SAÚDE

Cardiologista do HCor esclarece dúvidas sobre angina

Caracterizada por um estreitamento das artérias que conduzem o sangue até o coração, a angina é o mais importante dos sintomas que pressupõem um infarto; Estima-se que 23 milhões de brasileiros tenham angina em algum momento, principalmente após os 65 anos; Atividade física e alimentação equilibrada são fundamentais para prevenir e tratar o problema

Cardiologista do HCor esclarece dúvidas sobre angina

Pressão no peito, sensação de estrangulamento na região do tórax, falta de ar e náuseas. Por trás do incômodo da dor no peito, há uma obstrução nas artérias que leva o sangue para o coração. O desconforto surge porque o oxigênio é insuficiente para suprir a demanda cardiovascular. Está, então, instalado o quadro de angina, o mais grave e importante de todos os sintomas que pressupõem um infarto do miocárdio – entupimento súbito ou total de um vaso do coração - e de problemas como a doença coronária. Estimativas indicam que cerca de 23 milhões de brasileiros tenha angina em algum momento da vida, principalmente após os 65 anos.

Para entender melhor sobre essa temida dor no peito, o cardiologista Leopoldo Piegas, responsável pelo Programa Cardíaco de Tratamento de Infarto Agudo do Miocárdio (AIM) do HCor – Hospital do Coração, esclarece algumas dúvidas importantes.

O que é a angina?
A angina é o estreitamento das artérias que conduzem o sangue até o coração. Há três tipos importantes: estável, instável e refratária. Enquanto a primeira surge durante esforços físicos ou estresse intenso, e logo desaparece, a segunda não cessa, mesmo durante o repouso. Já a terceira, e considerada a mais preocupante, não responde aos tratamentos atuais e é altamente limitante A dor intensa provocada é sinal de que o coração está recebendo menos sangue de que deveria.

Por que acontece?
Em geral, a angina é provocada pela aterosclerose – quando placas de gordura se instalam no interior das artérias, causando uma obstrução superior a 70%. Esse depósito de gordura pode ser motivado por importantes fatores de risco, como exposição prolongada ao cigarro, diabetes, pressão alta, colesterol e triglicérides acima dos índices recomendados, histórico familiar, idade avançada, sedentarismo, obesidade, estresse e diabetes.

Como é diagnosticada?
Inicialmente, o diagnóstico é clínico, levando em consideração os sintomas e fatores de risco apresentados, entre eles ânsia, náusea, indigestão, suor frio e falta de ar, por exemplo. Alguns exames são indicados, como o eletrocardiograma, dosagem das enzimas liberadas na circulação pelas células miocárdicas lesadas, e o ecocardiograma.

Quais as possíveis medidas preventivas?
Alimentação balanceada acompanhada de atividades físicas moderadas são fundamentais tanto na prevenção quanto no tratamento. O sedentarismo favorece o enfraquecimento do músculo cardíaco. Por isso é tão importante se exercitar e investir em alimentos ricos em fibras e antioxidantes, que são aliados da circulação.

A angina tem tratamento?
Em um primeiro momento, medicamentos e o controle dos principais fatores de risco, como pressão arterial e diabetes, e não fumar, são as medidas adotadas. Em casos mais graves, devem ser feitas intervenções para desobstrução das artérias, como a angioplastia – procedimento que permite colocar um stent para manter o vaso aberto ou em alguns casos cirurgia de revascularização miocárdica.

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