SAÚDE

Conheça os tipos de mancha na pele e saiba como tratá-los

As manchas podem ter origem interna ou depender de fatores externos como a exposição solar. Produtos de tratamento devem primar pela renovação celular combinada com ação despigmentante e antioxidante

Conheça os tipos de mancha na pele e saiba como tratá-los Isabel explica que quanto mais profunda a localização do pigmento, mais difícil será o tratamento.
Crédito: BANCO DE IMAGENS

As manchas ou hipercromias acontecem quando há produção excessiva de melanina (pigmento que dá cor à pele), o que confere à região afetada uma coloração mais escura que o restante do tom da pele ao redor. “Essa coloração pode ser resultado de fatores externos, como a exposição solar excessiva, traumas na superfície cutânea ou até mesmo a utilização de certos medicamentos e uso de cosméticos inadequados. Como fatores internos, por exemplo, estão os de natureza genética, distúrbios endócrinos (hormonais), características raciais ou até mesmo fatores de fundo emocional”, explica Isabel Piatti, especialista em Estética e Cosmetologia, embaixadora do CIA — Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas, Membro do Conselho Científico da Academia Brasileira de Estética Científica – ABEC. “As manchas, inclusive podem ser causadas pela ação de cosméticos (como os que contém parabenos, justamente pela ação estrogênica da substância, assemelhando-se aqui à causa de origem hormonal”, completa a especialista. Com relação ao tipo, elas podem ser, segundo a especialista, melasma (ou cloasma), efélides (ou sardas), hiperpigmentação pós-inflamatória e melanose solar (ou mancha senil). Ela explica:

Melasma — dermatose caracterizada por manchas escuras ou acastanhadas (e geralmente com padrão bilateral), o melasma afeta principalmente mulheres em idade fértil com peles mais morenas e que residem em países de climas quentes. Pode estar localizado em áreas como a região centro facial, mentoniana, buço, malar e até mesmo em todo o rosto. “Afeta frequentemente mulheres grávidas, pessoas com propensão genética ou que usam anticoncepcionais à base de estrógeno. Essas manchas pigmentadas, em tom castanho, desenvolvem-se e aumentam de intensidade com a exposição solar que é estimulante da formação da melanina”, explica. Segundo a especialista, o melasma classifica-se em epidérmico, quando o depósito de melanina ocorre nas camadas basais e suprabasais da epiderme e, ocasionalmente, entre as células da camada córnea; dérmico, quando atingem a derme superficial e profunda; e misto, quando os dois coexistem no mesmo tecido. “Atualmente, os tratamentos de melasma levam em consideração o gerenciamento e controle da mancha. Além da radiação, pessoas com melasma devem estar atentas, também, à luz visível, aquela emitida por lâmpadas, pela tela do computador, TV, tablet e celular e também pelo sol, e que pode piorar as manchas”, completa.

Efélides — Manchas castanho-claras que aparecem na infância, após exposição solar. “Com frequente caráter hereditário, aparece em ruivos e pessoas de pele clara”, explica Isabel.

Hiperpigmentação pós-inflamatória — ocorre na pele após traumas ou processos inflamatórios como acne, dermatites, picadas de insetos, queimaduras, entre outros. Também é comum esse tipo de pigmentação em pós-procedimentos com lasers ablativos e mais agressivos, explica a especialista. “Costuma ser frequente nos pós-operatórios (cicatrizes) e os fototipos mais altos são os que apresentam maior tendência de serem atingidos”, completa.

Melanose solar —– Manchas marrons variando de claras a escuras que surgem principalmente no dorso das mãos e antebraços em indivíduos com mais de 40 anos. “Fortemente relacionadas com a exposição solar sem a devida proteção ao longo da vida e com o envelhecimento cronológico, é mais comum em pessoas de pele e olhos claros”, comenta.

Tratamentos

Isabel explica que quanto mais profunda a localização do pigmento, mais difícil será o tratamento. “Para que o diagnóstico seja o mais preciso possível, é recomendado o uso da Lâmpada de Wood, que permite a visualização desse tipo de lesão e também ajuda a definir em que camada da pele se encontra a hipercromia”, explica.

Para tratar as hipercromias o ideal, segundo a especialista, é combinar cosméticos que promovam a renovação celular - peelings, inclusive química (ácidos), com despigmentantes e ativos com finalidade inibidora, como os antioxidantes, sempre aplicados por profissionais especializados ou sob orientação dos mesmos. “Essa sinergia é importante porque, no caso dos ativos de renovação celular expressiva e que provocam descamação, quando você associa o despigmentante, faz com que ele consiga penetrar mais facilmente”, explica. “Já o uso isolado do ácido de renovação celular remove apenas as manchas da camada superficial da pele, sem impedir que o melanócito (célula que produz melanina) continue produzindo pigmento em excesso”, conta.

Isabel sugere a combinação sinérgica de ativos como a Vitamina C estável e o Ácido Ferúlico, à ação despigmentante de compostos como o Skin Whitening Complex e o Belides. Outro ativo de destaque no tratamento de melasma e manchas inflamatórias é o ácido tranexâmico — por agir nos mensageiros celulares que causam a inflamação e consequentemente a mancha. Cada um deles apresenta uma finalidade específica e muito importante no tratamento da hipercromia, mas Isabel complementa: “Um tratamento completo, para ser realmente completo, deve atuar em todas as etapas da formação da mancha. Não adianta usar produtos com apenas um ou outro ativo, e sim uma sinergia deles, pois é a associação que vai proporcionar o clareamento efetivo, agindo nos diferentes mecanismos e fases da mancha. Por isso indico produtos que contenham os ativos belides, ácido ferúlico, skin whitening complex, TGP2, antipollon e B-white”.

Sobre as fases de formação da mancha, Isabel esclarece que o tratamento deve atuar inibindo a formação da mancha, durante a sua formação e também depois, inclusive na absorção do excesso de melanina que se formou, descolorindo o pigmento já depositado na pele. “Funciona mais ou menos assim: antes, reduzindo a Endotelina-1, responsável por formar a tirosinase – enzima que dá início à formação da melanina; durante, inibindo a formação da tirosinase; e depois, impedindo a transferência dos grânulos de melanina já formada para os queratinócitos (camada superficial), dando resultado mais rápido e de efeito long lasting, ou seja, prolongado. A associação cosmética também deve ser capaz de inibir tanto a pigmentação de origem genética quando a que se dá por fatores epigenéticos – ação do ambiente – como fotoexposição em excesso. Dessa forma será reduzida a hiperpigmentação da pele e irregularidades de cor, como manchas causadas pela idade ou excesso de sol”.

A profissional também faz um alerta com relação ao Hidroquinona. “Ainda encontramos muitos profissionais que fazem tratamento com base na Hidroquinona, porém seu uso é muito perigoso, porque o paciente pode ter a chamada hipopigmentação, que é caracterizada por uma despigmentação irreversível de uma área da pele. Quando usada por muito tempo, deixa-se de produzir melanina naquele local, e a pele fica com manchas esbranquiçadas, efeito também conhecido por ‘confete branco’”, alerta.

 

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