Para verificar se essa estratégia interfere na recuperação após um esforço, Berardi e colaboradores (2008) realizaram um estudo aonde 15 ciclistas realizaram um teste de 60 min (contra-relógio) no período da manhã. Um grupo (7 indivíduos) utilizou a combinação Carboidratos + Proteínas (CP) após o teste, enquanto outro grupo (8 indivíduos) utilizou apenas carboidratos após o teste (C). Seis horas após o primeiro teste, todos os indivíduos realizaram um novo teste, com as mesmas características do primeiro. É importante salientar que todas as refeições realizadas antes e após o primeiro teste foram padronizadas, exceto a suplementação feita após o primeiro teste, diferente para cada grupo. Como esperado, ambos os grupos tiveram uma redução de performance no segundo teste (6 horas após o primeiro), porém o grupo que utilizou Carboidratos + Proteínas teve uma menor redução de performance quando comparado com o grupo que utilizou apenas carboidratos.
Outros estudos também verificaram se a associação de carboidratos e proteínas no pós-treino reduziria o quadro de microlesões. Millard-Stafford (2005) demonstraram que a combinação de carboidratos + proteínas foi mais eficiente para redução de dor muscular após uma corrida de 21 KM. Já Saunders e colaboradores (2004) investigaram se a combinação de carboidratos + proteínas era mais eficiente para a manutenção da performance e no quadro de dano muscular do que suplementos isolados. Para isto, os autores recrutaram 15 voluntários (ciclistas) para a realização de 2 testes, separados por um período de 12 a 15 horas. No primeiro teste, os voluntários realizaram um teste até a exaustão no cicloergômetro a 75% do Vo2Max, e no segundo teste, um teste até a exaustão com 85% do Vo2Max. Como resultados, os grupo que suplementou com carboidratos + proteínas teve um maior tempo até a exaustão e um menor aumento na creatina quinase (CK) no segundo teste.
A combinação de Carboidratos + Proteínas (conhecida comercialmente como R4:1) já é amplamente utilizada por atletas de Endurance, CrossFit, Rugby e outras modalidades esportivas. É bom ressaltar que um bom nutricionista irá saber se existe ou não a necessidade de introduzir esse suplemento na dieta, sempre de acordo com as necessidades de cada indivíduo. E finalizando, os estudos que observam melhoras com essa associação não investigaram síntese proteica, ou seja, os resultados que eu apresentei são para esportes de performance, cujo objetivo seja aumentar alguma capacidade física (força, potência, resistência, velocidade, agilidade, coordenação motora, mobilidade, etc...) e não a estética, mesmo que competitiva (como o bodybuilding, por exemplo).
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