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Artigo: Nutrologia Molecular: Síndrome da fome oculta (SFO)

Você sabe o que é isso?

Artigo: Nutrologia Molecular: Síndrome da fome oculta (SFO) A síndrome da fome oculta também é denominada de deficiência marginal
Crédito: BANCO DE IMAGENS

*Por Dr. Edson Carlos Z. Rosa  

Inicio esse artigo fazendo uma rápida pergunta a todos os leitores, vocês já tiveram alguma vontade compulsiva de comer algo, logo depois terem feito uma farta refeição?

Pois é, o que parece ser uma gula, na verdade pode ser o seu organismo tentando alertar que está com algum déficit molecular nutricional, que é um dos problemas que pode ocorrer quando se segue uma dieta sem orientação profissional, sendo um quadro clínico conhecido como Síndrome da Fome Oculta (SFO).  

Esse quadro inclui a palavra oculta, porque sinaliza a fome do organismo por nutrientes, onde o mesmo passa a dar sinais de ausência de elementos importantes para o seu bom funcionamento.

A síndrome da fome oculta, também denominada de deficiência marginal, trata-se de uma carência não aparente clinicamente de um ou mais micronutrientes no organismo humano, sendo identificada como um dos problemas nutricionais mais importantes no mundo.  

Os estoques de vitaminas e minerais (dentro do nosso organismo) diminuem silenciosamente, sem apresentar sinais nem sintomas, os quais, só ficam evidentes, quando o estágio mais grave da deficiência está instalado no organismo.

Esta carência pode ocorrer devido à deficiência molecular de um único micronutriente específico, porém, também pode ocorrer de forma combinada com outras deficiências de vitaminas e minerais, por várias razões como por exemplo, fontes alimentares inadequadas (deficiência de micronutrientes), ausência de técnicas alimentares específicas, distúrbios metabólicos ou genéticos, dentre outros.

A fome oculta compromete várias etapas do processo metabólico, merecendo destaque nas alterações observadas no sistema imunológico e no desenvolvimento físico e mental do paciente.

Podemos dizer que uma dieta sem vitaminas e outros micronutrientes pode provocar sinais clínicos e sintomas como contrações musculares involuntárias (fasciculações e câimbras), cansaço, fraqueza, irritação, obesidade, variação de humor e outros.

 

MOLÉCULAS IMPORTANTES AO METABOLISMO HUMANO

Podemos dizer que a ausência molecular de alguns nutrientes importantes, podem provocar a Síndrome da Fome Oculta, dentre eles, destacamos:

 

- Ferro (Fe): A ausência desse nutriente poderá provocar anemia, deficiência no sistema imunológico e falta de ar.

 

- Iodo (I): A ausência desse nutriente poderá provocar deficiências em fetos, fadiga, problemas na audição e ansiedade.

 

- Vitamina A (Retinol): A ausência desse nutriente poderá provocar problemas na visão e no sistema imunitário.

 

- Zinco (Zn): A ausência poderá provocar alterações no crescimento, problemas na pele e no sistema nervoso.

 

- Vitamina D3 (Colecalciferol): A ausência do nutriente poderá provocar uma menor resposta do sistema imunológico, culminando em fraqueza, aparecimento de doenças crônicas, além de alterações na formação da matriz óssea, sistema muscular, dentre outros.

 

É importante frisar que a fragilidade do sistema imunológico pode provocar inúmeros problemas de saúde, pois dessa forma, patologias (doenças) provenientes de processos inflamatórios ou infecciosos tornam-se mais fáceis de ocorrer.

 

CAUSAS DA SÍNDROME DA FOME OCULTA (SFO)

Ao contrário do que possa parecer, a síndrome não está necessariamente relacionada ao baixo grau de escolaridade ou a más condições sócio-econômicas.  

Ela atinge qualquer camada social, os mais pobres porque não comem o suficiente, já a classe mais favorecida, porque não gosta de vegetais.                                                    

 Porém o problema, no entanto, torna-se mais grave em regiões menos desenvolvidas e, consequentemente mais pobres. Entre as pessoas de alto poder aquisitivo é reflexo principalmente de modismos, falta de conhecimento sobre nutrologia, alimentos e os tabus envolvendo o assunto.  

No Brasil, mesmo em regiões desenvolvidas, como o Sudeste, a carência de vitamina A, por exemplo, atinge até 35% das pessoas de alguns grupos de risco. Além disso, um estudo realizado na área derrubou o mito de que o tradicional prato de arroz com feijão, salada e carne é suficiente para uma alimentação adequada, pois embora seja rico nos chamados macronutrientes, o prato típico da refeição brasileira não é suficiente para garantir as quantidades necessárias de cálcio, potássio e vitaminas D, E e A para a manutenção da saúde e funções do organismo. Para se ter uma ideia, o brasileiro consome quantidade de cálcio três vezes abaixo da quantidade diária recomendada internacionalmente e até seis vezes menos vitamina D do que o necessário para prevenir doenças como a osteoporose e a hipertensão.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sendo assim, podemos dizer que a síndrome da fome oculta é um quadro clínico que pode variar muito de paciente para paciente, nesse caso, sempre deve ser levado em consideração a queixa do paciente, juntamente com histórico clínico, complementado pela solicitação de exames sanguíneos, sendo preconizado na maioria das vezes, o uso dietas balanceadas e reposição de nutrientes, via suplementação.

 

Referências Bibliográficas

RAHMAN, M. Micronutrient profile of children and women in rural Bangladesh: study on available data for iron and vitamin A supplementation. East Afr J Public Health, v. 6, n. 1, p. 102-7, 2009.  

 

FENECH, M.F. Dietary reference values of individual micronutrients and nutriomes for genome damage prevention: current status and a road map to the future. Am J Clin Nutr. , March 10, 2010.

 

Dr. Edson Carlos Z. Rosa

Cirurgião, Fisiologista e Pesquisador em Ciências Médicas, Cirúrgicas e do Esporte

Diretor do Instituto de Medicina e Fisiologia do Esporte e Exercício (Metaboclinic Institute), Diretor Executivo do Centro Nacional de Ciências Cirúrgicas e Medicina Sistêmica (Cenccimes) / Diretor Executivo da União Brasileira de Médicos-Biocientistas (Unimédica) /  Presidente e Fundador da Ordem Nacional dos Cirurgiões Faciais (ONACIFA), Presidente e Fundador da Sociedade Brasileira de Medicina Humana (SOBRAMEH) e Ordem dos Doutores de Medicina do Brasil - ODMB, Doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas (h.c),

Pós-graduado em Clínica Medica - Medicina interna, Medicina e Fisiologia do Esporte/Exercício, Nutrologia e Nutromedicina, Fisiologia Humana Geral aplicada às Ciências da Saúde.

Escritor e Autor de Diversos Artigos na área de Medicina Geral, Medicina e Endocrinologia do Esporte, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Neurociência e Comportamento Humano.

Fundador-Gestor do e-Comitê Mundial de Médicos do Desporto e Exercício (Official World Group of Sports And Exercise Physicians), Fundador-Gestor Internacional de Cirurgiões Craniomaxilofaciais (The Official World Group of Craniomaxilofaciais Surgeons).

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