Há milênios os chás são utilizados pelos seres humano, seja pelo sabor agradável proprocionado pela bebida, seja pelas suas inúmeras propridades terapêuticas e curativas. E apesar de ter se popularizado nos últimos tempos por ser visto como uma opção saudável e por possuir propriedades que ajudam no processo de emagrecimento, é interessante conhecer bem sobre o poder das ervas não só para extrair o melhor delas – afinal, com a diversidade oferecida pela natureza, são muitas as aplicações, inclusive no tratamento e cura de doenças -, mas também para conhecer os riscos do consumo inadequaido.
O farmacêutico, mestre em inovação terapêutica e coordenador da pós-graduação da fitoterapia clínica e esportiva do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE), Leandro Medeiros explicou que alguns chás podem ser úteis para auxiliar na cura de doenças, especialmente no seu controle e por agirem como paliativos para contornar os sintomas. “Chás com ação anti-inflamatória, por exemplo, podem ser recursos paliativos de processos inflamatórios agudos, como a garra-do-diabo e a unha de gato”, exemplificou. Os chás podem ainda ajudar na recuperação dos sintomas da gripe, como febre-mal-estar e nas dores pelo corpo. “O alho é o clássico neste sentido. E que pode ser misturado ao suco de limão também, para melhor adesão”, esclareceu, salientando que eles não atuam na eliminação do vírus da gripe.
A respeito do modo de consumo, ele esclareceu que obter o efeito terapêutico dos chás depende de muitos fatores. Alguns chás, como o de alho, podem evitar a irritação gástrica se consumidos junto com as refeições. Já outros, como os ricos em taninos, como a romã e chás de frutas vermelhas, devem ser utilizados entre as refeições para serem melhor abosrvidos, uma vez que podem interagir negativamente com os nutrientes dos alimentos. “Porém se a pessoa faz apenas um uso recreativo, então não há grandes restrições de horário deles: o horário mais conveniente é o melhor horário”, salientou.
Com relação ao modode preparo, ele afirmou que a melhor forma para obter o máximo de benef depende da parte da planta utilizada e da sua composição química. “Normalmente, se faz por infusão, ou seja, quando se coloca água quente sobre a planta. È o caso, por exemplo, do chá verde e hibisco, quando se usam suas folhas e flores. Mas se a parte em questão é mais lenhosa, de difícil extração, o correto é cozinhar, processo que chamamos de decocção. Como exemplo, temos gengibre e canela, pois se usam rizoma e caule. Se a planta possui compostos que são sensíveis ao calor, ou seja, que evaporam ou degradam, o recomendado é fazer a frio, processo que chamamos de maceração, caso do alho”, explicou o especialista.
Também de acordo com Medeiros, o uso das planta fresca em relação aos sachês, os quais contêm a planta seca, não apresenta grandes vantagens se o fim for um uso recreativo. A variação será apenas na quantidade de planta a ser utilizada, e é interessante buscar orientações profissionais para saber as quantidades ideias, pois variam de planta a planta. Mas se a finalidade for medicinal, é recomendável comprar chás medicinais, vendidos em farmácias, os quais têm uma qualidade muito maior que os dois tipos de produto.
Muitas pessoas tem preferido o uso de chás gelados, vendidos em lata, como uma alternativa ao refrigerante e outras bebidas industrializadas. Mas segundo o especialista, as bebidas nessa forma não possuem propriedades terapêuticas e podem não ser uma opção tão saudável. “Estes tipos de chás na verdade são chamados de chás solúveis. São normalmente à base de água, carboidrato - isso mesmo, pasme - (risos) e contêm um teor de extratos de plantas ou plantas secas. Não possuem finalidade de uso terapêutico e são simplesmente para uso recreativo. E por terem carboidrato, podem ter o mesmo efeito ruim do refrigerante - pasme de novo”, pontuou.
EMAGRECIMENTO E RISCOS - Apesar de serem consumidos desde os primórdios da história do homem, recentemente os chás tem recebido especial atenção devido ao consumo propagado por blogueira e musas fitness devido às suas propriedades para os que desejam emagrecer e esculpir o “corpo perfeito”. O chá de hibisco, a cavalinha e o chá verde estão entre os mais utilizados para este fim. Para os que preferem explorar as propriedades termogências dos chás, ele recomendou o chá preto, chá verde, chá vermelho, chá branco, erva mate e canela. Porém alertou que, para obter um efeito significativo, é necessário consumir diariamente por pelo menos 3 meses. “Mas acelerar o metabolismo não significa dizer que o indivíduo irá emagrecer”, ressalto. “Emagrecer depende de uma série de conjunto de ações combinadas, incluindo alimentação saudável e exercícios físicos regulares”, concluiu.
Mas será que o uso indiscriminado dessas substâncias pode ser prejudicial? “O uso moderado de chás pode ser considerado seguro em indivíduos saudáveis, porém precisamos entender bem o que seria um efeito moderado. Apesar de não haver uma regra específica a respeito, entendemos como uma a três xícaras por dia. O interessante é haver também um rodízio de plantas, para evitar que o organismo fique sobrecarregado com o mesmo tipo de suvstâncias naturais das plantas”, esclareceu Medeiros . O excesso de chá verde, segundo ele, por exemplo, pode aumentar a pressão arterial ou provocar ou agravar gastristes se usado em excesso.
Também é preciso estar atento a possíveis interações entre os chás e os medicamentos usados pelo indivíduos. “Tem chás feitos de plantas que podem reduzir o efeito de medicamentos, caso do chá verde e anti-hipertensivos; chás que podem potencializar o efeito de meciamentos, como o caso do hibisco e dos anti-hipertensivos; e chás que não interagem com medicamentos, como o boldo e anti-hipertensivos”, explicou.
Muitas mulheres ainda preocupam-se com o uso do chá de hibisco porque já ouviram dizer que eles podem reduzir sua fertilidade ou anular o efeito da pílula anticoncepcional. O especialista esclareceu que apesar de não haver comprovação desse efeito sobre humanos, é mulheres que usam contraceptivos devem ter cautela com outros chás. “Já foi demonstrado que o hibisco interfere sobre a fertilidade em animais (roedores), mas não há estudos que comprovem este mesmo efeito em seres humanos. Os ensaios feitos em animais foram em doses proporcionalmente muito mais elevadas do que o que um ser humano consome habitualmente. Porém, outras plantas podem interferir sobre contraceptivos com relevância em seres humanos, observados por ensaios clínicos, como a erva-de-são-joão”, pontuou.
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