MATÉRIAS DE CAPA

Edição n°65: Suplementos contra Covid-19

Segundo especialistas, os níveis adequados de nutrientes aumentam as chances do sistema de defesa combater o vírus de forma mais eficiente

Edição n°65: Suplementos contra Covid-19 Suplementos contra Covid-19
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Desde a descoberta do novo agente do coronavírus (Covid-19), em dezembro de 2019, após os primeiros casos registrados na China, o vírus tem se propagado rapidamente pelo mundo e causado consequências devastadoras. Conforme já é do conhecimento de todos, existem tipos de coronavírus que podem causar um simples resfriado e outros que podem gerar infecções respiratórias mais graves, podendo levar ao óbito. Segundo especialistas, o novo coronavírus pode causar complicações principalmente em pessoas mais velhas ou que tenham alguma doença crônica.  

Para reforçar, os principais sintomas da Covid-19, definidos de acordo com a Organização Mundial de Saúde são: febre, cansaço, tosse, dores pelo corpo, mal-estar, congestão nasal, coriza, perda do paladar e olfato, dor de garganta, dor de cabeça e dificuldade para respirar. Como todos sabem, o coronavírus é contagioso e pode ser transmitido por meio de espirro, tosse, gotículas de saliva, catarro, aperto de mão, contato pessoal próximo e contato com objetos e superfícies contaminadas, seguidos de contato com nariz, olhos e boca, é por isso que as medidas de higiene, proteção e distanciamento são tão importantes no processo de prevenção da doença.  

O médico nutrólogo Allan Ferreira enfatiza que ainda não dispomos de nenhuma medicação ou substância para tratamento efetivo ou prevenção da Covid-19. Embora alguns estudos tenham mostrado efeito in vitro de diversas medicações (como antimaláricos, antiparasitários e alguns nutrientes), estes resultados não foram verificados no tratamento direto de seres humanos.  

“Em um exemplo simples: sabemos que o álcool é capaz de inativar o SARS-COV-2, mas nem por isso uma boa dose de Vodka ou Bourbon servirá para tratar ou prevenir a Covid-19. Podemos dizer que o que vale para medicamentos, também vale para os nutrientes. Até o surgimento de uma vacina ou tratamento medicamentoso eficaz, a melhor prevenção continua sendo evitar aglomerações, usar equipamentos de proteção (máscaras) e cuidados de higiene (lavagem das mãos). Porém, isso não quer dizer que deficiências de nutrientes não são importantes. A desnutrição, ou seja, o desequilíbrio de nutrientes no organismo tem uma relação já comprovada com o prognóstico ruim da Covid-19. Pacientes obesos (sim, obesos sofrem de desnutrição também!), apresentam mais complicações e maior risco de morrer da infecção por SARS-COV-2, do que indivíduos não obesos”, explana o nutrólogo Allan Ferreira.  

Dr. Ferreira conta ainda, que em estudos recentes conduzidos na Tailândia, Estados Unidos e Europa, observou-se uma correlação direta entre baixos níveis de vitamina D e a maior gravidade da Covid-19. Isso não necessariamente significa que suplementação de vitamina D evitará formas graves da doença, mas se você tem nível baixo desta vitamina, uma suplementação seria indicada, para corrigir este déficit. Outro estudo observacional, conduzido na China, mostrou uma correlação entre deficiência de selênio e maior gravidade da Covid-19.

“Apesar do conhecimento sobre a relação da Covid-19 e os nutrientes ainda ser limitada, sabemos que certas vitaminas, sais minerais e ácidos graxos específicos têm relação direta com o bom funcionamento do sistema imunológico. Sabemos que, em particular, a vitamina A, a vitamina C, a vitamina D, o zinco e os ácidos graxos, ômega-3 (encontrados nos peixes – em especial o ácido eicosapentaenóico e o ácido docosahexaenóico, conhecidos como EPA e DHA), são críticos para a função imunológica”, diz Dr. Allan Ferreira.  

 

O QUE OS ESPECIALISTAS DIZEM?

De acordo com o médico pós-graduado em nutrologia e endocrinologia, Guilherme Ferreira Mattos, existe uma variedade de evidências na literatura científica de que determinadas vitaminas e minerais contribuem com o fortalecimento do organismo diante de diversos patógenos, entre eles os vírus, classe à qual pertence o causador da Covid-19. Entretanto, Dr. Mattos ressalta que eles não impedem o contágio, sendo assim, as medidas de proteção e higiene mantêm seu papel de protagonistas diante da pandemia.  

“A literatura vigente elenca o tratamento das deficiências específicas desses nutrientes não apenas para efeitos benéficos diante da Covid-19, mas também diante de outros vírus. Cada um desempenha papéis diferentes: a deficiência de um determinado nutriente pode estar relacionada pela literatura ao aumento da morbidade durante algumas infecções virais, outro é associado pela literatura à menor incidência de infecções respiratórias e outro contribui para reduzir os níveis de inflamação e gera melhora na ativação imunológica, e por aí vai”, explica Dr. Guilherme Mattos.  

Segundo Dr. Mattos, existe embasamento científico para afirmar que os níveis adequados desses nutrientes melhoram a ativação imunológica do organismo e, desta forma, aumentam as chances de que o sistema de defesa possa combater os vírus e outros patógenos de forma mais eficiente. Assim, os suplementos alimentares devem ser usados quando a pessoa não está conseguindo obter os níveis ideais desses nutrientes apenas por meio da alimentação.  

“O nível de nutrientes deve ser verificado por meio de exames laboratoriais. Quando é detectada essa deficiência, o uso de suplementos alimentares se faz necessário e eles atuam no organismo melhorando a ativação imunológica. O vírus é muito novo e ainda não existe nenhuma evidência científica que comprove a eficácia de nutrientes e vitaminas que atuem na prevenção para a não infecção por Covid-19 e nem no seu combate”, enfatiza Dr. Guilherme Mattos.  

Diante do assunto em questão, a infectologista Cinthya Mayumi também comenta que desde o início da pandemia, muito tem se questionado sobre o uso de suplementos alimentares na recuperação dos doentes, mas o fato é que, embora não haja comprovação do uso de suplementos alimentares na prevenção da Covid-19, se a pessoa apresentar hipovitaminose ou carência mineral, a reposição destes se justifica.

“Indivíduos com deficiência nutricional têm um sistema imune enfraquecido, sendo, portanto, mais suscetíveis às infecções virais, como pela Covid-19. A suplementação com alguns nutrientes pode auxiliar na defesa natural do sistema imune ao fortalecer barreiras epiteliais, imunidade celular e a produção de anticorpos. Infelizmente, não há evidências que indiquem que o uso de suplementos alimentares diminui o risco de ter a doença. Porém, é recomendável manter uma alimentação saudável, balanceada, que possa ajudar no fortalecimento do sistema imune, sendo útil no combate a qualquer tipo de doença. Desta forma, se a pessoa estiver com Covid-19, é recomendável a reposição de suplementos alimentares nos casos de carência nutricional comprovada”, argumenta Dra. Cinthya Mayumi.  

Conforme o endocrinologista Thiago Fraga Napoli, as formas graves de Covid-19 estão mais ligadas ao excesso de peso, diabetes, hipertensão, asma, idade avançada, assim como outras doenças, e os suplementos alimentares não contribuem para redução de infecção ou de gravidade da Covid-19. “No entanto, paciente com quadros disabsortivos, como bariátrica, com tendência de falta de vitaminas, esses, sim, devem manter o uso de vitaminas, para evitar propriamente a desnutrição por elementos específicos. O mais importante para a Covid é manter-se bem alimentado, sem ganho de peso, com diabetes controlado”, diz Dr. Napoli.  

“Para quem está com baixa exposição solar, a reposição de vitamina D pode ser adequada, em níveis normais e cautelosos, pois em excesso pode ser altamente tóxica para o organismo. Além disso, manter boa atividade física contribui para sua saúde, possivelmente protegendo em caso de infecção para ‘aguentar’ melhor a agressão promovida pelo vírus. Para pacientes com baixa massa muscular e mais frágeis, o uso de proteína suplementar pode ajudá-los a manterem-se mais saudáveis para encarar uma eventual infecção, principalmente se tiverem dificuldade em ingeri-la. No entanto, isso não vai evitar a infecção, nem evitar forma grave, mas vai contribuir para a saúde de uma pessoa potencialmente frágil. Para isso, melhor consultar seu médico e não se automedicar, pois há contraindicações”, alerta o endocrinologista Dr. Thiago Napoli.  

O endócrino reforça ainda, que é fundamental manter uma alimentação saudável: “Alimentar-se bem, com dieta rica em fibras, permite uma melhor flora intestinal, que leva a um status mais ameno de inflamação corporal, o que possivelmente leva a menor gravidade da doença, principalmente em pacientes obesos. Além disso, evitar o consumo de gordura saturada, a qual contribui para ganho de peso por seu conteúdo calórico e por predispor ao pior conteúdo de microbiota intestinal”.  

Assim, de acordo com o nutrólogo Renato Leça, uma alimentação balanceada é a primeira dica nesse sentido, com ingestão proteica, de carboidratos e gorduras na proporção recomendada, dividindo-se a quantidade diária em 40% de proteínas, 40% carboidratos e 20% de gorduras. Algo em torno de 2000 calorias/dia. Atenção deve ser dada também aos micronutrientes, como as vitaminas e os minerais, muito importantes para a imunidade. Fundamental consumir verduras, legumes, grãos e frutas.

“Se a alimentação não está adequada, é essencial fazer a suplementação: para a suplementação da parte proteica, whey protein é uma boa opção e para a parte referente às gorduras, o óleo de azeite ou mesmo suplementos de ômega 3 são indicados. Os lactobacilos e glutamina são importantes suplementos para o aumento da imunidade, assim como as vitaminas A , C , complexo B e especialmente a vitamina D. Zinco, selênio e magnésio são minerais importantes a serem suplementados. Os suplementos alimentares, melhorando as condições metabólicas do organismo e a resposta imunológica, permitem uma resposta mais adequada ao Coronavírus, com isso, são minimizados os efeitos degradantes desse vírus ao organismo”, orienta Dr. Leça.  

Além de tudo o que já foi dito, Dr. Renato Leça salienta ainda – para o aumento da imunidade nesta fase regida pelo coronavírus – a importância de tomar sol, ao menos 15 minutos por dia, sem o uso de protetores solares, para ativação da vitamina D. “Essa vitamina tem demonstrado ser muito importante no aumento de imunidade. Os níveis sugeridos como ideais para esta fase estariam acima de 40ng/ml e até o nível de 60ng/ml”, esclarece.  

A nutricionista Priscila Gontijo Corrêa concorda com seus colegas, profissionais da saúde, que o uso de suplementos alimentares pode ajudar no tratamento do Covid-19 através do fortalecimento da imunidade, da saúde intestinal e da modulação genética. O tratamento das carências nutricionais pode trazer diversos benefícios para a recuperação da Covid-19, como a redução do desconforto de problemas respiratórios, diminuição da gravidade, redução do risco de morte pela infecção e a diminuição do tempo de internação em unidades de terapia intensiva (UTI).  

Segundo Priscila, dentre os suplementos que já foram testados para o tratamento da Covid-19 estão: a vitamina D, a vitamina C, o zinco, os prebiótico e probióticos e o ômega 3. São suplementos que possuem em comum o fato de oferecerem nutrientes fundamentais que são difíceis de serem consumidos diariamente em quantidades adequadas através dos alimentos.  

“Até o momento, não foi vista nenhuma contraindicação para o uso de suplementos alimentares no tratamento da Covid-19. A maioria dos estudos faz correlações com a deficiência de nutrientes e o aumento do número de infecções e do índice de mortalidade. Isso significa que para o tratamento da Covid-19 é muito mais comum observarmos a deficiência de nutrientes do que o excesso deles. Além disso, quadros clínicos como as infecções aumentam a demanda de energia e consumo dos nutrientes em geral, o que já é um fator de risco para o desenvolvimento de carências nutricionais”, elucida a nutri Priscila Gontijo.  

Quanto à alimentação, a nutricionista indica alimentos que sejam fontes de vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais, como todas as frutas, verduras e legumes frescos. O recomendado é comer de forma variada e diversificada, três frutas, três verduras e três legumes todos os dias. Peixes gordurosos de águas profundas e geladas porque são fontes de ômega 3 e vitamina D. Dicas de combinações:

 

- Limão com própolis (Vitamina C, zinco e própolis)

- Arroz com feijão (Aminoácidos essenciais)

- Acerola com mamão (Vitaminas e minerais diversos)

- Leite e derivados (cálcio)

 

SUPLEMENTOS ALIMENTARES  

De acordo com a nutricionista Priscila Gontijo Corrêa, a indicação dos suplementos depende da carência nutricional detectada. A seguir, ela explana sobre alguns deles, de acordo com seu conhecimento e suas pesquisas:  

 

Vitamina D:

A vitamina D é um micronutriente que está sendo mais explorado no contexto atual. É o que possui maior volume de estudos científicos até o momento. Trata-se de um micronutriente presente em alimentos como os peixes gordurosos, fungos e cogumelos. Conseguimos produzir boa parte da vitamina D através do contato da pele com o sol, porém, não o suficiente para suprir a demanda diária do organismo. Como os alimentos fontes de vitamina D não fazem parte da cultura alimentar da população ocidental, baixos níveis de vitamina D se tornaram um problema de saúde pública quase que mundial.  

Os baixos níveis de vitamina D também já foram relacionados com os casos de Covid-19 e com as mortes em 20 países europeus em uma pesquisa divulgada em maio de 2020. Os mecanismos pelos quais a vitamina D pode ajudar no tratamento da Covid-19, estabelecidos até o momento, são: indução de catelicidinas e defensinas, que são moléculas do sistema imunológico que podem diminuir as taxas de replicação viral, redução das concentrações de citocinas pró-inflamatórias que produzem a inflamação que prejudica o revestimento dos pulmões, além de aumentar as concentrações de citocinas anti-inflamatórias.  

Entretanto, uma correlação não é uma causalidade, o que significa que a falta da vitamina D não pode ser atribuída como causa do aumento do número de casos ou letalidade da infecção. A única afirmação que podemos fazer sobre a vitamina D e a Covid-19, até o momento, é que a deficiência da vitamina D pode contribuir com o risco de um paciente sucumbir à infecção de Covid-19.  

Portanto, é recomendado acompanhar os níveis da vitamina D na população geral e, principalmente, no paciente internado com a Covid-19. Pessoas com maior risco de apresentar deficiência de vitamina D, como as gestantes, os idosos, as crianças, portadores de doenças autoimunes ou renais, ou indivíduos que vivem em regiões frias, devem suplementar a vitamina D. A recomendação para o consumo pode variar em no mínimo 2000ui e no máximo 5.000ui ao dia, ou 10.000ui por semana, para prevenir a carência do nutriente, o qual deve estar em concentrações entre 75-125 nmol/L no sangue para ser considerado adequado à saúde.

 

Vitamina C:

O aumento do estresse oxidativo está associado com a letalidade da Covid-19 em pacientes mais graves que estão sobre a ventilação mecânica. O uso da vitamina C foi visto como benéfico para melhorar os desconfortos e o índice de oxigenação em tempo real de pacientes em condições críticas. Para isso, são usadas altas doses intravenosas entre 10 a 20g (1,5g por kg de peso corporal) ao dia administrada a cada oito ou 10 horas.  

Apesar de alta, é uma dosagem considerada segura e sem efeitos adversos para pacientes graves. Apesar dos efeitos positivos na redução da taxa de mortalidade e da lesão inflamatória nos pulmões, a vitamina C, neste caso, serve mais para o tratamento de pacientes hospitalizados do que para pessoas que não se encontram nesse estado e o protocolo clínico quando adotado, deve ser feito com responsabilidade e ética, pois todos os dados são muito recentes, não havendo um volume de evidências científicas que os tornam seguros para uma recomendação oficial.

 

Zinco:

O uso de suplementos de zinco possui potencial para aumentar a imunidade contra infecções virais, pois o zinco é um mineral que apresenta uma variedade de propriedades antivirais diretas e indiretas através de diferentes mecanismos. Além de exercer efeitos diretos no sistema imunológico, o zinco ainda potencializa medicamentos antivirais quando administrados em conjunto.  

Dentre os mecanismos de combate a vários tipos de vírus, já foi visto que o zinco atua através de processos físicos estabilizando a membrana celular, o que dificulta a fixação e a entrada do vírus na célula. O zinco ainda pode inibir a replicação viral por alteração do processamento proteolítico das poliproteínas da replicase e da RNA polimerase dependente de RNA (RdRp). Desta forma, o uso de suplementos de zinco tem sido apontado como benéfico para o tratamento da Covid-19, entretanto, embora o efeito positivo do zinco já tenha sido comprovado para combater vários tipos de vírus, para a Covid-19 faltam dados consistentes para defender o uso como uma recomendação geral.

 

Prebióticos e probióticos:

A microbiota intestinal é considerada por muitos pesquisadores como o maior órgão imunológico do corpo humano e sua influência em doenças pulmonares tem sido cada vez mais evidenciada. Recentemente, foi visto que além das células pulmonares, as células epiteliais presentes no intestino (os eritrócitos do intestino delgado) possuem receptores para o vírus da Covid-19.  

Assim como os idosos são apontados como maior grupo de risco para a Covid-19, eles também são os que mais sofrem modificações da microbiota intestinal, perdendo várias bactérias boas para a saúde. Embora ainda não se tenha dados que relacionem o uso de probióticos e prebióticos com o tratamento da Covid-19, é adequado um manejo da saúde intestinal dos pacientes internados, principalmente os mais idosos.

 

Ômega 3:

O ômega 3 é uma gordura importante para a saúde cardiovascular e cerebral. Atua no metabolismo através de vários mecanismos, entre os quais está a melhora do perfil lipídico que contribui para o fortalecimento imunológico e redução da inflamação. Embora os ômegas 3 do tipo EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico) possam ser usados no tratamento da Covid-19 devido aos dados clínicos que comprovaram sua eficácia na redução da inflamação na infecção, ainda não há estudos clínicos randomizados e controlados por placebo que permitam a formulação de uma recomendação especificamente sobre o uso do ômega 3 para o tratamento da Covid-19.

 

Cálcio:

O cálcio é um mineral que tem seu metabolismo bastante associado à vitamina D e ao hormônio tireoidiano paratormônio. Tem ação na saúde óssea e muscular. Em relação ao tratamento da Covid-19, foi vista uma grande incidência de deficiência de cálcio em pacientes internados, assim como a vitamina D, e níveis médios de hormônios da paratireóide. Isso pode resultar em piora dos parâmetros clínicos durante o tratamento, como uma maior incidência de lesão de órgãos e choque séptico e maior mortalidade em 28 dias.  

O uso de suplementos de cálcio pode ser indicado para o tratamento da Covid-19, porém, assim como todos os outros nutrientes importantes, é preciso mais evidências para que seja incluído no protocolo dos suplementos oficiais que sejam adjuvantes da Covid-19.

 

Própolis:

O própolis é uma substância considerada um ‘remédio antigo’ por muitos médicos e pesquisadores porque tem ação comprovada em ajudar no fortalecimento do sistema imunológico inato, nossa primeira linha de defesa que consiste em barreiras físicas e químicas para a contenção da entrada de um vírus ou outro patógeno.  

Alguns profissionais defendem o uso do própolis como enxaguante bucal para fortalecer as mucosas da boca e do nariz contra a carga viral da Covid-19. Mas, embora já tenha sido visto que o própolis tem grande capacidade em reforçar as barreiras imunológicas, não há dados comprovando sua eficácia para conter a entrada da Covid-19 no metabolismo.

 

A seguir, Dr. Guilherme Ferreira Mattos, médico pós-graduado em nutrologia e endocrinologia, também explica sobre alguns nutrientes eficientes no fortalecimento do sistema imunológico, eleitos pela Sociedade Brasileira de Nutrologia:

 

Vitamina A:

A vitamina A não pode ser suplementada sem uma avaliação, pois não há necessidade de passar os níveis fisiológicos e tomar uma quantidade maior do que o corpo precisa. Em grande quantidade ela pode ser tóxica e, ao invés de bem, fazer mal. A vitamina A pode ser obtida através de alimentos de origem animal, como ovos e vísceras, em folhas verde-escuras e vegetais amarelos e alaranjados, como a manga, cenoura e abóbora, por exemplo.

 

Selênio:

Ocupa um papel muito importante na defesa antioxidante no caso de infecções virais. Três castanhas-do-pará por dia já são consideradas o ideal. O sistema imunológico, independente do agressor, consegue trabalhar da melhor forma possível.

É fundamental procurar um médico qualificado para ver se existe ou não a carência dessas vitaminas e nutrientes. A ideia de que quanto mais vitaminas, melhor, é controversa. Algumas delas, em excesso, não são aproveitadas pelo organismo, mas excretadas através da urina. Em outros casos, elas podem trazer efeitos indesejáveis e até tóxicos.

 

Glutamina:

É o aminoácido livre (molécula que forma proteína) mais abundante no plasma e no tecido muscular. Ela serve para transportar amônia e nitrogênio pela corrente sanguínea. Por esse motivo, é necessário manter sempre constante a quantidade de glutamina no sangue. Ela está relacionada com as reações de produção de energia e atua como combustível para o sistema imune.  

Ela pode ser encontrada em alguns alimentos, como iogurtes e ovos, por exemplo, ou pode ser consumida na forma de suplemento nutricional, sendo encontrado em lojas de suplementos esportivos.

 

FONTES CONSULTADAS:

Allan Ferreira: Médico Nutrólogo pela ABRAN, especialista em Terapia Nutricional pela BRASPEN e atua no Hospital Anchieta, de Brasília.  

Cinthya Mayumi: Infectologista. Formada em medicina pela PUC, fez residência no Instituto de Infectologia Emilio Ribas e MBA de gestão e controle de infecção. Trabalha no São Cristóvão Saúde e no Emilio Ribas.

Guilherme Ferreira Mattos: Médico pós-graduado em Nutrologia e Endocrinologia.

Priscila Gontijo Corrêa - Nutricionista - CRN 3 nº 47582. Formada em nutrição pela UNIFESP. Mestre em Ciências pela mesma universidade. Coordenadora de Conteúdo e SEO (Search Engine Optimization) na Vhita.  

Renato Leça: Médico Nutrólogo e Professor da Faculdade de Medicina do ABC.

Thiago Fraga Napoli: Endocrinologista e assistente do Ambulatório de Obesidade do Hospital Servidor Público Estadual de São Paulo.

 

Referências:

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