SAÚDE

Nunca é tarde pra começar

Na 3ª idade o metabolismo já não trabalha com a mesma eficiência de algumas décadas

 Nunca é tarde pra começar

Em paises desenvolvidos, onde a qualidade e a expectativa de vida sao maiores, para que uma pessoa seja considerada idosa e preciso que ela apague as velinhas do aniversario de 65 anos. Já no Brasil, pais que de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) esta na lista daqueles em desenvolvimento, essa faixa etária cai para 60 anos. Segundo os especialistas, graças a diminuição das taxas de natalidade e também de mortalidade pelo aprimoramento, prevenção e tratamento das doenças, essa e a parcela da população nacional que mais cresce. Para se ter uma ideia, a expectativa de órgãos como o IBGE e que em 2025 pelo menos 14% dos brasileiros sejam representantes da Terceira Idade. Manter a saúde e a qualidade de vida nesta fase e um desafio que vem sendo estudado por diferentes áreas do conhecimento e incluir os suplementos alimentares na rotina dos idosos e uma realidade que atende a essa expectativa. 

Autora do livro Nutrição na Terceira Idade, a Geriatra e Nutróloga Patrícia Amarante de Oliveira explica que, apesar de haver uma busca maior por tratamentos e recursos que beneficiam a saúde, os índices de sedentarismo e obesidade ainda são altos nos membros da terceira idade. A medica explica também que as mudanças metabólicas, psicológicas, econômicas e sociais também são fatores que podem afetar de forma desfavorável a nutrição dos idosos.


A busca de Maria Fernanda de Sanches Osório, de 76 anos, por uma rotina que contemplasse os cuidados com a saúde e o corpo também foi determinada por uma mudança comum a todos os membros da terceira idade: a aposentadoria. Com 1,59m e 66kg, Fernanda tem uma rotina de exercícios de fazer inveja para muitos jovens. “Em dois dias da semana faço aulas de pilates no chão, uma serie de musculação e outra de esteira. Em outros, troco a aula de pilates pela de alongamento e mantenho os outros exercícios”. Somando o tempo de puxa aqui, estica ali, levanta peso e passadas largas são quase duas horas e meia de exercícios, que acontecem pelo menos em quatro dias da semana.


Suplementação como aliada
Como forma de complementar os nutrientes que não são contemplados na alimentação ou que já não são metabolizados de forma eficiente pelo organismo, Fernanda tornou-se uma adepta da suplementação alimentar. Há pelo menos 19 anos, toma religiosamente uma cápsula de seu suplemento polivitaminico-mineral especifico para pessoas com mais de 50 anos. Recentemente inclui na lista de cuidados diários as cápsulas de Omega 3, que acompanham três das principais refeições.

“Este conjunto de cuidados me faz sentir de bem com a vida! Assumo o meu envelhecimento sem ficar me lamentando pelas rugas que aparecem no meu rosto.”
Os suplementos mais recomendados nessa faixa etária são os que fornecem calorias, proteínas e substancias especificas para melhorar a imunidade ou outras funções que estejam comprometidas. Os hipercaloricos, por exemplo, são sempre utilizados porque podem ser facilmente introduzidos na rotina dos membros da Terceira Idade e possuem uma alta concentração de nutrientes e calorias em pequenas porções. Os protéicos também entram na lista por terem um valor biológico e serem facilmente absorvidos pelo organismo, mesmo quando o metabolismo funciona de forma mais lenta. “Os suplementos alimentares podem prevenir ou ate mesmo tratar os casos de desnutrição, doença muito comum nesta faixa etária”, diz a medica. “Também podem atuar como auxiliar na cicatrização ou oferecer reservas nutricionais previas a um determinado tratamento ou procedimento cirúrgico, reduzindo assim tempo de internação, complicações e mortalidade, câncer entre outras.” Patrícia lembra que os idosos devem utilizar os suplementos sempre fora dos horários de refeições. “Desta maneira vão entrar como complemento e não um substituto das refeições”, ressalta. Outra particularidade na suplementação alimentar acima dos 60 anos e a não obrigatoriedade de indicação de exercícios físicos. “Neste caso, a suplementação e indicada para suprir uma deficiência nutricional e os exercícios devem ser indicados para manter a mobilidade, prevenção ou auxiliar no tratamento de determinadas doenças. Não há qualquer relação entre as duas indicações”.

Necessidades Nutricionais para pessoas com idade igual ou superior a 65 anos

Calorias — De 35 a 40 kcal/kg para homens e de 33 a 40 kcal/kg para mulheres

Proteínas — De 1,0 g/kg/dia de proteína ou 12% do Valor calórico total consumido por dia

Preferir: peixes (cavala, salmão, sardinha), peito de frango, cortes magros de carnes, grãos, laticínios e seus derivados desnatados.

Evitar: gorduras visíveis das carnes, pele de aves, partes escuras das aves (frango e peru), embutidos (salsichas, calabresa), carne suína, laticínios e derivados integrais.


Carboidratos —

De 50% a 60% do VCT (Valor Calórico Total). Recomenda-se a redução do consumo de açúcares simples e o aumento do consumo dos carboidratos complexos. Preferir os complexos; arroz, pães, massas e biscoitos integrais, aveia, frutas e vegetais e evitar os simples: açúcar refinado, açúcar mascavo, mel, melaço de cana, pães, massas e biscoitos  não integrais.

Lipídios —

De 30% a 35% do VCT consumido por dia. Preferir: óleo de canola, girassol, de soja e azeite de oliva extra virgem. Evitar: azeite de dendê, leite de coco, frituras, bacon, banha, manteiga, toucinho. 

Minerais

As necessidades de minerais que tem maior impacto com a idade são o cálcio e o ferro. Deve-se estimular o consumo de alimentos ricos em Calcio na prevenção da osteoporose. A deficiência de zinco associa-se a diminuição da função imune, a anorexia e retardo na cicatrização de ferimentos e ulceras.


Vitaminas

Apresentam ação benéfica ao sistema imune e atuam como Antioxidante no combate aos radicais livres como e o caso da vitamina A, E e acido fólico, encontradas em fontes como a soja, o germe de trigo e castanhas. O consumo de Vitaminas B6 e B12 esta provavelmente muito baixo para indivíduos acima de 50 anos. A Vitamina B12 devera ser suplementada na presença de doenças intestinais, gástricas ou pancreáticas A deficiência de vitaminas solúveis são resultado da ma nutrição, processos crônicos e interações droga-nutrientes, álcool, fumo e estilo de vida.

 
Foto: Mariane Belasco

Locação: Academia Tem Esportes - Itu
Maria Fernanda 76 anos e uma disposição de fazer inveja

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