Com a proximidade do final do ano, muitas viagens são feitas a fim de curtir as férias nas mais variadas paisagens e passeios. Mas, inevitavelmente, a pele acaba sofrendo por conta de variações de temperatura e o resultado é o ressecamento em viagens de avião, por exemplo. Neste caso, é importante não abrir mão da proteção e cuidados essenciais. A dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da American Academy of Dermatology (AAD), dá dicas e orientações de como proteger a pele, tanto na praia, piscina, viagens de carro, navio ou avião. A primeira delas (e a mais importante), que serve para todas as situações, é a proteção solar. Sem ela, não há pele que resista às altas e baixas temperaturas, ar seco e muito sol.
Viagens de avião — Muitas pessoas não sabem, mas é essencial hidratar muito a pele para as viagens de avião. Antes de decolar, o recomendável é aplicar uma boa camada de hidratante no rosto e nas mãos, além de creme para a região dos olhos, para evitar o ressecamento. “Quanto a viagens longas (mais de 6 horas), borrife água termal no rosto, por várias vezes, isso ajuda a manter a pele hidratada contra o ar seco dentro da aeronave. Não se esqueça de retirar a maquiagem durante o voo, antes de dormir e procure descansar o máximo possível, para evitar a aparência do jet lag, tão comum em percursos longos. Quando estiver a uma hora do seu destino, higienize novamente a pele, hidrate e aí sim os BB creams e maquiagens são bem-vindos. E é importante lembrar de beber muita água. O ideal é tomar uma garrafinha por hora no avião”, recomenda Dra. Claudia. O uso de hidratantes que ajudem a manter a função de barreira da pele como Hyaxel e Pro Barrier Repair é uma recomendação importante. Os lábios também precisam de proteção, é importante utilizar protetor labial”, afirma a dermatologista. Para não chegar ao seu destino com bolsas nos olhos, evite ingerir alimentos salgados e os gordurosos também. Mas, caso eles inchem, aplique um creme específico para a área com ingredientes contra a inflamação.
Viagens de navio — A pele também precisa de cuidados redobrados, durante as viagens de navio. “No caso de maquiagem, o ideal é optar por base que contenha proteção solar. O protetor solar precisa ser de alta cobertura, com FPS acima de 60, além de cor para maior proteção contra a luz visível”, destaca a dermatologista. Para usar maquiagem durante o dia, é preciso preparar a pele, com o uso de sabonete ou gel de limpeza, hidratante e por fim o filtro solar. À noite, antes de dormir, a maquiagem e resíduos devem ser removidos. “O ideal, para quem usa maquiagem diariamente, é ter sempre uma solução ou leite demaquilante para ser utilizado à noite antes de lavar o rosto. O indicado é utilizar o tônico ou adstringente com extratos de romã, malva e linho ou a flor de Edelweiss (que tem poderosa ação antioxidante), pois são importantes para manter a integridade da pele no pós-sol. E se desejar, por fim, indicamos o uso da água termal ou hidratante antioxidante com Ascorbosilane C ”, afirma.
Viagens de carro — Quanto ao ar-condicionado, de modo geral, tanto no carro ou ambientes, em função da redução da umidade do ar, a pele e os cabelos ficam mais ressecados e expostos ao envelhecimento. “É importante utilizar produtos antioxidantes, com ativos que agem profundamente na pele e neutralizam os radicais livres, como o OTZ 10 e Vitaminas C e E”, afirma a médica. Na hora de se alimentar, prefira lanches leves e frutas, evite muito café, mas exagere na água.
Banhos de piscina — Segundo a Dra. Claudia Marçal, antes de entrar na piscina, é necessário evitar o uso de esfoliantes e sabonetes abrasivos, o que pode tirar a proteção natural da pele. “Recomendamos a escolha também de antioxidantes orais como a Vitamina C, Vitamina E, licopeno e luteína, em fórmulas que associem também Polypodium Leucotomos, Pignogenol e Exsynutriment que ajudam a fortalecer a função de barreira da pele e a proteger do sol, evitando as queimaduras – tudo isso não substitui o filtro solar de uso tópico. Após o banho, é recomendável limpar a pele, para remover as impurezas, utilizar tônico ou demaquilante”, afirma. A Dra. Claudia ainda destaca a importância de usar hidratantes pós-sol, com efeitos calmantes e cicatrizantes. É essencial também ingerir muita água, antes e durante o banho de piscina, o que mantém a hidratação do corpo. Não se esqueça de proteger os cabelos também com produtos que neutralizam os efeitos do sol e do cloro da piscina.
Exposição solar na praia — A exposição solar é importante para a produção de vitamina D, mas não pode haver exageros. O ideal é se expor ao sol antes das 9h e após as 16h, mas sem abrir mão da proteção solar com filtros físicos, mesmo na sombra. “O indicado é utilizar filtro com FPS a partir de 60 e reaplicar o produto a cada duas horas, inclusive um específico para os lábios. Pessoas com pele clara devem ter cuidado extra, em relação à proteção, mas quem tem pele mulata e afrodescendente também não pode deixar de usar o filtro solar”, afirma a médica. “Além disso, a pele pode sofrer com queimaduras, eritema [vermelhidão], coceiras, irritações e melanoses [manchas]. O excesso de calor pode favorecer a produção de sebo e, de certa forma, contribuir para o surgimento de acne”, declara. Por esse motivo, a Dra. Claudia indica o uso do filtro solar com bloqueador físico a base de Dióxido de Titânio, Óxido de Ferro e Zinco, especialmente sem óleo, para as peles oleosas.
Areia e banhos de mar — A água do mar e areia relaxam e revigoram o corpo, contudo, é preciso se atentar a algumas questões que trazem danos à pele. “É importante mencionar a possibilidade de contrair infecções, provocadas por fungos e bactérias presentes na areia. A pele pode sofrer com micoses, que se alimentam da queratina na epiderme”, afirma. A médica destaca que as virilhas e pés são as regiões mais afetadas, mas não são as únicas a serem atingidas. Por isso, é importante priorizar a higiene e não ficar muito tempo com os trajes de banho molhados. No caso da água do mar imprópria para o banho, existe o risco de contrair doenças de pele, por causa da presença de fezes, urina e lixo, por exemplo. Se houver alguma ferida ou corte na pele, o contato com a água do mar pode contribuir para o surgimento de micoses.
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