A decisão de lançar mão do uso de suplementos nutricionais para compor a dieta de um esportista deve levar em consideração alguns fatores importantes, tais como a real necessidade do esportista, o conhecimento dos critérios de utilização e a credibilidade científica do mesmo.
Nos últimos anos tem-se verificado um avanço importante da nutrição esportiva, com base em princípios fisiológicos e bioquímicos. Uma alimentação especial pode promover melhor saúde e otimizar os benefícios do treinamento.
O exercício físico tem profundo efeito no metabolismo das proteínas. Pesquisadores têm confirmado que a suplementação com proteínas potencializa os resultados esperados e desejados de treinamentos intensos com exercícios de resistência. No entanto, uma revisão da literatura científica revela que as fontes de proteínas não são todas iguais em termos de benefícios que podem propiciar à saúde em geral e à composição corporal em particular. Sabe-se que aminoácidos e peptídios, como precursores da síntese protéica, exercem papel fundamental no organismo. O exercício físico, em geral, requer um maior aporte protéico, o que se deve a uma maior utilização de aminoácidos como fonte energética no metabolismo.
Os suplementos de Whey foram desenvolvidos cerca de três décadas atrás, a partir do soro do leite. Suas propriedades como otimizador de performance esportiva foram confirmadas e tecnologias cada vez mais adequadas à preservação desta ação biológica desenvolvidas.
Os mesmos mecanismos fisiológicos que fazem do Whey um agente anti-catabólico e pró-anabólico otimizador de performance esportiva fazem deste suplemento uma ferramenta para a prevenção e tratamento de desordens variadas. Uma das principais características do Whey é sua riqueza em partículas protéicas, denominadas “peptídeos de Whey“, os quais representam a fonte de proteína de maior qualidade conhecida atualmente, maior até que os ovos, peixe, peru, carne vermelha, frango e principalmente a soja. A Whey Protein é bem menos suscetível à oxidação e à degradação por radicais livres do que as proteínas convencionais de origem animal. As principais proteínas do soro são a B-lactoglobulina e a A-lactalbumina.
Elas são de fácil digestão e seu perfil de aminoácidos essenciais atende ou supera todas as exigências qualitativas e quantitativas estabelecidas pela Organização de Alimentos e Agricultura / Organização Mundial de Saúde (Food and Agriculture Organization/ World Health Organization - FAO/WHO). Existe uma relação direta entre as características funcionais e nutricionais das proteínas de soro e da sua estrutura e funções biológicas.
Cada tipo de proteína possui várias destas características. Uma dieta suplementada com mistura de Whey Protein (proteína hidrolisada) e carboidrato foi capaz de estimular a secreção de insulina e aumentar os níveis de aminoácidos no sangue com maior eficiência que dietas suplementadas com proteína intacta (não hidrolisada) ou com apenas carboidrato. Também é possível afirmar que a dieta com esse suplemento melhora a resistência à exaustão, portanto, o indivíduo permanece mais tempo no exercício. Outro benefício desse suplemento é a presença de substâncias chamadas de fatores de crescimento celular, como crescimento semelhante à insulina I e II (IGF-I e IGF-II). Estas estimulam o crescimento celular e como conseqüência favorecem a hipertrofia muscular. Considerando que o exercício físico exaustivo causa depressão imunológica, produção de radicais livres e destruição da massa muscular, as proteínas do Whey Protein e seus hidrolisados agem estimulando o sistema imune, pois várias proteínas do soro de leite, inclusive a glutamina e BCAA, são antioxidantes e seqüestrantes de radicais livres.
Um estudo mostrou que a suplementaçã o com Whey Protein (na forma de um produto com composição exclusiva, 20 gramas/dia por 12 semanas) aumenta o status de glutationa (enzima antioxidante que necessita da glutamina), melhora o desempenho atlético (de força - anaeróbico) e proporciona uma redução significativa na percentagem de gordura corporal em adultos jovens e saudáveis. No Whey Protein há um elevado teor de triptofano e sendo este um precursor do neurotransmissor serotonina e do hormônio neurosecretor melatonina, alguns autores atribuíram efeitos comportamentais da ingestão dessa proteína no apetite, na saciedade, no humor, na percepção da dor e no ciclo de dormir e acordar. O glicomacropeptídeo, peptídeo presente no suplemento, é um poderoso estimulante de um hormônio supressor do apetite e na regulação da ingestão de alimentos.
Estudos mostram que a suplementação de Whey melhora significativamente a composição corporal, uma vez que é possível ter níveis mais baixos de gordura corporal e índices mais altos de tecido muscular. Isso porque este suplemento possibilitou uma utilização mais eficaz de gordura, além de maior eficiência na preservação muscular. A suplementação aumentou a eficiência dos exercícios, proporcionando uma melhora qualitativamente superior na composição corporal.
Não existe na literatura médica científica até o presente momento nenhuma citação referente a efeitos colaterais nocivos Uma das questões mais importantes a ser avaliada nesta prescrição e que deve preceder qualquer indicação diz respeito à ingestão alimentar habitual do indivíduo. Isto porque, para que o rendimento do treino seja otimizado e conseqüentemente os objetivos sejam alcançados, é fundamental que a dieta esteja equilibrada, e que o suplemento entre como um coadjuvante que atuará com uma finalidade específica, como recuperação muscular, aumento de massa muscular ou simplesmente um complemento calórico da dieta. Avanços recentes nas Ciências da Nutrição e nas pesquisas biomédicas têm revelado algumas das complexas relações entre nutrição e saúde, sugerindo que algumas proteínas e peptídios de origem alimentar poderão ter utilidade na prevenção e/ou tratamento de condições patológicas decorrentes da má nutrição, doenças e envelhecimento.
Comentários