SAÚDE

A diferença entre a epilepsia primária e secundária

A epilepsia continua cercada de superstições em virtude do desconhecimento a respeito de algumas de suas causas e manifestações

A diferença entre a epilepsia primária e secundária Em ambos os casos, a epilepsia configura pelo menos duas crises convulsivas não provocadas, contando com um espaço de 24 horas de diferença entre elas
Crédito: BANCO DE IMAGENS
Apesar de relatos de casos há mais de 4.500 a.C e atingir atualmente cerca de 50 milhões de pessoas no mundo – 150 mil apenas no Brasil, a epilepsia continua cercada de superstições em virtude do desconhecimento a respeito de algumas de suas causas e manifestações.

O neurocirurgião Luiz Daniel Cetl, especialista em epilepsia e membro do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), explica que a doença, caracterizada como uma disfunção do cérebro que gera descargas elétricas anormais que comprometem as funções do indivíduo, pode se apresentar de diversas formas e por diversos motivos, alguns deles ainda sem identificação precisa.

A epilepsia do tipo primário, por exemplo, é definida por não ter uma causa identificada, podendo envolver alguma alteração genética. Também conhecida como idiopática, é descoberta pelo histórico do paciente e exames físicos. Casos mais complexos podem requerer exames complementares de imagem que possam excluir algum possível elemento de natureza sintomática, como lesões e também para a condução de cirurgias.  

Já a epilepsia secundária é adquirida após uma lesão no cérebro, podendo ser ocasionada por doenças neurológicas, tumores, infecções ou complicações durante ou após o parto, bem como traumas na cabeça ao longo da vida e em casos menos comuns, consumo excessivo de álcool e drogas. 

Em ambos os casos, a epilepsia configura pelo menos duas crises convulsivas não provocadas, contando com um espaço de 24 horas de diferença entre elas. Estes eventos podem variar sua intensidade e duração, sendo breves e espaçados ou prolongados e muito recorrentes. É importante ressaltar que uma única crise não caracteriza a doença e em todos os casos há a necessidade de um diagnóstico com um neurologista clínico.

Relato sobre as crises e exames como eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem podem ser necessários para a investigação. Uma vez definida a existência da epilepsia, o médico irá prescrever as medicações para controle das crises e quando estas não surtirem os resultados desejados, podem ser indicados procedimentos cirúrgicos para atuar no controle das descargas elétricas.

Como a doença não tem cura, o tratamento e a monitoração do paciente devem ser contínuos, para que ele possa levar uma vida dentro da normalidade.

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