ENTENDA TUDO SOBRE

Entenda tudo sobre: Enzimas

Pequenas proteínas que fazem com que o metabolismo celular funcione corretamente, as enzimas possuem inúmeras funções que podem influenciar a saúde, o desempenho e o resultado dos atletas

Entenda tudo sobre: Enzimas As vitaminas e os minerais, têm relação direta com o funcionamento enzimático
Crédito: REVISTA SUPLEMENTAÇÃO

Conheça as principais e saiba porque sem elas é impossível sobreviver

1.Onde estão?

Aqui estão! Por serem fundamentais para o funcionamento de todo o organismo, as enzimas estão presentes em diversas partes do corpo, como nos músculos esquelético e liso, cérebro, coração, pâncreas, fígado, fluídos corporais, entre outros. De acordo com a especialista em Nutrição Esportiva e Treinamento Físico Denise Entrudo Pinto, o corpo humano possui mais de 100 tipos diferentes de enzimas. Entre as principais, a profissional destaca a Lactase, tão falada no meio esportivo, que quebra os alimentos em galactose e glicose para a digestão - saiba mais sobre a substância lendo a nossa seção “Entenda Tudo Sobre” da edição 14, quando falamos sobre Lactase e Lactose. Além disso, Denise cita como principais enzimas a Creatina Quinase, fundamental na produção de energia (ATP) nos músculos esquelético e liso, cérebro e coração, e a Lipólise, que participa do metabolismo que queima as gorduras, quebrando o lipídeo em ácidos graxos e glicerol.

2.Digestão e sua influência no desempenho esportivo

No processo digestivo, as enzimas possuem um papel fundamental: fazer a quebra dos alimentos para que se dividam em nutrientes e possam ser absorvidos pelo organismo. “Por isso, dizemos que as enzimas são catalizadoras de reações químicas em nosso organismo”, esclarece Flávia Morais, nutricionista da rede Mundo Verde. Somente no que diz respeito à digestão, existem três tipos de enzimas: as amilases, que digerem os carboidratos, as proteases, que digerem as proteínas e as lipases, responsáveis pela digestão da gordura. A atuação das enzimas é fundamental para os atletas e praticantes de atividades físicas, já que só é possível absorver nutrientes de alimentos que foram bem digeridos. A nutricionista explica: “Para que ocorra uma boa absorção e utilização dos nutrientes, o primeiro passo é uma boa digestão. Praticantes de atividade física têm uma demanda aumentada por nutrientes e antioxidantes, assim, se absorverem melhor os nutrientes do alimento terão melhor desempenho, menos cansaço e mais disposição”.

3.Bons hábitos x péssimos hábitos

O funcionamento e produção das enzimas digestivas podem ser comprometidos com hábitos mais comuns do que se pode imaginar. Entre eles, a ingestão de grandes volumes em uma única refeição, mastigação insuficiente e consumo de líquidos simultaneamente à alimentação. “As enzimas digestivas não conseguem dar conta de grandes volumes de alimentos ou alimentos não mastigados, e quando bebemos junto às refeições essas enzimas são diluídas e não conseguem atuar”, exemplifica Flávia. Ela afirma ainda que algumas deficiências nutricionais também afetam as enzimas. “A falta de zinco, por exemplo, compromete a produção de ácido clorídrico no estômago e atrapalha a digestão”. Por outro lado, a nutricionista Denise ressalta que o estilo de vida e o hábito alimentar também influenciam no mecanismo das enzimas. “As vitaminas e os minerais, têm relação direta com o funcionamento enzimático e ajudam no metabolismo das proteínas e das gorduras. Por isso, é importante ter uma alimentação variada e colorida”, justifica. “Quando analiso a dieta das pessoas que querem aumentar a massa muscular, consigo ver que a ingestão de vitaminas do complexo B, por exemplo, é super baixa, o que afeta a atuação das enzimas. Com isso, o metabolismo das proteínas é afetado e, sem conseguir absorver corretamente a substância, os pacientes não conseguem atingir o objetivo de aumento do volume muscular”.

4. Doenças: um prejuízo ao bom funcionamento

A nutricionista Denise alerta também para o fato de que existem doenças em que certas enzimas não funcionam da forma adequada. “Algumas pessoas têm uma doença chamada fenilcetonúria” – saiba mais sobre o assunto na edição 13 da Revista SuplementAção. “Quando ingerimos o aminoácido fenilalanina, ele é convertido em tirosina por uma enzima produzida no fígado e denominada fenilalanina hidroxilase”, explica. As pessoas que possuem essa doença não têm a enzima no fígado e por isso não podem ingerir nenhum alimento que contenha fenilalanina, que contêm proteína tanto animal quanto vegetal, como peixes, carnes e leguminosas. A fenilalanina também está presente no aspartame, parte integrante do adoçante.

5.Prevenindo consequências do desgaste físico

A especialista Denise ressalta que para praticantes de atividades físicas, as enzimas antioxidantes possuem uma atuação importante. “O exercício físico aumenta a produção de radicais livres, que possibilitam a ocorrência de lesões musculares e articulares e os antioxidantes irão evitar isso”, comenta. Essas enzimas, especificamente, também são muito importantes para prevenir o envelhecimento celular, tendo em vista o treino exaustivo de atletas de alta performance, que provocam um desgaste maior do organismo.

6.O mito do emagrecimento

Ambas as nutricionistas concordam que não existe uma relação direta entre o uso de enzimas digestivas e perda de peso. “Pessoas que não fazer bem a digestão relatam sensação de empachamento e estufamento abdominal após as refeições”, explica Flávia. “Fazendo o uso de enzimas digestivas essa sensação de estufamento diminui, o que pode apresentar uma falsa sensação de perda de peso”. Denise comenta que, com a diminuição do inchaço, o peso na balança também pode baixar. “Mesmo assim, temos que saber que a balança é “burra”, não demonstra a realidade entre a perda de gordura e aumento de massa muscular”, alega.

7.Como lançar mão delas e obter benefícios

De acordo com Denise Pinto, é possível recorrer às enzimas para diminuir os sintomas de intolerância, como em relação à lactose, assim como para melhorar a digestão e o trânsito intestinal. “Para a digestão, recomendo a bromelina, que é encontrada no abacaxi. Ela facilita a absorção das proteínas e, além disso, tem propriedades anti-inflamatórias, ajudando no processo de recuperação e cicatrização de músculos e tecidos lesionados”. Outra substância utilizada com a mesma função é a papaína, capaz de hidrolisar diferentes tipos de proteína de origem vegetal ou animal, diminuindo o tempo e facilitando a digestão. “Por isso indicamos comer mamão ou abacaxi antes ou durante o churrasco, para melhorar a digestão da carne”, indica. Para adicionar antioxidantes à dieta também podemos utilizar as enzimas ou cofatores enzimáticos, que são nutrientes que melhoram a atividade das enzimas. “Dois cofatores que podemos suplementar são o selênio e o zinco, que previnem lesões musculares e o envelhecimento celular”, revela. Outra enzima que está se tornando popular no mercado de suplementos é a Q10, atualmente utilizada para fortalecer o sistema imunológico, ajudar as células do coração a funcionarem com mais eficiência, aumentar a capacidade de bombeamento do coração e a absorção de oxigênio pelas células do músculo do coração, eliminar efeitos colaterais de drogas para insuficiência cardíaca, prevenir as lesões oxidativas dos radicais livres, entre outros.

Fontes consultadas:

Denise Entrudo Pinto, especialista em Nutrição Esportiva e Treinamento Físico, membro da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva, nutricionista do Porto Alegre Futebol Clube e Bioequilíbrio Clínica do Bem Estar.

Flávia Morais, nutricionista pela UFRJ com especialização em Qualidade de Alimentos e Nutrição Clinica Funcional pela VP/Unicsul. Nutricionista Coordenadora do setor de Nutrição da rede Mundo Verde.

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