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ZMA - Estudos apontam melhora da performance física e do perfil anabólico do organismo

ZMA é a abreviação de Aspartato de Monometionina de Zinco, uma junção de magnésio, zinco e aspartato

ZMA - Estudos apontam melhora da performance física e do perfil anabólico do organismo Crédito: BANCO DE IMAGENS

ZMA é a abreviação para Aspartato de Monometionina de Zinco, uma junção de magnésio, zinco e aspartato, que tem sido muito estudada pelos benefícios que traz para o praticante de treinamento de força. O zinco é um elemento essencial envolvido em uma série de processos bioquímicos vitais e é necessário para a atividade de mais de 300 enzimas em nosso organismo. 

As enzimas que contém zinco participam de muitos componentes do metabolismo dos macronutrientes, particularmente a replicação celular. Além disso, enzimas que contêm zinco como a lactato desidrogenase estão envolvidas diretamente no metabolismo durante o exercício, protegendo o organismo contra danos causados pelos radicais livres. Pesquisas recentes apontam que as deficiências de zinco têm sido maiores nos atletas e/ou indivíduos que treinam recreacionalmente, levando a uma imunossupressão (redução da função imunitária) e diminuição da performance física.

Zinco: benefícios cientificamente comprovados

Um estudo realizado na Universidade de Ciências da Saúde em Bethesda-Maryland, examinou o efeito da suplementação de zinco na função imunitária durante o exercício realizado em esteira por aproximadamente 2 horas. Os pesquisadores descobriram que a suplementação de 25 mg de zinco bloqueou a produção de espécies reativas de oxigênio, sendo considerado, portanto, um potente agente antioxidante, beneficiando indivíduos que se expõem a um exercício prolongado.

Em outro estudo, realizado na Turquia foi avaliada a suplementação de zinco por quatro semanas, assim como as respostas dessa suplementação sobre hormônios tireoideanos e a testosterona durante o exercício. O exercício diminuiu significativamente as concentrações hormonais, sendo que o grupo suplementado com zinco apresentou maiores concentrações de testosterona livre e também reduziu o decréscimo dos hormônios durante o exercício. Os autores afirmaram que a suplementação de doses fisiológicas de zinco beneficiou a performance de praticantes de exercício por um período de quatro semanas.

Em outra pesquisa, os próprios cientistas turcos avaliaram o tempo de exaustão dos praticantes de exercício com suplementação de 3 mg/kg/dia de zinco, também por quatro semanas. Concluíram que houve uma melhora da resposta ao tempo de exaustão (os sujeitos demoraram para entrar em fadiga) devido à melhora das concentrações de testosterona e hormônios tireoideanos.

Estudos com animais também já demonstraram o efeito positivo da suplementação de zinco sobre as concentrações de testosterona. Publicado em 2007 no Jornal “Neuro Encorinology Letters”, um estudo avaliou o efeito da suplementação de zinco e as relações entre testosterona e lactato (substância produzida pelo organismo ao buscar fontes alternativas de energia sem a utilização de oxigênio, cujo acúmulo nos músculos pode gerar uma hiperacidez, causando dor e desconforto logo após o exercício) em ratos treinados. Como conclusão, houve um aumento da testosterona e redução de lactato, beneficiando assim a performance de ratos exercitados. Por fim, um estudo realizado em Detroit publicado em julho de 2008 apontou um benefício da suplementação do zinco sobre o stress oxidativo e variáveis do sistema imunológico como as citosinas pró-inflamatórias, deixando claro uma influência direta do zinco na melhoria de quadros inflamatórios.

Magnésio: fundamental para diversas sínteses metabólicas

O magnésio é um elemento que desempenha um papel fundamental em muitas reações celulares, uma vez que mais de 300 reações metabólicas exigem esta substância como um cofator.

Alguns exemplos importantes incluem a glicólise, o metabolismo de gorduras e proteínas, a síntese de adenosina trifosfato (ATP, um nucleotídeo responsável pelo armazenamento de energia) e sistemas de segundo mensageiro (substâncias que amplificam o sinal dentro das células, dentre elas as musculares).

O magnésio também serve como um regulador fisiológico da estabilidade da membrana neuromuscular, cardiovascular, e das funções imune e hormonal. Outros estudos sugerem também que há uma relação entre as concentrações de magnésio e de cortisol, substância que, segundo observações, possui efeitos negativos sobre a força e ganhos de massa muscular durante o treinamento. Um estudo revelou que 14 dias de suplementação de magnésio diminuiu o cortisol o que, teoricamente, reduziu o catabolismo durante o treinamento. Outro estudo relatou resultados semelhantes concluindo que a suplementação de magnésio reduziu o stress sem afetar o potencial competitivo.

ZMA: possíveis benefícios para treinamento de força Adicionalmente, a suplementação de zinco e magnésio parece ter efeitos positivos para praticantes do treinamento de força. Teoricamente, zinco e magnésio podem aumentar o perfil hormonal anabólico, reduzir o catabolismo e melhorar o estado imunológico. Em estudo publicado no Journal of Exercise Physiology no ano 2000, pesquisadores encontraram aumentos significativos na testosterona, IGF-1 e força muscular em futebolistas, durante período de treinamento intensivo, suplementando com ZMA.

Pesquisadores do laboratório de Ciências Esportivas da Universidade de Washington encontraram melhoras significativas no ganho de torque (eixo de rotação da força aplicada sobre um objeto) e força muscular em indivíduos destreinados, submetidos a um programa de treinamento de força associado à suplementação com 8mg/kg de magnésio durante sete semanas. Tais pesquisadores acreditam que o magnésio possua um efeito direto no processo ribossomal das células, influenciando assim diretamente a síntese protéica. Os mesmos autores elucidam a importância da realização de mais estudos para evidenciarem melhor os resultados obtidos.

Parece claro que os componentes isolados constituintes do ZMA apresentam papel importante na performance física e no perfil anabólico do organismo, sendo assim necessária uma prescrição realizada por profissionais capacitados e aptos à indicação dessa substância para melhoria da performance, sem deixar, é claro, de realizar uma alimentação balanceada e direcionada para a modalidade esportiva.

 

PROF. MESTRE CHRISTIANO BERTOLDO URTADO PERSONAL TRAINER/ CONSULTOR FITNESS EMPRESARIAL Graduado em Educação Física- UNESP Mestre em Educação Física — Performance Humana - UNIMEP Docente Faculdade Integração Tietê - FIT Coordenador de Pós Graduação- Centro Universitário Módulo / Unicsul

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