de advertência nas quais seja possível identificar a presença ou não de Fenilalanina e do Glúten. “Apesar de ser considerada uma doença rara, no Brasil estima-se que a cada 12.000 recém nascidos, um apresenta o diagnóstico para a Fenilcetonúria. Sendo assim, a Lei obriga a toda indústria alimentícia a informar na embalagem do produto a presença ou não deste aminoácido”, diz a nutricionista Natália Dourado. O mesmo acontece com o glúten que ainda não tem uma estimativa fechada. “Supostamente, um em cada grupo de 100 a 200 pessoas nos EUA e na Europa tem a Doença Celíaca. No Brasil ainda não temos um número oficial, mas na última pesquisa publicada pela UNIFESP, em um estudo feito com adultos doadores de sangue, o resultado apresentou incidência de um celíaco para cada grupo de 214, moradores de São Paulo”, diz.

4- A lista de sintomas

Professora, doutora e chefe da disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo, Vera Lucia Sdepanian explica que os sintomas relacionados à doença celíaca e à intolerância ao glúten podem aparecer tanto na infância quanto na vida adulta. “Os sintomas clássicos são diarreia crônica, geralmente acompanhada de barriga inchada, atrofia da musculatura glútea, anemia e vômitos”, cita. Outros também observados são baixa estatura, anemia por falta de ferro - que não melhora com o tratamento - vômito, osteoporose, dor nas juntas, artrite, atraso de desenvolvimento da puberdade, intestino preso que não melhora com o tratamento, inchaço no corpo, irregularidade da menstruação, alteração do equilíbrio, convulsão, doença muscular, problema no esmalte do dente, depressão, autismo, aftas grandes que acontecem frequentemente. A nutricionista Natália Dourado completa a informação explicando os sintomas que estão relacionados à intolerância a Fenilalanina. “Na Fenilcetonúria existe uma acúmulo de Fenilalanina, gerando os seguintes sintomas: crises convulsivas, eczema de pele, odor típico na urina, pele e cabelos mais claros devido à interferência na produção de melanina e retardo no desenvolvimento neuropsicomotor”.

5- Permitidos e Proibidos

A dieta de quem tem intolerância ao Glúten e à Fenilalanina é restritiva e precisa ser seguida à risca. No caso do Glúten, já existem até massas que não trazem adição dessa proteína. A ACELBRA - Associação dos Celíacos do Brasil traz em seu portal indicação completa dos alimentos que podem ou não ser consumidos por esse público. A lista divide os produtos em categorias. Para substituir os cereais proibidos, por exemplo, a entidade indica o consumo de arroz, batata, milho e mandioca cará, inhame, araruta, sagu e trigo sarraceno. “Na falta de produtos industrializados especiais sem glúten no mercado brasileiro, a maior parte das preparações do cardápio do paciente celíaco deve ser caseira, demandando tempo e dedicação para o preparo”, destaca a ACELBRA. Os portadores de Fenilcetonúria não podem excluir totalmente Fenilalanina da dieta, pois este aminoácido é considerado essencial. Neste caso, precisam de uma dieta para controlar a quantidade consumida, com frutas, verduras e alimentos com baixo nível de proteínas.

6 - Suplementos

Os suplementos podem ter também um papel fundamental na dieta de quem tem intolerância a esses produtos. No caso dos aminoácidos, por exemplo, é possível fazer uma suplementação para garantir a ingestão deste nutriente sem gerar acúmulo de fenilalanina no organismo. “Existem fórmulas comerciais que combinam aminoácidos essenciais com baixo teor ou nenhuma quantidade de Fenilalanina”, diz Natália Dourado. Atualmente, as empresas do segmento de suplementação desenvolvem produtos específicos para quem tem intolerância à proteína. Já é possível encontrar diferentes fórmulas, com nutrientes para suprir as necessidades de atletas e praticantes de atividades física, livres de glúten.

Fontes Consultadas:

ACELBRA - Associação dos Celíacos do Brasil Dra. Vera Lucia Sdepanian Professora, Doutora e Chefe da Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo Natália Dourado Nutricionista e Consultora da Santo Dom Massas Sem Glúten

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