O inverno ainda não começou, mas alguns dias de maio já registraram temperaturas amenas em diversas regiões do país. A nova estação só começa em 21 de junho, quando é chegada a temporada de gripes no país. É, portanto, a hora das pessoas começarem a se precaver contra a doença, principalmente no caso das crianças. De acordo com um estudo norte-americano divulgado em abril deste ano, a aplicação da vacina da gripe reduz em 65% o risco de morte de indivíduos saudáveis entre 6 e 17 anos devido à doença. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês), no caso de crianças com condições médicas de alto risco, como pneumonia e bronquite, a vacina reduziu o risco de morte em 51%.
Conforme dados do Ministério da Saúde, entre 1 de janeiro e 18 de março deste ano, 31 pessoas morreram por conta dos vírus influenza, sendo as crianças 12% das vítimas. Para o coordenador técnico do Brasil Sem Alergia, o médico Marcello Bossois, as mães devem estar muito atentas a qualquer sintoma de gripe em seus filhos, pois às vezes o caso pode evoluir para a forma grave da doença. Para ele, a prevenção é sempre um bom caminho. “É de extrema importância que todas as pessoas, inclusive as crianças, recebam uma dose anual da vacina da gripe”, alerta.
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, todo mundo deve tomar a vacina, que já pode ser aplicada em bebês a partir de seis meses de vida. A indicação é ainda maior para pessoas com risco de infecções respiratórias, enquanto é contra-indicada para indivíduos com alergia grave, a ovo de galinha, a algum componente da vacina e/ou para quem teve alguma reação adversa em doses anteriores.
No Brasil, as vacinas possuem proteínas de diferentes cepas do vírus da gripe, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que realiza a vigilância mundo afora. Existem dois tipos: a trivalente e a quadrivalente. Segundo Dr Bossois, por ser mais completa e conter uma cepa a mais que a trivalente, a vacina quadrivalente oferece proteção a mais de um vírus da gripe. A aplicação é intramuscular e é oferecida na rede pública de saúde, mas com algumas restrições. Crianças, gestantes, maiores de 60 anos, profissionais da saúde, pessoas com doenças crônicas, indígenas e pessoas privadas da liberdade têm prioridade na vacinação em postos públicos.
De acordo com o coordenador do Brasil Sem Alergia, crianças de seis meses a nove anos de idade têm que tomar duas doses da vacina quando forem imunizadas pela primeira vez, com um intervalo de um mês entre cada dose. Depois, devem ser vacinadas anualmente, com uma única dose. Maiores de nove anos devem tomar uma dose anual da vacina.
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